IAN CASTELLI.

574 48 1
                                    

Eu devo ter soado como um verdadeiro portador de demência, mas a voz dela era rouca e eu perdi todo o senso que me restava quando ela, maravilhosamente, falou as duas palavras que mudariam a minha vida dali pra frente: Lisa Wengrov.
A boca dela se mexia e eu não conseguia prestar atenção em mais nada. Os olhos dela me fitavam e eu quis que ela fosse minha. Ela segurou minhas duas mãos, me impedindo de fazer uma besteira, e meu corpo inteiro arrepiou. Eu queria aquela garota ali mesmo.

- Como é que é? - Ela ajeitou a bolsa no ombro e me encarou, cruzando os braços.
- O que? - "Porra, para de soar como um otario. Recomponha-se" era a única coisa que passava pela minha cabeça.
- Quem diabos é você?
- Ian Castelli. - Eu estendi a mão direita pra ela, mas ela não estendeu a dela. - Deixa eu te pagar um suco, Lisa Wengrov.
- Mas é óbvio... - Meu coração acelerou. - que não! - "Eu não falei que ela ia te achar um otario?"
- Lisa! - Segurei o braço dela e olhei naqueles olhos fundos mais uma vez. - Por favor.
- Eu não... eu não te conheço! - Ela falou, encarando minha mão em seu braço. Eu a soltei.
- Nem eu te conheço, deve ser o destino.
- Como é o seu nome mesmo?
- Laranja ou abacaxi?
- Deus... Laranja.
- Vamos?

Fiz sinal para pegar a bolsa do ombro dela. Foda-se se a minha já estava pesada o suficiente, ela estava exausta e eu não a deixaria carregar aquilo.

LISA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora