Capítulo 42 (Zack)

5.2K 521 99
                                    

—Como você está hoje, garotão?

Avalio os pontos no peito do pequeno bebê, checo os aparelhos e vejo que está tudo bem. Pego seu prontuário e anoto algumas observações.

—Seu café, doutor. —Mony entra na sala e me entrega um copo.

—Você e os outros internos estão fazendo de tudo para participar da minha cirurgia. Estão até querendo me comprar com café e bolinhos.

—Doutor, não é qualquer cirurgia, é uma separação de gêmeos siameses!

—Eu sei, e é por isso que tenho que escolher muito bem meu auxiliar. Com licença Mony. —Ela solta um suspiro e sai da sala.

Meu Pager apita e apalpo meus bolsos, pegando o aparelho.

"Doutora Atina o chama com urgência na recepção."

—Ué, o que será que aconteceu?

Sinto um desconforto no peito e apresso meus passos. Chego à recepção e vejo pessoas amontoadas em um local com Maddy dando instruções.

—Doutor Zack, a Lana... —Atina corre em minha direção com um olhar desesperado. Ela começa a chorar e dou um passo pra trás, com medo do quem vem a seguir.

—O que aconteceu?—Ela fica em silêncio— O QUE ACONTECEU?

—E-ela desmaiou e está sangrando muito. —Ela fala desesperada.

Corro na direção da multidão e abro espaço, vendo minha pequena pálida deitada no chão, com as calças cheia de sangue. Sento-me ao seu lado, acariciando seu rosto pálido.

—Amor, abra os olhos pra mim. —Sinto-me entrando a beira do desespero.

—OH MEU DEUS. —Atina grita e viro-me em sua direção—ELA ESTÁ GRÁVIDA!

—O quê?—Sussurro imóvel, sentindo meu estômago se contorcer.

Vejo Atina com um exame na mão, e deduzo ser o exame que todos os internos fizeram á pedido do diretor.

—ABRA ESPAÇO, ELA VAI TER QUE OPERAR. CHAMEM A OBSTETRÍCIA!—Maddy grita.

—Eu vou junto, tenho que ir junto. —Falo desesperado.

—Não mesmo, você tem um vínculo com a paciente e você sabe que é extremamente proibido assistir ou fazer cirurgias de familiares.

—MAS ELA É MINHA NAMORADA, ELA PRECISA DE MIM! —Avanço na direção de Lana, e sinto-me ser puxado.

—Zack... —Lana acorda assustada.

—Estou aqui meu amor, estou aqui. —Desvencilho-me dos braços da pessoa e agarro sua mão.

Ela perde a consciência novamente e colocam oxigênio em seu nariz, obrigando-me a me afastar, vendo-a ser levada.

—MERDA!—Passo as mãos no cabelo.

—Vem cá, cara. —Piter me abraça.

—Ela está grávida, por um descuido meu. Ela ou o bebê podem morrer por um descuido meu. —Meus olhos ficam marejados.

—Cara, vai dar tudo certo. Só os melhores médicos trabalham aqui.

—É um aborto. O bebê talvez não resista. —Digo andando impaciente.

—Você não sabe disso, garanto que vão tentar salvá-los.

Caminho impaciente de um lado á outro, ansiando por notícias. Vejo Atina trêmula, com os cabelos bagunçados. Não perco tempo e corro em sua direção.

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora