Capítulo 08

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Anahí

Acordei sentindo que minha cabeça ia explodir. Eu mal fazia ideia do que tinha acontecido ontem à noite, só lembro de chegar na boate e roubar de Roman uma garrafa de tequila. E a ressaca misturada ao sonho absurdo com Poncho não ajudava em nada naquele momento.

Foi um sonho meio louco e nada haver. Primeiro ele me pegava nos braços e eu apagava, depois acordava numa praia vestindo um biquíni e uma saída de praia e ele só de bermuda me olhava com aqueles olhos verdes e perfeitos me convidando pra entrar na água. Mas a parte mais confusa foi quando nos beijamos e eu acordei percebendo que aquilo era o que eu mais queria na minha vida que fosse verdade.

Abri os olhos e não reconheci o quarto onde estava. Ali não era a casa da Mai e muito menos a MINHA casa.

"Ai merda, onde eu to?!", pensei apavorada e ergui a manta, feliz ao ver que estava vestida como ontem.

Quem quer que tenha me trazido até aqui, provavelmente não encostou a mão em mim, pois, estava tudo em ordem e ela não se daria ao trabalho de me vestir de volta se fizesse algo.

Apertei meus olhos com força tentando lembrar da noite passada. Lembrei do sócio do Ramon mandando virem me buscar e Ramon falando algo sobre ligar pro último que me ligou. Arregalei os olhos com força. A última pessoa que me ligou ontem foi o Poncho, Maite não deu sinal de vida ou estaria na casa dela.

Então eu estava na casa do Poncho? Droga! Ele me viu naquele estado? Será que o pai dele também vira e a qualquer momento viria me dar um sermão?! Não, eu não ia ficar pra descobrir.

"Espera ai!", pensei lembrando de algo. Alfonso está no hospital, então não pode ter ido me buscar, o que significa que não to na casa dele. Sentei na cama aliviada. Mas me levantei ao me perguntar:

- Onde eu to então?

Poncho: Na casa do Ucker. - respondeu entrando no quarto e arregalei os olhos pasma.

Any: Aonde eu to? - tornei a perguntar olhando em volta.

Poncho: Que bom que acordou, como ta se sentindo? - sorriu pra mim e senti um aperto no coração.

Any: Mal... Como vim parar aqui? Como você veio parar aqui? - o olhei confusa.

Poncho: O Ramon me ligou ontem e me pediu pra te buscar na Nebraska porque você tinha bebido além da conta e não estava em condições de voltar pra casa. - respondeu e eu abaixei a cabeça morta de vergonha.

Any: Então não foi sonho? Você foi mesmo até lá ontem e... Me trouxe no... Seu colo? - perguntei sem jeito.

Poncho: Sim! - assentiu e sua face era calma demais pro meu gosto.

Any: Ai que vergonha... Eu não queria que tivesse me visto daquele jeito. - pedi querendo que um buraco se abrisse no chão e eu pudesse me enfiar dentro. - E onde disse que estou?

Poncho: Na casa do meu amigo Ucker, o namorado da Dulce.

Any: Ele me viu bêbada também? - perguntei apavorada.

Poncho: Não, só te viu inconsciente sendo carregada por mim. - abaixei a cabeça suspirando. - Você não me contou aquele dia no hospital que vai à Nebraska com frequência e enche a cara.

Any: Não é o que ta pensando, eu não sou alcoólatra é que... - tentei encontrar um modo de dizer que ele entendesse. - O álcool é como um calmante pra mim, eu sei que são horríveis, que fazem mal à saúde, mas são minha válvula de escape. - dei de ombros sentindo a garganta arder e os olhos marejarem. - Depois que sai do hospital aquele dia eu me enfiei na casa da Mai e não sai de lá até hoje... Eu não estava bem com tudo o que seu pai disse e ainda por cima tendo que ficar sem ir te ver... E ontem quando você me ligou, foi como se meu copo já estivesse cheio e transbordasse... Não aguentei mais ficar sozinha na casa da Maite, as palavras do seu pai me vieram na cabeça e eu senti que estava sufocando, que eu precisava de alguma coisa pra me acalmar, normalmente conversar com pessoas, como você e a Mai me tranquiliza, me distrai e... Não penso em besteiras! Mas ontem sem nenhum de vocês... Não deu pra aguentar a pressão. - confessei abaixando a cabeça. - Sei que deve ta me achando horrível e concordando com seu pai agora, mas... Não sabia pra onde ir ou o que fazer... Precisava te esquecer um pouco... Esquecer a saudade que eu estava de você! - o olhei ao dizer aquilo.

Uma Lição de Amor ✔Where stories live. Discover now