Capítulo 20

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Lana, preciso falar com você!

Escuto a voz de Rebecca, e percebo que algo está errado. Despeço-me de Mark com um beijo discreto, afinal tínhamos um acordo: na escola, apenas dois bons amigos. Na rua, um casal apaixonado.

—Pode falar Rebecca. —Falo olhando para seu pescoço que tinha uma mancha roxa. Ela era tão delicada, com sua pele branca e seus cabelos longos pretos em contraste com seus olhos castanhos escuros.

Estou com um mau pressentimento, acho que é o Linc. Ele vai fazer alguma coisa ruim.

Começo a tremer momentaneamente. Percebendo, Rebecca me puxa para um abraço apertado.

—Vamos sair dessa Lana. —Diz fungando.

Eu vou nos tirar dessa Becca. Eu prometo! —A abraço ainda mais apertado.

—Tome. —Ela olha para os lados com desconfiança, e abre a palma da não revelando um origami bem dobrado. — Ele me mandou entregar isso á você.

Pego o origami de sua mão, olhando com um misto de incredulidade e curiosidade. Abro-o e começo a ler o pequeno recado:

Você e Rebecca, após a aula no meu carro.

Depois de ler em voz alta, rasgo o bilhete em pedacinhos, olhando com raiva para o estacionamento, encontrando um par de olhos cínicos e perversos me encarando.

Após a aula, eu e Rebecca somos as últimas a deixar a escola. Saindo pelos fundos, encontramos uma Suv preta estacionada do outro lado da rua. Nesse momento, vejo Rebecca engolir em seco.

Com certeza Linc alugou o carro para não causar suspeitas! Percebo Linc com gorro, luvas e óculos escuros para não ser reconhecido no volante. Um mau pressentimento toma conta do meu corpo, e corro para a lixeira mais próxima, pondo para fora todo meu almoço. Assim que entramos no carro, somos vendadas. Depois de um tempo, saímos do carro ainda vendadas, escutando uma porta ser aberta. Ele retira nossas vendas, nos empurrando no chão logo em seguida. Abraçamos uma a outra, compartilhando do mesmo sentimento. O desespero!

Sou amarrada á uma cadeira, e Linc me olha com uma expressão maníaca. Ele faz Rebecca ficar de joelhos, e chuta sua barriga, fazendo sangue sair de sua boca.

O-o que-que e-eu fi-fiz. —Ela gagueja.

Vocês estão armando contra mim, eu posso sentir, e não estou nada feliz com isso. Preciso dar um fim em uma de vocês. —Ele caminha de um lado á outro com um olhar perturbado.

Não estamos eu juro! —Grito desesperada.

Pois eu não acredito em você. —Ele vai em direção a uma arma na mesa, com um sorriso no rosto.

Fecho os olhos ofegando, escutando gritos de súplicas e muito choro. Escuto o som do tiro, e um grito rasga minha garganta. Abro meus olhos lentamente, e vejo Rebecca ainda viva, deitada sobre sua própria urina, tremendo de medo e em estado profundo de choque. A arma era falsa! Ele fez isso para nos assustar! Sua risada doentia ecoa pelo barraco com cheiro de mofo.

Meu estômago parece ter se compactado dentro de mim e expelido os sulcos para fora sem minha permissão. Meu corpo parece convulsionar com o esforço causado pelo vômito recente.

—Vocês às vezes me deixam enjoado.

Ele puxa Rebecca pelos cabelos e a joga bruscamente no chão. Ela continua sem reação e sem se mexer ainda em choque. Ele arranca sua blusa violentamente, fazendo o mesmo com a calça, rasgando sua calcinha e a deixando em pedaços. Ele viola o seu corpo violentamente urrando de prazer, enquanto ela urrava de dor. Depois ele a vira, fazendo o mesmo com seu ânus.

Permaneço de olhos fechados tremendo continuamente tentando me teletransportar para outro lugar que não seja ali.

Depois de terminar, ele me desamarra e arranca minhas roupas, estocando violentamente dentro de mim, fazendo um ardor subir ao pé da minha barriga. Ele introduz dois dedos no meu ânus fazendo movimentos de vai e vem violentos e doloridos, fazendo-me engasgar com a dor.

Quando ele acaba, ele pega a arma do outro lado da cintura, e dessa vez, a arma verdadeira. Ele mira na cabeça de Rebecca.

—Vou deixar vocês se despedirem, aliás, nossa foda de despedida foi sensacional. Viu como sou bonzinho?—Ele diz ofegante.

—Lana, obrigada por tudo o que fez por mim. Eu te amo do fundo do meu coração. —Ela sussurra com alívio nos olhos por sua dor estar próxima do fim. —Olha, pelo menos vou deixar de sofrer.

Ela sorri entre as lágrimas.

—Linc, por favor, não. —Imploro desesperada.

—Não sou de fazer favores.

Rebecca me abraça fortemente, e beija meu rosto. Ainda olhando para ela, seu sangue espirra em minha face junto com o som ensurdecedor do tiro. Os olhos que antes tinha vida perde o brilho.

Ela levoi um tiro na cabeça bem na minha frente, de uma forma tão fria, tão desumana, que fiquei totalmente sem reação. Depois do acontecido, fiquei sem falar por um mês em estado profundo de choque.

Nunca encontraram o corpo de Rebecca.

Sem dúvida aquele foi o dia mais traumatizante da minha vida!

***

—Filha?

Desperto dos meus pensamentos, e vejo o olhar preocupado de minha mãe.

—Por que está chorando, filha? —Minha mãe toca mão, e por reflexo, retiro minha mão rapidamente do seu contato.

Seco meu rosto com um guardanapo.

—Por nada mamãe, acho que de felicidade. —Minto e ela me olha desconfiada.

—Seu pai acabou de chegar, vamos? —Ela se levanta com Dasha no colo.

—Quero dar uma olhadinha em mais algumas coisas, mais tarde pego um táxi. Leve a Dasha com vocês, amanhã eu a busco.

Despeço-me da minha filha, e vou para fora do shopping. Desfaço o origami e leio a pequena frase.

"Em breve"

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora