CAPITULO 25- a w a k e

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"Amora acordou, Alice, estou indo para São Paulo. Volte com o carro pra casa, pedi um táxi e estou indo para o aeroporto.
Te amo.
- Lisa"
Foi o bilhete que deixei colado na geladeira da casa de praia.

- Você está falando sério? Vai se fuder se você estiver brincando comigo, Ian!- Eu não estou brincando com você

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- Você está falando sério? Vai se fuder se você estiver brincando comigo, Ian!
- Eu não estou brincando com você. Lisa arranjou uma passagem pra mim, vou pegar o próximo voo pra São Paulo, tem um para 45 minutos depois do meu, você pode tentar conseguir a passagem e... - Eu estava falando rápido demais, as lágrimas corriam pelo meu rosto.
- Ian - Gabriel falou, me interrompendo - Vai.
Assentindo, eu joguei qualquer roupa em uma mochila e esperei pelo táxi.
Amora tinha acordado. Não havia ninguém mais feliz que eu naquele momento. ****
Metade do meu coração se recompôs quando Ian me ligou. Primeiro porque Amora tinha acordado, segundo porque algo me dizia que ele só tinha ligado pra mim. Ian queria dividir aquele momento comigo. Só comigo. Então eu comecei a perceber que eu também queria dividir aquele momento com ele.
E todos os outros da minha vida.

                                                      *****

"Onde eu estou? Por que eu não consigo falar nada? Por que sinto meu cabelo tão grande? Amora, grite! Pare de apenas pensar! Meu Deus, onde eu estou? Por que não consigo respirar sozinha? Ian? Mãe? Gabriel? Onde eu estou? Lisa? Meu Deus, Amora, quem é Lisa? Você não conhece nenhuma Lisa, por que você está com esse nome na cabeça? Onde eu estou? Ian?
Pisque duas vezes.
Isso, continue assim.
Agora mexa seus dedos do pé.
Isso, Amora!
Agora respire.
Pare de falar sozinha e respire. Devagar. Onde eu estou?"

*****
55 minutos nunca passaram tão devagar, as aeromoças falavam e falavam e eu só queria descer daquele avião. Eu precisava ver Amora. Eu precisava ver Ian.
- Senhores, estamos pousando em São Paulo, o tempo está nublado, pedimos que não liguem seus aparelhos telefônicos ainda. A Wengrov agradece pela preferência. - A aeromoça falou.
"Foda-se" pensei, ligando meu celular.
"Onde você esta?" Mandei para Ian.
"Aeroporto de Congonhas. Você?"
"Pousando agora. Me espera e pegamos um táxi juntos?"
"Sim. Estou parado em frente à Casa do Pão De Queijo, terceiro andar"
"Ok"
Não consigo explicar a sensação, mas naquele momento foi como se nada tivesse mudado entre nós dois. Foi como se nunca tivéssemos quebrado o coração um do outro.
Quando desci do avião, estava apenas com uma bolsa e a roupa do corpo. Eu não queria saber de nada. Eu só queria saber do terceiro andar do aeroporto.
Nem a escada rolante foi mais rápida do que eu, meu professor de ginástica teria orgulho.
Quando o vi, parado em frente à Casa do Pão de Queijo, olhando para todos os lados procurando por mim, eu não pensei.
Eu apenas apressei o passo.
Quando Ian olhou pra mim, eu perdi o ar, como sempre foi. Seu rosto estava vermelho, ele havia chorado, seus olhos estavam ainda mais azuis. Seu cabelo, preso em um coque, parecia mais brilhoso. Usando uma regata, bermuda vinho e uma mochila, ele era a única pessoa na qual eu reparava. Naquele momento, eu percebi que iria a guerra por Ian Castelli.
E por causa disso eu apenas pulei ao encontro dele. E ele me abraçou com força.

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