Capítulo 26

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—Você está muito quieta. Está tudo bem? —Zack fala olhando para mim, e para a pista ao mesmo tempo.

—Sim, está tudo bem. —Dou um sorriso fraco e aperto sua mão que descansa no volante.

—Chegamos.

Antes de descer, percebo o carro dos meus pais na entrada da minha casa. Sinto Zack ficar tenso ao meu lado, mas mesmo assim enlaça sua mão na minha.

—Você tem certeza que quer entrar de mãos dadas comigo? Não que eu não queira, eu quero, é que você...

—Eu quero, e não ouse solta-la, senão saio correndo.

—Por que sairia correndo? —Encaro seu rosto um pouco confusa.

—Seu pai. —Ele faz uma careta e caio na gargalhada.

—Ele só late, mas não morde, você verá.

Abro a porta da frente, e encaro meus pais brincando com a pequena no sofá. Logo a atenção passa de Dasha, para minha mão entrelaçada com a de Zack. Minha mãe abre um sorriso gigante, já papai fecha a cara.

—Olá mamãe. —Me solto de Zack que me repreende pelo olhar, e me aproximo de minha mãe lhe dando um beijo na bochecha e depois em sua barriga. Depois beijo papai e minha filha.

—Hum, olá. —Zack coça os cabelos como um sinal de nervoso, e reprimo um sorriso.

—Oi meu filho, se achegue até nós, não mordemos.

Ele cumprimenta minha mãe com um beijo no rosto e logo depois aperta a mão de meu pai que faz questão de mostrar sua carranca.

—Mãe, pai, esse é o Zack. —Aperto a mão de Zack encorajando-o.

—Sou namorado dela, eu acho. —Arregalo os olhos ao ouvir sua declaração, mas sorrio.

—Eu me chamo Lucy. —Minha mãe encara meu pai esperando sua apresentação. Ela o cutuca, fazendo o mesmo revirar os olhos.

—Sou Frances.

—Muito prazer. —Zack responde com um sorriso tímido.

Dasha está de bruços e com a cabeça erguida observando a situação. Ela abre um sorriso banguela para Zack, que se derrete todo.

Minha mãe chama papai e caminha com ele para a cozinha; provavelmente para dar um pequeno sermão sobre ter educação com as visitas. Zack se senta no sofá e conversa com Dasha, como se ela entendesse cada palavra.

—Acho que alguém fez cocô, mamãe. —Zack fala fazendo uma careta.

—Vamos deixar nossas damas trocar essa princesinha enquanto conversamos meu rapaz. Por favor, me acompanhe. —Fala meu pai aparecendo na sala.

Vejo Zack engolir em seco, mas ele segue meu pai sem pestanejar.

—Ele vai urinar nas calças. —Mamãe debocha ao meu lado.

—Deixe de ser malvada mamãe.

—Seu pai consegue ser muito intimidador quando quer.

Pego Dasha e subimos as escadas entrando no quarto da bebê que está sendo arrumado por Ariana. Dasha se agita nos meus braços e começa a dar gritos.

—Olá bebê. —Ela beija a cabeça de Dasha. —Você tem muita sorte de tê-la como filha, é um bebê lindo e calmo. Com licença senhoras. —Ela sorri e vai embora.

—Minha filha é a melhor bebê do mundo. —Passo o nariz na sua barriga branca fazendo-a sorrir. —Mas está fedida.

—Filha, você não tinha mencionado comigo que tinha um namorado. —Mamãe diz passando os lenços umedecidos.

—Mas eu não tinha, ele ainda nem fez o pedido oficial de namoro. —Torço o nariz ao ver a fralda cheia de fezes.

—E você gosta dele? —Diz abandonando a atividade desafiadora de remover a sujeira da bebê.

Paro de limpar Dasha, mas mantenho uma mão em sua barriga. Viro-me encontrando os olhos verdes de minha mãe.

—Eu gosto dele mãe, eu gosto muito. Quando eu o vejo, minha boca seca, minhas mãos soam e meu coração acelera. —Solto um suspiro. — Eu nunca me senti assim mãe, nem com Mark. E esse sentimento às vezes me assusta, eu não quero me machucar.

—Ele está apaixonado por você minha filha, dá pra ver só pelo brilho dos olhos dele. Quando eu conheci seu pai ele tinha o mesmo brilho nos olhos.

Ela se aproxima e me abraça.

—Gosto de saber que tem alguém cuidando de você filha. Eu quero te ver feliz, você já sofreu muito.

Escuto alguém bater na porta, e uma cabeleira castanha aparece.

—Atrapalho em algo? —Zack pergunta um pouco acanhado.

—Não rapaz, entre, eu vou descer e ficar com Frances. —Minha mãe sai apressada.

—Precisa de ajuda? —Ele fica ao meu lado fazendo caretas para Dasha.

—Essa mocinha não quer me deixar por a fralda. —Falo olhando pra Dasha que se mexe o tempo todo querendo ficar de bruços.

—Deixe-me ver.

Quando ele toma meu lugar e pega a fralda da minha mão, Dasha fica quieta deixando-o colocar a fralda.

—Prontinho. —Ele cheira seus pés.

—Ei filha, você deveria ficar no time da mamãe. —Beijo sua testa.

—Fala pra mamãe que eu sou mais legal. —Dasha mexe os pés. — Eu preciso ir, o dever no hospital me chama. Que tal uma jantar amanhã às nove da noite?

—Vou pensar no seu caso. —Entrelaço minhas mãos em seu pescoço.

—Creio que vamos nos ver amanhã então, tem uma pessoa que não resiste aos meus encantos. Não se atrase. —Fala me dando o último beijo.

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