Bônus- Linc

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—Sugre, vigie a porra dessa cela. Você vai pegar esse espelho e ver se o chefe está vindo através dele, entendeu?

—Claro, bro.

Muita gente acha que ser preso é dormir e comer o dia todo. Ah, mas como essas pessoas estão enganadas!

Quem vem para esse inferno, vem para ser provado e humilhado de todas as formas. Nessa droga acontecem todos os tipos de barbaridades. Desde uma aposta clandestina atrás da cozinha, alguém ser estuprado na calada da noite, ou cometer um suicídio pulando do pavilhão dois com vários lençóis amarrados envolta do pescoço. Tudo isso enquanto os tiras estão comendo seus donnuts com café cremoso ou falando merda uns com os outros.

Desde que comecei a fazer amor com minha loirinha, eu me apaixonei de vez, mesmo sabendo que alguma coisa em breve daria errado e que eu iria parar nessa merda de xilindró.

Só não sabia que ela era capaz de denunciar o amor de sua vida. Mas como sou um homem precavido e inteligente, estudei todas as prisões de segurança máxima que caras como eu iam parar, e me certifiquei de bolar um plano bem feito.

Antes de ser preso vi que os estupradores iam á uma prisão no interior do país. Então pesquisei imagens, planta, escala de presos, e bolei um plano de fuga que duraram meses. Não foi nada fácil, tive que fazer algumas tatuagens nos braços, nas costas, e na barriga, com o mapa da prisão escondido em desenhos para camuflar o verdadeiro significado.

A imagem de Lana se materializa em minha mente, e um calor sobe por meu pescoço. Se aquela puta loira acha que vai se livrar de mim, está muito, muito enganada.

Abro o livro O Código da Vinci, e pego a ferramenta que com muito trabalho e uma falsa acusação levando um homem a ser espancado e jogado na solitária, consegui roubar. Retiro o pedaço de ferro do mesmo tamanho do parafuso do vaso sanitário, e desenrosco um por um. Retiro os parafusos e ao mover o vaso, chuto a parede fazendo um buraco grande o suficiente para passar uma pessoa sem muito músculo.

—Sugre, estenda o lençol em frente a cela que vou sair aqui atrás. —Digo apontando o buraco.

Passo pela fenda e chego à parte de aquecimento da prisão que está abandonada. Depois de seguir os caminhos decorados em meu corpo, subo no telhado, olhando o perímetro e anotando os pontos fracos do lado de fora.

Escuto a sirene de fuga, e vejo vários polícias e sirenes coloridas pelo local, anunciando a fuga de um preso.

Era isso o que eu queria! Que não me achassem na hora da contagem. Cronometro os segundos que os guardas armados da torre ficam distraídos, e consigo o que quero. Pego a cópia da chave que a médica burra perdeu acidentalmente.

Tive muito trabalho para fazer a cópia. Derreti os cabos de várias escovas de dente e fiz o molde da tranca da sala do diretor, que é um velho muito burro e que confia cegamente em mim. Depois, devolvi as verdadeiras chaves para a adorável doutora.

Entro naquele labirinto e encontro à porta da sala do diretor, destrancando-a rapidamente entrando em seguida. Os guardas me acham e me espancam perguntando como consegui parar ali.

—O diretor me deixou aqui fazendo a limpeza da sala, e acabei pegando no sono esquecendo-me de ir para minha cela, eu já disse. —Falo cuspindo sangue.

—Vocês o acharam aqui certo? Então ele não está mentindo. —Disse o diretor. — Podem leva-lo.

Já na cela, chamo Sugre para um canto.

—Irmão, se prepare que a liberdade virá dar o ar da graça.

É Lana, eu voltarei.

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora