Capítulo 37

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Escuto um barulho irritante ficando cada vez mais alto, e sinto minha cabeça latejar. O barulho cessa deixando o silêncio reinar novamente. O despertador volta a tocar e o derrubo no chão, fazendo-o silenciar.

—PORRA. —Grito tampando meus ouvidos com o travesseiro.

Abro os olhos e vejo que o dia mal raiou. Solto um suspiro, sentindo o aroma de café tomar conta do quarto.

—Bom dia, flor do dia. —Abro os olhos lentamente e vejo Zack sorridente, com uma xícara de café na mão.

—Só quero dormir. —Digo resmungando e cobrindo minha cabeça com o lençol.

—Nada disso. Esqueceu que dia é hoje? —Diz tirando a coberta do meu rosto.

—É o seu aniversário? Ou é o meu? —Vejo-o negar.

—Seu primeiro dia de internato.

Arregalo os olhos e pulo da cama rápido demais, me fazendo ter uma leve tontura.

—Como pude esquecer? Estou péssima!

—Tome o comprimido que está em cima do criado mudo, um bom banho, e depois desça para o café que logo passa. —Diz bebericando seu copo.

Coço a cabeça olhando para ele, que acha graça.

—Acho que esse comprimido não vai adiantar nada.

—Se não adiantar, te aplico um soro com remédio no trabalho, agora vá. —Bate em minha bunda me fazendo reclamar.

Tomo um banho demorado, escovando os dentes e brigando com os azulejos por ter que acordar tão cedo. Saio do banheiro e acho roupas de frio em cima da cama. Ótimo!

Me visto rapidamente, tomo o comprimido e caminho lentamente para o quarto da Tê, procurando um óculos escuro e alguma maquiagem que possa cobrir minhas olheiras. Desço as escadas reclamando pela quantidade de degraus. Zack começa a me acelerar, falando que estamos atrasados.

—Zack, ainda é 05h30min da manhã. —Digo emburrada.

—Nosso turno começa às 06h00min.

—Que merda, sinto que vou fracassar. —Digo bocejando.

—Você vai se sair ótima, você apenas está com mal humor matinal. —Beija minha testa.

—Não consigo ser feliz quando me acordam cedo.

—No futuro você me agradecerá por isso. —Diz me dando um selinho.—Agora vamos.

Pego o copo térmico e o encho de café. Pego um sanduíche e a mochila que Zack preparou, com alguns alimentos para os pequenos intervalos, e corro para o carro.

Ele da partida e saímos em meio às poucas luzes acesas na cidade. Tomo meu café rapidamente, seguido do sanduíche. Abro a mochila e pego o papel com a senha do meu armário.

Chegamos em frente ao edifício e sinto uma pontada de nervoso. Zack estaciona na vaga que é exclusivamente sua e me olha nos olhos.

—Bom, acho que você já sabe que não vamos andar de mãos dadas para não parecer que você é a minha favorita, e essa coisa toda.

—Eu entendo.

—Mas fora do hospital, você é muito mais do que minha favorita. Boa sorte no seu primeiro dia. —Ele me beija carinhosamente e pega sua mochila.

Saímos do carro, seguindo caminhos diferentes. Meu celular treme no bolso da mochila e tento acha-lo. Vejo que é uma mensagem da minha mãe e fico preocupada. Afinal, dona Lucy não é fã de acordar cedo, principalmente na gravidez dos gêmeos.

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora