Any: Até! - assenti e ela se virou. - Patrícia! - chamei e ela se virou. - Também queria que as coisas fossem como antes. - respondi deixando transparecer a tristeza que eu sentia.

Patrícia: Quem sabe um dia! - deu de ombros e deu as costas.

Sentei no degrau da porta admirando o carro. Imaginei como teria ficado feliz se tivesse recebido esse mesmo carro na época em que amava Patrícia como minha tia e melhor amiga, um tempo em que não a vi como traidora.


Meia hora depois Celina e Angelique entraram na casa, levou dois segundos pra fazerem a pergunta.

- Any de quem é aquele Cetroën maravilhoso lá fora? - Angel perguntou primeiro.

Any: Meu! - respondi sem muito entusiasmo mostrando a chave.

Celina: Como seu? Não tinham roubado seu carro?

Any: Sim, mas... O banco devolveu o dinheiro do seguro e Patrícia comprou esse no lugar e pagou a diferença.

Celina: Sua mãe te deu esse carro? - perguntou surpresa.

Any: Ela não é minha mãe Celina. - me levantei brava.

Celina: Desculpa, Any... Foi sem querer. - deu de ombros.

Any: Tudo bem! - suspirei. - Ta vendo! Isso que estraga... Por que as coisas não podiam ser como antes entre mim e ela? Eu teria ficado muito mais animada se a minha tia tivesse me dado esse carro, não a mulher que mentiu pra mim a vida inteira. - respirei fundo e me controlei quando senti minha garganta arder.

Angelique: Any não fica assim, não gosto de te ver desse jeito. - respondeu se aproximando.

Any: Tudo bem, eu to bem. - respondi respirando fundo querendo evitar uma cena. - Eu já devia ter me acostumado com isso, mas eu to bem. - respondi assentindo.

Celina: Olha não fica mal, pensa que agora você tem um carro de novo, ela só te devolveu o que você perdeu.

Angel: Ela ta certa... E acabei de ter uma ideia. - sorriu animada.

Any: Que ideia?!

Angel: Agora a gente tem que arrumar a garagem pra guardar esse carro.

Celina: É, mas ta uma bagunça e a parede ta horrível. Vai acabar precisando de uma pintura.

Any: A gente pinta então. - dei de ombros me animando com a ideia.

Angel: Bom, então vamos estrear seu carro, indo até a loja de construção aqui perto comprar tinta, ok?

Any: Ok! - sorriu.

Celina: Eu quero rosa, essa casa tem que ter um tom mais feminino. - sorriu.

Angel: Ela já é feminina. A sala é vermelha, o quarto é lilás e rosa pra garagem não vai combinar... É melhor só darmos um jeito naquelas caixas, limpar a garagem e deixar a parede da cor que é branca e cinza.

Celina: Ai que cor mais sem-graça, vou ficar deprimida cada vez que passar por ela. - respondeu.
Sorri ignorando a discussão e acionei o alarme do carro que destravou as portas, quando entrarmos suspiramos sentindo aquele aroma de carro novo em folha. Girei a chave na ignição e sorri ao ouvir o barulho do motor.

"Há quanto tempo eu não dirijo!", pensei sorrindo com um suspiro e acelerei. O carro deslizou no asfalto e as meninas e eu sorrimos. Era muito bom sentir a sensação de estar ao volante de novo.



Alfonso

Estacionei a Hornet em frente à república de Any e toquei a campainha. Estranhei com a demora em atender.

Uma Lição de Amor ✔Where stories live. Discover now