CAPITULO 32- decisions to make

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- Como você está se sentindo? - Ian me perguntou, colocando um cobertor sobre meu corpo e se sentando na cama.
Bêbada, eu mal consegui responder.
- Eu não mereço você. - Respondi, lágrimas chegando aos meus olhos porque eu sabia que estava falando a verdade.
- Ei ei ei... shhh. - Ele encostou a testa na minha. - Você é mais do que eu mereço.
- Ian, eu te amo. Não ouse esquecer disso.
- Eu não...
- Ian. - O beijei de leve - Nunca, ok? Não esqueça nunca.
- Por que eu esqueceria?
- Me prometa, Ian - Eu comecei a chorar mais, já me decidindo - Me prometa.
- Ei...eu prometo. Você e eu, Lisa, nós somos pra sempre.
- Não importa o que aconteça?
- Não importa o que aconteça.
Eu assenti, tentando me controlar.
- Agora vai dormir, meu bem...eu preciso levar Amora pra casa, te ligo depois.
- Ok.
Ele me deu um beijo leve na testa e se levantou para sair do quarto.
- Ian - Chamei.
- Oi?
- Pode chamar Amora pra mim?
- Ok.
Alguns minutos depois, Amora entrou no quarto com uma panqueca na mão.
- O que foi que você está me fazendo parar de comer? - Sorriu, mas seu sorriso se fechou assim que me viu chorar. - Ei, ei... - Ela se sentou na minha cama e me abraçou. - O que foi?
- Você é uma boa pessoa, Amora, você é incrível e...e é uma das melhores amigas que eu já tive. Eu te amo, morena.
- Eu amo você bêbada! - Ela sorriu. - E te amo de qualquer jeito.
- Cuide dele, ok?
- Por que você não...
- Só cuide dele, Amora - Eu pedi, a interrompendo. - Ian é sensível e precisa de você por perto.
- Ele também precisa de você.
- Eu sei, eu sei, mas talvez...talvez eu não possa ser quem ele precisa.
- Do que você está falando?
- Cuide dele.
- Eu vou. Sempre. E de você também. Vocês são meu casal, minhas pessoas. Somos um tricasal, se lembra? Sempre seremos.
Eu assenti, chorando por saber que aquilo tudo seria diferente em breve.
- Agora vai dormir, quando você acordar vamos tomar um suco.
Ela saiu do quarto e eu chorei até cair no sono.

- Boa noite, princesa. - Papai disse assim que entrei na sala.
- Que horas são?
- Quase oito - Minha mãe respondeu. - Como você está?
- Bem, devo estar. Preciso ir numa operadora aqui perto, volto já. O carro tá aí?
- Peça para Fernando te levar, você está de ressaca - Meu pai falou.
Acontece que sem Ian eu não tinha qualquer humor e sem humor eu não tinha paciência.
- Pai, só me dá as chaves.
- Com quem você... - Ele começou mas foi interrompido pela minha mãe:
- Está em cima da mesa da cozinha.
- Obrigada. - Falei, pegando as chaves e indo pra garagem.
Eu tinha uma nova vida pra resolver e estava decidida a começar logo.

*****
- Você está conseguindo falar com Lisa? - Perguntei, entrando no quarto de Amora às onze da noite.
- Nem tentei, por que?
- O número dela está dando indisponível.
- Deve estar dormindo e o celular deve ter acabado a bateria.
- Dormindo? Ainda?
- Você se esqueceu do quanto ela bebeu?
- É... - Talvez eu só estivesse sendo paranoico. - Pode ser. Tá falando com quem? - Perguntei, vendo que ela não tirava os olhos do celular e o sorriso do rosto.
- Tay.
- Sorrisinho?
- Sim - Ela revirou os olhos, rindo. - Eu estou conversando com o "Sorrisinho"
- Bom papo. - Saí do quarto.

*****
- Você deve estar brincando com a minha cara! O que eu vou fazer sem você? - Alice me perguntou, entrando no carro.
- Vamos beber ou não?
- Você não acha que já bebeu o suficiente não?
- Não. - Falei, dando partida para o bar.
Quando chegamos, o lugar estava cheio. Nos sentamos em dois banquinhos.
- Você realmente está falando sério? - Ela perguntou, desnorteada e de cabeça baixa.
- Eu preciso disso. - Falei, tomando um gole da minha bebida de kiwi.
- O que seus pais acham disso?
- Eu sou de maior, Alice!
- Mas você ainda mora com eles, você precisa pelo menos avisa-los.
- É óbvio que vou avisa-los!
- Um dia antes? Como está fazendo comigo?
- Faltam 2 dias, Alice, larga de ser dramática!
- Exatamente! Dois dias, Lisa! Você é louca?
Os cachos de Alice estavam presos num coque, fazendo com que seus olhos verdes ficassem mais a vista.
- É a melhor coisa a se fazer.
- E você acha que Ian não vai atras de você nesses dois dias?
- É por isso que vou ficar com você.
- Comigo?
- Vamos falar que vamos pra Angra passar um fim de semana, ele não vai nem perceber. - Dei de ombros e tomei mais um gole da bebida preferida de Ian. Alice abriu a boca mas não emitiu nenhum som, ficamos alguns minutos em silêncio até que ela disparasse:
- Ok.
- Ok?
- Você não está de brincadeira.
- Não.
- Você não tem, sei lá... dó dele? É meio sem coração isso que você tá fazendo. Quer dizer, ele acha que vocês estão bem.
Meu coração se apertou.
- Alice...
- Pensa um pouco, Lisa, qual a chance de vocês terem volta depois disso?
A questão era: eu não estava pensando em voltar. Se ficar longe de Ian seria o melhor para ele, seria exatamente o que eu faria.
- Eu não quero pensar nisso.
- Não quer pensar em que, Lisa? Em voltar? Caramba, nem parece que você ama esse menino.
- É porque eu o amo que estou fazendo isso, Alice! Ele precisa disso!
- Ele precisa de você, garota! Acorda! Você acha o que? Que vai sumir do mapa e ele vai ficar "ah ok tudo bem"? Você não se lembra do quanto ficar sem Amora acabou com ele?
- É completamente diferente! - Me exaltei.
- Não, não é! Vai ser uma perda igual!
- Foda-se, eu já assinei os papéis.
- Mas como... - Ela franziu a testa e olhou o relógio, tentando entender como seria possível eu ter assinado os papéis naquele horário. - A não ser que...meu Deus, Lisa! Você já tinha tudo planejado! Você sabia que ele se exaltaria com o discurso e você...Deus, você é louca.
- Eu faria qualquer coisa, Alice...
- Qualquer coisa pra que? Pra pirar a cabeça do menino? Lisa, ele vai ter um treco!
- Bom, foda-se. - Eu terminei minha bebida.
- Você não vai nem... - Ela inspirou antes de começar a frase - Se despedir? Quer dizer, são vários anos... você não vai sentir falta?
- Eu já me despedi. E é impossível não sentir falta...
- Faça o que você quiser, Lisa, mas não suma de mim.
- Claro que não. - Eu a abracei.

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