A SELEÇÃO - PARTE 2

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Oi gente <3 
Primeiro eu quero agradecer DEMAIS o retorno que a história está tendo. Hoje fez duas semanas que eu estou postando e nesse tempo venho recebendo mensagens e incentivos MARAVILHOSOS. Vocês não tem ideia da importância que cada leitura, cada comentário/feedback tem pra mim <3 
Percebi que tem uma galera reclamando dos capítulos grandes, o que vocês acham? Posso diminuir o tamanho e postar mais vezes. Por exemplo esse capítulo que é continuação do ultimo. De resto, a gente ta quase batendo 1k de visualizações e eu não poderia estar mais feliz! Se a gente bater 1.2k essa semana vai ter extra *O*. 
ps: Me contem da vida de vocês, eu realmente quero saber e to procurando migos pelo wattpad <3
Beijos da Zoe, boa leitura!

What I've done - LINKIN PARK <3



Quando o elevador fechou, pude sentir a tensão no ar. Todos ali estavam indo com o mesmo objetivo lá para baixo e nem todos estariam com novas patentes ao final do teste. Todos se encaravam porque sabiam que a partir dali era cada um por si. Pude ver Stanley no fundo do elevador, me encarando enquanto eu e John conversávamos baixo sobre quem seriam nossos padrinhos. Eu já sabia que Yuri havia me indicado, ele achava que Sasha poderia ter feito, afinal eles eram amigos e o loiro era um dos poucos que não olhavam torto para John.
Quando o elevador parou no ultimo andar do subsolo meu coração disparou. Eu sabia que ali poderia ser definido que caminho minha vida seguiria, era meu segundo teste para a troca de patente e, se eu não conseguisse, seria muito difícil ser chamado novamente. Respirei fundo, encarei John que agora estava sério e andamos para fora do elevador, em direção ao grande palco, iluminado excessivamente por holofotes, montado no meio do quartel. Enquanto eu observava o lugar estranhando o modo como as coisas estavam organizadas, tomei um empurrão forte no ombro.
- Aproveite enquanto pode, namorado de puta. Você não vai passar. - Stanley disse com raiva.
Ele cuspiu no chão, próximo aos meus pés quando passou por mim. Meu sangue ferveu, mas a mão de John estava em meu ombro e me impediu de reagir.
- Realmente não vale a pena, ele tem sorte do pai dele indicar o nome do idiota todo ano. Vamos, espero que você tenha a oportunidade de chutar a bunda dele de novo. - John praticamente me arrastou até a frente do palco e nós esperamos.

O lugar ficou lotado, muito mais cheio que dos anos anteriores e isso fez com que eu ficasse preocupado. Quanto mais gente, menor seria minha chance.
Eu não era o único que estranhava, a conversa no galpão só parou quando o elevador abriu.
De dentro dele saiu um grande grupo de majores, Abraham e alguns ministros. Eu reconheci o pai de Mya na hora e mesmo depois de ver ele no palco, perto de mim, não achei a mínima semelhança com a garota.
Logo o palco estava cheio e minha ansiedade começou a dar sinais, minhas mãos suavam e eu batia o pé marcando o ritmo do meu próprio coração acelerado.
- O que você tá tentando fazer? - John falou ao meu lado e eu o olhei sem entender - Se você não parar quieto eu vou te sossegar na força. Relaxa cara, a gente sabe o quanto tem treinado pra isso, somos referência! - John colocou as mãos nos meus ombros e falou sério enquanto me encarava. - Nós vamos mudar essa merda de patente, vamos conseguir apartamentos decentes, vamos ter uma vida melhor e eu vou poder fazer amor com a minha mulher sem meu filho no mesmo quarto. Agora relaxe e se concentre, precisamos prestar atenção no que vai acontecer aqui.
Na maioria das vezes John era o tipo do cara que tem a piada pronta antes mesmo de você abrir a boca e dar a deixa para ele fazer graça, mas isso também era uma fuga de toda a merda que ele passava. Nós lutávamos juntos atrás daquilo que queríamos, o problema é que todos dentro daquela sala tinham o mesmo objetivo que a gente.
Respirei fundo algumas vezes e tentei me acalmar. Quando vi que havia recuperado o controle sobre meu corpo comecei a analisar os rostos conhecidos por ali e vi que grande parte das pessoas eram novas, alguns reincidentes como eu e John, alguns filhas da puta como Marcos Stanley e Liam Pinkham... Realmente teriam algumas bundas interessantes para eu chutar quando começasse a seleção.
Eu estava distraído quando Abraham se aproximou do microfone, ele limpou a garganta e imediatamente todas as conversas paralelas que haviam recomeçado, desde que o povo da cúpula chegou, pararam. Todos nós entramos em formação e um sorriso que não tocava os olhos de Abraham surgiu em sua boca enquanto ele observava nossa organização.
- É com muito orgulho que parabenizo vocês por serem qualificados para a seleção. - ele fez uma pausa observando as reações e logo continuou - Muitos de vocês já sabem como isso funciona, mas soube que temos grande quantidade de sangue novo entre vocês. Para os que não sabem, cada um de vocês recebeu uma indicação, cada um de vocês tem um padrinho e diferente dos anos passados, dessa vez teremos grupos de quatro pessoas por padrinho. - Houve confusão quando Abraham anunciou a novidade - Silêncio! - relutantemente a ordem foi seguida - Vamos logo anunciar os grupos. Assim que seu nome for chamado, se reúna ao seu padrinho e equipe, aqui no palco.
Era óbvio que todos estavam nervosos com a decisão, todos sabiam como funcionava a seleção, mas isso poderia mudar tudo. Respirei fundo e encarei John, sabendo que ele pensava o mesmo que eu. Precisávamos cair no mesmo time.

Quando chegou a vez de Yuri se apresentar como major e pedir seu grupo, eu rezei baixo para que Deus, uma única vez aquele dia, me desse o alívio de competir com, e não contra, John.
Abraham se aproximou do microfone, pela milésima vez na noite e anunciou.
- Grupo do Major Yuri Rossakov. Ezra Stone, John Chester - eu encarei John com um sorriso de orelha a orelha e ele correspondia - Marcos Stanley e Liam Pinkham. Parabéns. Grupo do Major Richard... - a voz de Abraham sumiu ao fundo.

De todas as surpresas do meu dia, aquela havia sido a mais merda de todas.

Quando nos reunimos com a equipe meu sorriso por ter John comigo já não era visível, cumprimentei Rossakov sem entender a palhaçada que ele havia feito com uma equipe que não seria nada amigável. John estava com a mesma cara fechada, ele não suportava Liam depois de um grande discurso racista contra Daya. Em voz alta. Na presença dela.
- Olá parceiros. - Yuri sorria ao contrário de nós quatro. Era óbvio que ali ninguém queria trabalhar junto.
- Não entendi que bosta aconteceu aqui - Stanley foi o primeiro a falar
- Nem eu. Não vou ajudar esse idiota a trocar de patente, nem fodendo. - John falou sério.
- Acalmem os ânimos meninas. - Yuri se enfiou entre John e Stanley - Vocês aqui são soldados em busca de promoção, certo? Todos têm o mesmo objetivo e vão ter que provar que sabem trabalhar em equipe. - Ele tirou um cigarro de palha do bolso e colocou na boca - Quero que cada um de vocês escolha um novato para adotar. Teremos trabalho na próxima semana, então é bom cada um cuidar da sua vida e zelar pelo bem estar do colega, ou vocês estão em risco de perder a patente. Se um falhar, todos caem. Entendido? - Ele distribuiu tapinhas nas cabeças próximas a ele e saiu andando.
Então seria isso? Eu encarei Stanley que saiu bufando junto com Pinkham e me perguntei que merda iria acontecer.

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- Isso é injusto cara! - John reclamava no elevador. - Eu preciso dessa promoção, eu preciso do apartamento maior, agora eu tenho um filho cara! Não dá pra depender daqueles dois fodidos! - ele chutou a parede do elevador enquanto eu o observava de braços cruzados.
- Temos duas opções, ou nós garantimos nosso lado com os melhores novatos e aceitamos trabalhar junto com os dois por um bem maior, ou a gente se retira e se fode com a possibilidade de nem ter o nome na lista de espera... E aí, o que vai ser? - Essa era nossa realidade e John precisava aceitar.
- Vamos fazer essa merda direito. Acorde cedo amanhã, vamos botar esses dois filhos da puta na parede e fazer com que eles cooperem. - John esfregou o rosto - Estou cansado pra caralho, amanhã começa. Até amanhã Ezra e não se atrase! - ele olhou firme para mim e apontou o dedo na minha cara como se eu costumasse fazer isso. Eu mostrei o dedo do meio para ele e a porta do elevador fechou enquanto John ia por seu corredor.

Abri a porta de casa e logo arranquei a roupa, deitei pelado e esperei o sono chegar.
Sonhei com ataques, terremotos e olhos verdes cheios de lágrimas.

AZAHRA - A cidade do céu (EM PAUSA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora