TIRO AO ALVO

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CAPITULO EXTRA GRAÇAS AOS DUZENTOS VIEWS! <3

DEDICADO AOS LINDOS Sergioroberto15

  e JVHuning <3

Vocês são incríveis, sério! Espero de coração que vocês gostem do que escrevi e juro que a ação tá chegando hihihi
Por favor, opine! Quero muito saber o que vocês estão achando da trama.

Como de costume,  a música do capítulo tá aqui:

times like these <3

Eu não sei o que foi que tomei, mas com certeza servia para derrubar um cavalo. Eu apaguei até a manhã seguinte, acordei quase duas horas antes do despertador. Minha mão latejava forte e ainda estava bem vermelha onde o corte havia sido feito. Fiz cara feia e me levantei tomando cuidado para não esmagar Emme que dormia na curva da minha cintura. Ela reclamou quando me mexi, mas logo voltou a dormir, me ignorando.

Tirei o calção do dia anterior e entrei debaixo do chuveiro. Eu havia chego e capotado, devo ter dormido quase 18 horas e minha cabeça parecia flutuar depois de tanto tempo em stand by. Depois de um belo banho, coloquei meu uniforme e resolvi dar uma olhada em como estava a cidade.

A Cidade em Pé era, na verdade, um prédio enorme. Ela tinha setenta andares e cada um deles tinha cerca de duzentos apartamentos. Nem todos os apartamentos eram ocupados e vários andares eram preenchidos por igrejas, escolas, hospitais, bases militares e tudo mais que uma sociedade comum necessitava para funcionar.

Parte das pessoas que se alimentavam no segundo andar tinham emprego dentro do prédio, mas a grande maioria vivia de um comércio sujo e caro do lado de fora. Assim que eu saí do elevador e fui em direção ao portão pude sentir o cheiro de merda, poluição e enxofre que o vento trazia do lado de fora. A poeira seca dançava no ar entre as barracas de ferro corroídas pelas chuvas ácidas. O sol quase morto dava as caras por trás de finas nuvens cinza. Raramente eu saia por esse lado, evitava ao máximo olhar a pobreza de onde eu tinha vindo.

Eu passava por ali única e exclusivamente para ir ao Joe's, uma vez por mês quando nós recebíamos nosso salário diminuto e comemorávamos sabe lá Deus o que. Sendo o Joel's um bar, as bebidas eram exclusivamente uísque, caseiro e com poder de derrubar um cavalo, e cerveja, que era aguada e vinha com pedaços de algo que acreditávamos fielmente que deveria ser trigo, mas ninguém tinha 100% de certeza. Eles também serviam um ensopado ralo de batatas que matou minha fome quando criança grande parte das vezes em que minha mãe conseguia um turno como garçonete. As coisas haviam mudado desde aquela época, agora as garçonetes não serviam apenas as mesas, se é que você me entende.

Eu entrei pela porta do bar que raramente estava fechado, duas garçonetes dormiam apoiadas uma na outra enquanto Joe roncava em cima do balcão. Procurei Vitta com os olhos e não a achei. Provavelmente ela estava com algum cliente.

Vitta tinha vinte e sete anos, mas nem todos sabiam. Ela tinha o rosto infantil e fazia de tudo para ser o mais sensual que podia, assim mantinha dois irmãos e uma mãe doente que acreditavam fielmente que todo o dinheiro que ela recebia era fruto do trabalho de garçonete. Vitta se chamava Victória, mas ela não gostava quando os outros a chamavam pelo nome, ela costumava me dizer que Vitta era sua personagem, como se ela fosse uma atriz e representasse o tempo todo. Eu a conheci aos dezoito anos, logo que entrei para o EDPC, a comemoração foi além da bebida e resultou na minha virgindade perdida. Desde então eu encontrava Vitta uma ou duas vezes por mês, mas no meio do nosso programa muitas vezes Victória aparecia e chorava, dando a entender que esperava alguém para tira-la daquela vida.

AZAHRA - A cidade do céu (EM PAUSA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora