Capítulo 41

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—Você está péssima. —Escuto a voz de Atina e reviro os olhos dando um longo gole no meu café.

—Estou naqueles dias e estou com cólicas. —Deito no banco do vestiário deixando a xícara de lado.

—Já faz um tempo que você está com cólicas.

—Eu sei, mas é normal. Sempre tive esse problema de cólicas demasiadas.

—Aliás, você está muito pálida, já mediu sua pressão? —Pergunta preocupada.

—Não, mamãe. —Digo com ironia e ela revira os olhos.—Eu estou bem, juro.

—Então tá. Hoje vamos ficar com o bonitão. —Ela suspira.

—Quem seria o bonitão?

—O cirurgião pediatra.

—Zack? —Ela concorda com a cabeça.—Pode tirar os olhos que é meu.

—O quê? Como assim?

Mostro minha mão direita para ela, e vejo-a ficar paralisada por um tempo. Ela me olha e abre a boca.

—Não acredito sua safada. Como assim? —Ela pergunta ainda em choque.

—Longa história. —Dou risada de sua careta.

Encontramos Zack no pátio de mãos para trás, com o rosto sério. Quando me vê, ele abre um sorriso discreto, recompondo a postura séria em seguida.

—Está tendo um surto de gripe no hospital, então tomem cuidado. Hoje vamos ficar na emergência.

Nosso grupo segue Zack, olhando o movimento corrido á nossa volta.

—Sirvam-se. —Aponta para uma pilha de prontuários.

Pego um prontuário na emergência e o leio, seguindo até o leito do paciente.

—Olá, como estão? —Pergunto aos pais com um sorriso gentil no rosto.

—Oi doutora, pensei que iam demorar mais para nos atender, mas que bom que você chegou. —A mãe do menino diz aliviada.

—O Brad está reclamão hoje. —O pai fala olhando com amor para o filho, que mantem a cara fechada.

—Então Brad, meu nome é Lana e vou te atender hoje.

Ele me olha com tédio e revira os olhos.

—Você tem onze anos, certo?—Ele concorda com a cabeça.—O que está sentindo?

—Eu estou bem. Meus pais que querem me tratar igual a uma criança, sendo que já sou pré-adolescente. —Ele cruza os braços.

—Ele está se sentindo um homem só por que está com uma espinha na testa. —O pai do garoto sussurra rindo e olho para a espinha do menino.

—Uma espinha? Vou circular isso aqui. —O menino fecha ainda mais a cara.

—Doutora, nós o trouxemos, pois ele tem a imunidade extremamente baixa, e ele está um pouco mole. O outro médico nos mandou ficar de olho nele, afinal ele precisa de um transplante de medula óssea que nunca conseguimos. —A mãe do garoto diz preocupada.

—Entendo senhora...

—Hernandez.

—Senhora Hernandez, farei novos exames e chamarei meu superior para acompanhar o caso de Brad.

—Muito obrigada. —Ela aperta minha mão.

***

—Os linfócitos desse menino estão em zero. —Zack diz analisando os exames.

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