Capítulo 76

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Alfonso

Eu não podia acreditar que estava beijando Anahí outra vez. Aquilo parecia um sonho. Um sonho do qual nunca mais eu queria acordar. Durante aqueles dois anos em sempre me pegara me perguntando aonde todo aquele nosso amor tinha ido parar. Afinal não vivíamos sem o outro e as coisas melhoraram tanto depois do meu transplante, que pareceu que nosso amor tinha sido libertado, que finalmente depois de tantos meses podíamos nos amar totalmente sem nenhuma sombra pairando sobre nós, ameaçando nos separar.

Mordisquei o lábio dela e tornei a beijá-la. Parecia que uma fome insaciável havia tomado conta de mim, se não estivessemos no hospital eu seria capaz de derrubar Anahí sobre aquela mesa e amá-la loucamente. Eu ainda não sabia pra onde nosso amor havia ido parar, mas com toda a certeza ele não estava totalmente extinto e eu tinha certeza que Anahí também sentia algo muito forte por mim.

Me afastei aos poucos mesmo que minha vontade fosse continuar beijando-a. Quando a olhei nos olhos eu percebi a confusão tomando conta dela assim como tomava conta de mim. E era normal nos sentirmos assim, eu jurei a mim mesmo que não a amava mais e Any fez o mesmo e agora estavamos aqui, tínhamos acabado de nos beijar mesmo estando em relacionamentos diferentes com outras pessoas.

- Poncho... - ela me encarou ofegando e se afastou balançado a cabeça, parecia atordoada. - Eu...

O interfone soo a interrompendo e meu nome foi chamado pra que eu me encaminhasse pra sala de cirurgia.

Poncho: Any eu tenho que ir mais depois eu quero falar com você.

Any: Sobre...?

Poncho: Sobre a gente Any, você pode tentar disfarçar, mas ta acontecendo alguma coisa.

Any: Poncho...

Poncho: Olha eu tenho que ir agora, mas depois a gente conversa ok? Eu sei que você ta apreensiva, com medo, eu também to, mas eu não aguento mais essa situação... Já ta na hora da gente resolver isso. - a encarei sério.

Any: Tem razão! - assentiu atortoada.

Poncho: A gente conversa depois. - respondi e puxei sua mão dando um beijo antes de me afastar e dar as costas com relutância.

Anahí

Assim que fiquei sozinha me sentei na cadeira sentindo as pernas bambas.

- Ai meu Deus, o que ta acontecendo comigo? - minha voz falhou e levei as mãos ao rosto percebendo que ela tremiam.

Quando coloquei a mão no meu peito percebi que meu coração batia acelerado, uma coisa que há muito tempo não acontecia.

Respirei fundo tentando me controlar, eu tinha que voltar pro trabalho. Meu pacinte já estava pra chegar e eu precisava me recompor. Tomei mais um gole da xícara de café e me levantei, obrigando minhas pernas a funcionarem e me levarem de volta pra sala. É claro que o restante do dia foi uma droga e Poncho tornou a não sair da minha cabeça.

A noite eu estava deitada no sofá ouvindo música e tentando em vão clarear as idéias. O som da campainha me trouxe de volta à realidade. Me arrastando fui até a porta e a abri.

De relance vi Fernando na minha frente, mas antes que eu tivesse tempo de dizer algo ele me beijou e me abraçou erguendo-me do chão. Pisquei diversas vezes e o encarei sem saber o que dizer.

- Oi, meu amor, fiquei preocupado com você!

Any: Comigo... Por quê?!

Fernando: Te liguei o dia todo e você não atendeu.

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