Capítulo 11

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Saio de casa caminhando em direção ao carro de Zack, que me espera encostado no capô.

—Você está lindo. —Falo dando um beijo em sua bochecha.

—Obrigado, mas é o cavalheiro que deve falar isso para a dama e sinceramente você me deixou sem palavras. Está maravilhosa!

—Muito obrigada. Afinal, não passei horas me arrumando para passar despercebida. —Digo brincando.

—Pois não irá passar. —Pisca sorrindo.

No caminho, fomos conversando sobre o hospital e o bebê. Ele disse em algum momento, que se tudo desse certo com a assistente social, em algumas semanas ela teria alta e estaria pertinho de mim.

—Gosta de comida francesa?

Saio dos meus devaneios ao ouvir sua voz grave.

—Está brincando! É meu tipo de comida preferido.

—Então prepare o estômago, porque vamos para o melhor restaurante francês de New York!

Chegamos em frente a um restaurante muito elegante. A placa chamativa com o nome "Daniel" captura minha atenção, e pelo fluxo de pessoas, passo a acreditar de que realmente é o melhor de New York.

Guiam-nos até nosso lugar, e fico com uma pontada de nervoso.

—Boa noite e bem-vindos ao Daniel. Sou o Arthur e vou servi-los esta noite. Já sabem o que vão pedir?

Observo o cardápio e há tantos pratos que fico um pouco confusa.

—Vou querer Quiche Lorraine, falam que é maravilhoso. O que você acha Arthur?

—Realmente é maravilhoso senhora, e o senhor?

—Senhorita. —Corrijo-o sentindo minha face arder.

—Perdoe-me senhorita.

—Vou pedir Escargots. —Zack fala com uma entonação séria.

—Ok, e o que vão pedir para beber? —O garçom anota com rapidez.

—Traga seu melhor vinho. —Falo despreocupada, e Zack me olha com uma expressão de curiosidade. —Relaxa docinho, eu ajudo a pagar.

—Trago em um instante. —O garçom se retira.

—Não precisa me ajudar a pagar, sou um cavalheiro. —Ele ajeita sua gravata.

—Que machismo. —Reviro os olhos.

—Não é machismo, é bom senso. —Ele dá uma piscada muito sexy e penso nas coisas que poderiam acontecer depois desse jantar se eu fosse uma pessoa normal.

Alguns minutos depois, o garçom chega com o vinho e as comidas.

—Senhorita, esse é o vinho Saint-Èmillion, o melhor da França.

—Obrigada. —O garçon se retira.

—Que moça educada. —Zack ergue uma sobrancelha.

—Sou mesmo, mamãe me ensinou direitinho. —Solto uma gargalhada.

—E fez direitinho.

—Também. —Ele me encara com malícia.

Sinto um rastro frio de suor descer em minha espinha, e sorrio quase desconfortável.

—Vejo que sabe escolher um bom vinho. —Diz tomando um gole generoso. —As mulheres geralmente não sabem tanto de vinhos como homens.

—Eu sou uma apreciadora da arte dos vinhos.

Zack!

Escuto uma voz fina e aguda atrás de mim, chamando seu nome.

—Zack amor, quanto tempo. —Uma mulher morena se aproxima de nossa mesa.

—Oi Mandy. —Ele responde tenso.

—O que faz aqui? —A mulher de lábios vermelhos berrantes, delineador perfeito e maquiagem chamativa olha pra mim com cara de nojo. —E quem é essa?

—Minha namorada.

—O quê?—Ela responde alternando seu olhar entre eu e Zack.

—Sim Mandy, minha namorada e se me der licença, prefiro acabar meu jantar em paz.

—Não acredito que você me trocou por uma piranha de nível tão baixo. —Ela diz inconformada.

—Quem você pensa que é para falar assim de mim? —Me estresso e bato na mesa, chamando atenção de algumas pessoas.

—Vamos amor? —Um senhor que aparenta ter idade de ser seu pai aparece.

—Claro querido, só estava cumprimentando velhos amigos. —Ela dá um beijo no velho e fico enjoada pela cena.

—Entendo querida. —Ele sorri gentilmente pegando em sua cintura. —Sinto muito, mas já estamos de saída. Espero que tenham uma boa noite.

Sorrimos educadamente e olhamos ele indo embora com a mulher, fazendo-me soltar o ar que eu nem sabia que estava prendendo.

—Me desculpe Lana. Mandy é uma ex-amiga. —Ele pigarreia. —E me desculpe, não deu tempo de te defender.

—Amiga, hein?—Falo rindo do seu desconforto. —Relaxe, vamos acabar de jantar. Ainda vou pedir a sobremesa, se é você que vai pagar eu tenho que aproveitar Namorado.

—Que gordinha.

—Se falar isso outra vez você vai errar feio bonitão.

—Me acha bonitão?

—Cale a boca. —Dou risada.

Depois de jantarmos pedimos uma deliciosa sobremesa, as Profiteroles. São doces maravilhosos que são acompanhados de sorvete de creme e calda de chocolate.

Depois de enchermos a pança de doce e falarmos sem parar, sinto-me cansada, mas não a ponto de querer ir embora.

—Você está cansada? Quer que eu te leve embora?

—Não, Zack, ainda está cedo, eu estou ótima.

—Podemos ir a uma balada bem legal que tem por aqui e tem muita música boa e...

—Ok, vamos.

Zack pagou a conta e peguei minha bolsa acompanhando-o até o carro.

Apenas seja normal, Lana.

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora