Capítulo 39

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Anahí

Segui Carlos, nada a vontade e quando ele fechou a porta do escritório fiquei parada no mesmo lugar.

- Tenho um assunto sério pra falar com você. - anunciou sentando na sua cadeira atrás da mesa. - Senta!

Obedeci cabisbaixa e fiz o que ele pediu.

- Acho que você sabe sobre o que eu quero falar não sabe?

Any: Na verdade tenho algumas dúvidas... Quer falar sobre mim, sobre eu e Poncho ou sobrar eu estar aqui?

Carlos: Os três juntos! - respondeu seco. - Anahí quando te levei pra conhecer o meu filho eu estava querendo te dar uma lição, queria que você visse como estava estragando a sua vida tentando se matar, enquanto outras pessoas lutam pra permanecer vivas. Eu nunca poderia imaginar que vocês fossem se apaixonar e isso me desagradou profundamente, porque eu achei que você estava brincando com meu filho.

Any: Brincando? - perguntei surpresa.

Carlos: Sim! - assentiu. - Anahí há anos eu testemunho acidentes onde adolescentes bêbados saem pra rua sem respeitar a própria vida e a dos outros, já enjoei de ver adolescentes que não têm amor por si, nem pelos outros... Pessoas fracas que não tem amor próprio, que não sentem amor por ninguém e não recebem amor de ninguém... E eu achei que você fosse assim também, uma garota vazia, egoísta, incapaz de amar e receber amor de alguém.

Suspirei abaixando a cabeça surpresa com a declaração dele e com medo de onde isso iria acabar.

- Mas você me provou que eu estava enganado. - o olhei surpresa. - Conforme fui te conhecendo, descobrindo coisas sobre você que eu não sabia, eu pude ver quem realmente você é... E vendo sua relação com meu filho, o jeito como cuidou dele aquele dia no hospital, a forma como me desafiou e como suportou calada todas as minhas provocações, inclusive as que envolviam Renata, me mostraram a garota que você é. E a última coisa de que posso te acusar é de ser egoísta, vazia e incapaz de amar... Eu vi o jeito que você cuidou do Alfonso e a forma como você o olha mostra como o ama e eu não tenho dúvidas de que se fosse possível você já teria doado seu coração pra ele, acho que doaria se ele concordasse e isso não representasse sua morte.

Respirei fundo não conseguindo dizer nada e não entendendo o que ele queria com aquela conversa. A doença de Poncho e o fato deu ser uma doadora compatível eram coisas que me machucavam e que eu tentava esquecer por mim e por Alfonso.

- Aonde quer chegar com tudo isso? - perguntei expressando meus pensamentos.

Carlos: Sabe eu nunca me permiti ver como meu filho é feliz do seu lado, eu estava tão focado em procurar defeitos em você, em crer que você não era capaz de amá-lo ou de amar qualquer pessoa que fiquei cego às melhoras claras que você proporcionou à ele. Você pode não saber, mas você mudou meu filho, trouxe vida pra vida dele, o fez fazer coisas que ele nunca tinha feito antes e a melhor mudança foi a inscrição dele pra faculdade, algo pelo qual eu nunca te agradeci apesar de saber que foi você quem o convenceu. - respondeu e se levantou.

Deu a volta na mesa e parou ao meu lado dizendo:

- Agora levanta pra saber aonde eu quero chegar.

Me levantei assim que ele terminou de falar. Carlos ergueu meu rosto me fazendo olhá-lo.

- Sei que esta sofrendo pelo que descobriu sobre seus pais e que não se sente amada, mas você é amada sim Anahí! - enxugou meu rosto. - Sabe quando eu e Manuela nos casamos, queriamos ter um casal, só que Deus nos mandou apenas o Alfonso, mas... Se eu tivesse uma filha, gostaria que ela fosse como você.

Uma Lição de Amor ✔Donde viven las historias. Descúbrelo ahora