44: Até o fim...

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─ Cícero? Meu Deus, Cícero! ─ pulei da cama e praticamente voei na sua direção, o abraçando apertado e o fazendo rir do meu desespero. ─ Que saudade de você!

─ A gente veio aqui pra acordar você e avisar que ele ia vir passar uma parte do dia com a gente, mas acabamos por fazer bagunça. ─ Lia disse, explicando o motivo de toda a confusão organizada no meu quarto naquela manhã.

Mas quem se importava em ser acordada daquela maneira, certo? Eu, pelo menos, não me importava em ser acordada já que meu irmão mais novo tinha vindo até a minha casa para me ver e passar uma parte do dia comigo.

Aquele pequeno gesto dos pais de Cícero significava muito e eu era grata por ele.

─ Oi, mana Malu. ─ ele disse logo após beijar minha bochecha.

É muita fofura para pouca Maria Luísa.

─ Oi, meu neném lindo! ─ voltei a esmagar Cícero em um abraço. ─ Que saudade de apertar você! Me conta, como que estão indo as coisas?

Sentei de qualquer maneira no chão e trouxe Cícero para o meu colo.

Ele começou a me contar sobre como as coisas estavam sendo extremamente puxadas no colégio e que ele definitivamente odiava matemática. Tadinho, tão novinho e nem sabe ainda o que o aguarda daqui uns anos. Ele também me contou que Felipe o ajudou a terminar de construir a casa na árvore que Guilherme e ele haviam começado a montar antes do descobrimento do câncer e que ela havia ficado muito maneira.

─ Você foi até lá? ─ tive que perguntar a Felipe.

Kia, Lia e ele haviam se juntado conosco no chão também.

─ Não foi nada demais. ─ ele deu de ombros, mas eu sabia que havia sido sim alguma coisa grande. ─ Cícero queria terminar de construir a casa na árvore e eu estava disponível.

─ Nosso pai também nos levou pra tomar um sorvete depois que acabamos. ─ Cícero contou animado e nem Kia ou Lia acharam estranho aquilo. ─ Conta pra ela, Felipe.

─ É, ele levou sim, campeão.

Por mais estranho que possa parecer, mesmo com Felipe afirmando que não havia sido nada demais ele ter ido até a casa de Cícero e ter passado um tempo com Guilherme, eu sabia que tudo aquilo tinha sido grandioso e conseguia até ficar ─ mesmo que um pouco─ feliz por isso. Não por pensar que Felipe estava tentando se aproximar de Guilherme, mas sim porque via os sacrifícios que ele fazia para alegrar Cícero. Mesmo que ele faça pouco caso, eu tenho a plena noção do quão complicado deve ser ficar por perto de Guilherme.

Mas Felipe não parece ligar muito para isso por causa de Cícero.

E isso me deixava além de alegre, feliz por ver que uma parte do meu irmão estava amadurecendo com o passar dos anos.

─ Mas a pergunta que não quer calar: quem vai me levar para tomar sorvete, hein? ─ perguntei e Cícero logo ergueu suas duas mãos no ar, dizendo para nossos outros irmãos levantarem suas mãos para que todos nós fossemos tomar sorvete juntos. ─ Que irmão mais animado eu tenho!

Passei parte daquela manhã e tarde com os meus irmãos.

E foi incrível poder aproveitar aquele tempo com eles.

5inco | ✓Where stories live. Discover now