Capítulo 59

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Escuto a porta sendo aberta, e me agarro ainda mais em Dasha que dorme tranquilamente. A minha noite se resumiu em praticamente cochilos; qualquer ruído e eu acordava sobressaltada.

Abro meus olhos lentamente, como se qualquer movimento brusco fosse desarmar uma bomba. Deparo-me com Chelsea nua, encostada no batente da porta, com um sorriso satisfeito.

Confiro se Dasha está realmente dormindo, e subo ainda mais a coberta em seu pequeno corpo, cobrindo sua orelha. Sento-me na cama, mas mantenho o olhar em minha filha.

—O quê? Está incomodada com a minha nudez? Logo você que me ajudava a tomar banho quando eu estava bêbada! —Ela gargalha como se fosse uma ótima piada.

Permaneço encarando Dasha, enquanto acaricio sua cabeça.

—Por que não está me olhando? Está envergonhada? —Ouço seus passos se aproximando de mim. —Ou... Você me deseja?

Viro meu rosto em sua direção para encarar seus olhos. O cheiro de sexo recente me dá vontade de regurgitar.

—Desejo sim. —Meu sorriso a faz ficar confusa. —Desejo você enterrada á sete palmos.

A raiva volta com tudo em seu olhar, acompanhada de um sorriso superficial.

—Não me é admirável suas palavras. Olhe só pra você; está gorda, redonda igual uma bola. Enquanto eu estou maravilhosa. —Ela joga uma mecha do cabelo para trás.

—Chelsea, eu não me importo de estar "gorda" ou "redonda", pois estou gerando uma vida. E acredite isso é gratificante. Mas sabe o que é engraçado nessa história? É que o Linc me preferiu mesmo assim; gorda e redonda.

Seus olhos se semicerram. Ela se aproxima até ficar cara á cara comigo.

—É, ele te preferiu. Mas em breve quem estará me preferindo vai ser seu amado Zack. E isso aqui... —Ela coloca uma mão em minha barriga. —Não passará de uma lembrança infeliz.

Fecho minhas mãos em seu pescoço, pressionando a região de suas amídalas. Ela abre a boca em um perfeito O, enquanto aperto sua garganta com toda a minha força, sentindo-me vingada ao ver sua expressão de terror.

—Ele te proibiu de me machucar, não foi? —Digo me referindo á Linc, com as narinas dilatas de ódio. —Significa que posso mata-la agora mesmo.

Suas mãos tentam retirar as minhas de seu pescoço, e intensifico o aperto. Ela começa a tossir procurando oxigênio e seu rosto fica em um tom surpreendentemente vermelho. Desgrudo minhas mãos, vendo-a se afastar tossindo, apoiando-se na parede á minha frente.

—Sua va... Dia! —Ela respira como se tivesse acabado de correr uma maratona.

—Bom dia! —Linc entra no quarto segurando uma bandeja. Ele me encara animado, mas ao ver Chelsea, seu olhar murcha. —Pensei ter dito para botar sua roupa e vazar.

Seu tom não parece ser dos mais gentis.

—Eu estava...

—Vaza! —Ele arqueia a sobrancelha procurando algum sinal de objeção.

Chelsea me encara com o rosto ainda vermelho.

—Talvez eu até sinta sua falta. —Ela sorri ironicamente e sai batendo a porta.

Linc dá meia volta e caminha com a bandeja até o criado mudo ao meu lado. Ele joga a bandeja vazia no chão, e o som estridente me faz pular assustada, e acorda Dasha que chora de susto.

—Shhh meu amor. —Pego-a no colo. —Mamãe está aqui.

—Opa, parece que acordei a criança. —Vejo-o sorrir maldosamente. —Tomem o café da manhã. O dia será muito longo.

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora