POV MYA - PARTE 2

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Hello migos! Eu to atrasada com capítulo, eu sei. Não consegui terminar a maratona da semana passada, mas é que foi muito punk... Ontem começaram as aulas da facul e eu também não tive tempo de escrever pra postar T_T. O POV da Mya é comprido, eu espero terminar ele agora de madrugada e ai posto logo em seguida <3 Espero que vocês gostem de saber o lado dela da história! Pra quem quiser, o grupo do whatsapp tá que tá, então pra entrar é só deixar o número <3Acho que é só... qualquer coisa eu volto pra editar a nota hahahaha Beijos da Zoe

Boa leitura!

- Minha presença? - larguei a colher que estava usando para mexer o suco e o encarei sem entender

Meu pai deu de ombros.

- Ele pediu, você vai. Simples assim.

Eu não discuti, meu pai podia parecer idiota, e na maioria das vezes ele era. Mas não era burro, desobedecer uma ordem de Abraham, mesmo que disfarçada de convite era motivo para coisa ruim acontecer. O último que desobedeceu estava andando sem uma das mãos pelo deserto.

As cinco em ponto nós descemos pelo nosso elevador. A cúpula era limpa e moderna. Existiam dois elevadores que levavam para os apartamentos particulares, salas de reunião, cozinha, salão de festas e salas de jogos.

Saindo do elevador, a sala ampla e clara tinha o teto de vidro forma de bolha, um belo modo de dizer que éramos diferentes.

Encontramos Abraham nos esperando em frente as portas para o elevador comum da cidade.

- Bom dia. George, Mya - ele acenou com a cabeça para mim, me medindo de cima a baixo, reprovando minhas roupas. E deu a mão ao meu pai.

- Bom dia - respondi junto com meu pai.

- Estou feliz por ter aceito o meu convite Mya - o homem colocou o sorriso irônico nos lábios e eu não consegui controlar minha boca a tempo.

- Caso isso fosse um convite eu teria recusado.

Meu pai olhou furioso, não havia sido ele que tinha dito que aquele seria um grande dia?

- Não se preocupe George - Abraham disse nos dando as costas e seguindo para o elevador, assim que entramos ele apertou o botão para o subsolo e disse antes das portas se fecharem - Mya irá se surpreender.

Eu esperava que não.

Estar com meu pai e Abraham dentro de um lugar tão pequeno começou a fazer meu coração disparar e o medo me invadiu, apertei as mãos e respirei fundo, fechando os olhos. Tentei ficar no controle.

- Você tomou seus remédios hoje? - meu pai perguntou, ele sabia que a ansiedade exacerbada virava pânico e as vezes eu não conseguia controlar. Neguei com a cabeça, mas me mantive firme, repetindo mentalmente que aquilo seria rápido, logo meus batimentos foram se acalmando e eu abri os olhos para encarar um Abraham que me olhava curioso.

- Está tudo bem? - Abraham perguntou ao meu pai.

- Estou ótima - minha voz saiu tremida e mais rápido do que eu esperava, a porta do elevador se abriu no subsolo três.

Abraham deu de ombros e seguiu em frente, meu pai correu para acompanhar o homem e eu os segui tentando manter uma distância confortável. O que é que Abraham estava armando? Desde que Ethan havia ido embora, seu pai parecia cada vez mais louco.

Ethan não estava mais aqui, fazia cinco meses que ele havia ido em missão para a cidade do céu. Nosso último contato foi no mês passado, no meu aniversário ele mandou uma pulseira com um diamante enorme, algo raro e bem bonito, mas nada que me conquistasse. Eu sabia que Ethan concordava com o casamento, mas ele era uma marionete do próprio pai na maior parte do tempo e isso me fazia ter certeza de que meu sentimento por ele era fraterno e nunca passaria disso.

Segui os homens até uma sala especial. Havia um vidro enorme na nossa frente, dez cadeiras dispostas em frente. Atrás das cadeiras confortáveis, haviam bancos vazios e eu olhei sem entender.

Abraham caminhou até uma das cadeiras e se sentou.

- George, Mya, me acompanhem, por favor! - ele bateu com a mão, indicando que me queria ao seu lado e não afastada como eu planejava ficar. Segurei a língua, mordendo o lábio com força e me sentei do lado esquerdo de Abraham, enquanto meu pai sentava no direito. Olhei fixamente para o vidro, esperando seja lá o que fosse, começar enquanto a sala ia se enchendo de soldados.

Meu pai e Abraham começaram a cochichar e eu me desliguei dali, de repente o vidro ficou preto, só voltou a ficar transparente quando o sistema de som soou alto na sala e eu pude ver Ezra parado ali, do outro lado do vidro sem ter ideia da minha presença.

Minha cara deve ter denunciado algo, Abraham sorriu sem mostrar os dentes ao observar minhas mãos apertando o braço da cadeira com força.

Meu estômago afundou e eu senti meu corpo tremer de nervoso, Abraham sabia de Ezra.

Eu acompanhei o relógio com os olhos até ver que noventa minutos haviam passado. Faltava pouco pro garoto de olhos azuis ficar livre da vista de Abraham e de meu pai.

Ezra havia acabado de matar insetos voadores em uma manobra arriscada.

- É um bom líder - ouvi meu pai elogiando para Abraham, que manteve o silêncio e concordou apenas com a cabeça.

Sentia minhas mãos suando, meu coração estava disparado ao assistir Ezra ser machucado, mas confesso que vê-lo tão de perto, agindo e fazendo aquilo que ele havia treinado tanto, fez meu peito se encher de orgulho. Eu estava torcendo, quieta enquanto via o garoto que me encantava ser o homem do grupo.

Abraham me olhava de canto de olho a cada coisa atrevida ou perigosa que acontecia na arena. Eu tentei ser discreta, mas meu emocional ficou em frangalhos, eu realmente estava cansada.

Uma garçonete da cúpula passou com um carrinho cheio de coisas. Meu pai pegou uma garrafa de água e Abraham um charuto fedido, eu recusei de forma educada e percebi que a garçonete ergueu as sobrancelhas quando olhou bem para o meu rosto. Será que eu estava disfarçando bem o bastante meu nervoso? Foi então que minha voz saiu alta pelo alto falante da sala.

- Ezra! - era isso que minha voz falava.

Senti meu sangue sumir do corpo, tudo ficou frio. Eu me atrevi a olhar para meu pai, logo que seus olhos se desprenderam da tela, vendo que Ezra reconhecia minha voz, sua cor começou a mudar para um vermelho intenso e a garrafa que estava em sua mão explodiu.

Abraham colocou a mão em seu ombro e se inclinou para meu pai, cochichando algo em seu ouvido e fazendo meu pai grudar novamente os olhos no teste. Eu pude ver meu pai tremer, o sorriso satisfeito na boca de Abraham dizia que essa era a reação que ele esperava. Grande filho da puta. Conforme o teste ia acabando, meu coração se enchia de agonia e ver como Ezra tratou o clone que ele achava ser eu, fez meu coração dar um pulo, não aguentei segurar muito mais, logo eu sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Que merda iria acontecer com ele por minha causa?

Assim que o teste acabou, Abraham se colocou de pé.

- George, Mya, vamos parabenizar a equipe do Major Rossakov - ele indicou um homem que sorria orgulhoso no canto da sala.

Os homens se cumprimentaram rapidamente e eu apensas segui, era a primeira vez em anos que eu falava com Deus.

Minha oração era apenas uma palavra. Socorro.

Assim que as portas se abriram, eu vi Ezra de costas, o cabelo selvagem daquele homem enorme estava solto e ele estava completamente sujo, mas ainda assim, eu queria abraçar e sumir com ele dali. Ele se virou em nossa direção e seus olhos se encontraram com os meus, a expressão dele era séria, ele estava concentrado e então veio pisando forte, determinado em minha direção. Eu apenas assisti suas mãos fortes em mim, me puxando para um beijo que eu nunca vou esquecer.

AZAHRA - A cidade do céu (EM PAUSA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora