Uma Lição de Amor ✔

Capítulo 03

Anahí

"Maldição!", foi à primeira coisa em que pensei ao abrir meus olhos.

Meu corpo todo doía, minha cabeça parecia rodar, mas eu estava completamente lúcida e consciente. Me lembrava do dia do acidente. De Mai me pedindo pra me manter sóbria por causa da tal garota, de perambular pelo shopping tentando me distrair, da briga com a minha mãe e por fim da batida.

Suspirei quando Carlos entrou. Nenhum anjo teria a aparência dele ou o demônio não apareceria pra mim daquela forma, então conclui uma coisa. Eu havia sido salva. De novo.

Carlos: Como se sente Anahí?

Any: Péssima. - respondi num murmúrio.

Carlos: Você sofreu um grave acidente, realmente jogou o carro contra aquela árvore?

Ele parecia surpreso, como se não me conhecesse. Como se eu nunca tivesse vindo parar aqui antes.

Any: Sim! - respondi com amargura sem me importar com a cara de pena que ele fez, mas ele apenas suspirou sem dizer nada, ele sabia que não havia o que ser dito.

Carlos: Você é tão jovem Anahí não devia fazer essas coisas com você e as pessoas à sua volta.

Any: Por que não me deixou morrer? - perguntei virando o rosto pro lado, as lágrimas inundando meus olhos.

Carlos: Minha obrigação como médico é salvar vidas Anahí, não colaborar para acabar com elas.

Any: Te garanto que minha mãe teria premiado você se tivesse cometido algum erro durante a cirurgia e eu tivesse morrido. - respondi amargamente.

Carlos: Não vou discutir com você sobre isso, só quero que saiba que passou por uma difícil cirurgia e chegou muito perto do que queria, teria morrido se não tivesse recebido transfusão de sangue.

Any: Hum! - respondi dando de ombros sem me importar.

Carlos: Vou te deixar sozinha, qualquer coisa chame a enfermeira. - ele me disse e eu apenas assenti antes dele sair.

Nos dias que se seguiram descobri que uma enfermeira chamada Vivian atendia diversos pacientes, conversei com ela e curiosa pra saber quem era o paciente especial que Carlos falara, perguntei quem mais era atendido por ele. Então ela me contou de um rapaz que precisava de um transplante e que ele e Carlos eram amigos, na certa era desse rapaz que ele falara. Eu não sabia o nome dele, só soube que ele era bem conhecido entre as enfermeiras por ser charmoso e ter pinta de galanteador. Pra mim ficou conhecido como o cara do transplante.

Maite veio me visitar quase todos os dias junto com Derrick. Eu sabia que ela estava brava comigo e que já sabia que o acidente não foi acidente. Em um dia desses dias ela trouxe a tal garota que eu ia conhecer. O nome dela é Dulce e ela também me olhou com pena quando soube da história, mas não disse nada, acho que por não nos conhecermos. Nós duas conversamos pouco, pois, logo ela se retirou pra ver um amigo que também está internado aqui e não me preocupei em saber quem era. 

Minha mãe por sinal, não veio me ver nenhuma vez, eu não fiquei triste, ao contrário, fiquei feliz porque ela era a última pessoa que eu queria ver.

Depois de uma semana internada eu finalmente recebi alta do meu médico. Já estava vestida e pronta pra ir - não muito feliz porque veria a cara da minha mãe - quando Carlos entrou me chamando:

- Anahí! - me virei olhando pra ele.

Carlos: Antes de ir pode vir um instante comigo?... Quero que conheça uma pessoa.