- Todos larguem as armas ai. Não podemos atirar nesse ar cheio de gás. Precisamos apenas das armas com os dardos - fui obedecido rapidamente e logo estávamos os quatro a observar a aldeia novamente. 

Não demorou muito tempo para aparecer o que enfrentaríamos. Era como uma cobra, com pernas e braços e andava em pé, o cara de cobra tinha nas mãos uma lança e fazia ronda, observando o movimento no meio do mato onde estávamos e voltando para dentro da aldeia.

- O que vamos fazer? - Pinkham perguntou e antes de eu me virar para responder, vi alguém entrando na água.

Um soldado do time oposto estava longe de nós na margem do lago. Ele sinalizou para a equipe que deveria estar atrás dele e foi em direção a aldeia.

- Nossa chance, vamos, vamos! - falei agitando meus homens.

Elemento surpresa sempre nos deixava em vantagem e foi isso que aconteceu quando achamos os três soldados agrupados observando o outro que mergulhava.

Pinkham foi o primeiro a disparar, acertou em cheio a mulher que soltou um gemido de dor e caiu no chão. Só deu tempo de ver a surpresa no rosto dos outros, eu e John terminamos o serviço e observamos o cara que atravessava o lago chegar do outro lado, ele se virou para olhar para sua equipe, mas nos viu na margem e ficou desesperado. Eu dei tchau com uma mão, sorrindo, enquanto John disparava contra ele. O homem caiu rápido, em um baque surdo no chão de lama fofa.

Por mais que eu soubesse que havíamos cumprido metade da prova, não me permiti comemorar. A parte mais difícil seria lá dentro, lutando com as próprias mãos contra criaturas que um Abraham, tão chapado quanto Yuri, havia inventado.
- Vamos avançar, os quatro. Não temos poder de fogo para abater esses bichos, então vamos todos cobrir a retaguarda um do outro. John e eu lutamos juntos a quatro anos, sabemos aonde o outro falha para poder cobrir, vocês dois tem essa vantagem, caso nós tenhamos que nos separar, vamos fazer isso em duplas. Lá dentro, vou escalar a parede enquanto vocês ficam para proteger e pegar os reféns que vou soltar. O jogo estava ganho.

Entramos na aldeia e avançamos até encontrar cerca de 20 homens cobra, olhando para nossos reféns e para os do time adversário como se fossem a próxima refeição do dia. Aquilo seria fácil, cinco homens cobra para cada um de nós e estaríamos livres.
- Vamos ser discretos, ou pelo menos tentar - avisei.

Quando o homem cobra que fazia a ronda se aproximou eu o ataquei. Assim que eu o enfiei o punhal no meio de sua garganta e o cortei o pescoço fino, vimos acontecer algo que não havíamos contado. O corpo caiu no chão se debatendo, enquanto uma cabeça nova se formava e a cabeça cortada guinchava conforme o novo corpo aparecia. Era nojento e havia acabado com nosso elemento surpresa.

Nos reagrupamos, com as facas em punho encarando as cobras ao nosso redor.

- Alguma ideia? - John me disse

Até tenho, mas será loucura - realmente era - Evitem cortar eles, tentem bater o bastante para que eles fiquem longe, vamos logo soltar os reféns e correr pra água, a coisa vai ser bagunçada. Entendido? - Perguntei

- Sim! - Os três responderam

- Então vamos avançar, agora! - Dei a ordem e a corrida começou. Estávamos de costas, uns pros outros, e isso facilitou travesarmos o ninho de cobras. Infelizmente, havíamos acertado algumas com as facas e o grupo se multiplicou. Bufei de raiva quando vi que mesmo um corte mínimo era o suficiente para fazer brotar um braço, um rabo ou uma cabeça.

- Ali! A corda principal! - Pinkham estava a minha direita e apontou para a corda que estava amarrada em um pedaço de madeira. Segui com os olhos para ver que ela era a corda que deixava os reféns, que continuavam a gritar, suspensos.

- Precisamos estar bem abaixo deles, vamos! - indiquei o caminho.

Conseguimos atravessar com dificuldade e corremos mantendo uma distancia mínima, estávamos cercados e cansados, mas não paramos um único segundo para recuperar o folego. Assim que me posicionei embaixo de Mya e vi que John estava embaixo de Daya, joguei minha faca honshu contra a corda presa na parede. A faca era grande e afiada, a chance de erro era mínima. Quando a corda se partiu, os reféns desceram a toda velocidade para o chão.

Mya caiu gritando e quando a peguei em meus braços foi como se a estivesse vendo pela primeira vez, os olhos verdes me engoliram e a vontade de beijar a garota foi enorme, me segurei e engoli seco.

- Pronto garota problema, já pode me contratar como seu salvador particular - tentei brincar, mas Mya não me respondia, assim como Daya não respondia a John. Seria reação ao choque?

Eu não tinha tempo para lidar com aquilo ali, soltei a garota para que ela ficasse em pé

- Ezra, não temos como voltar - John disse, preocupado.

Vendo as cobras correndo em nossa direção, olhamos em volta e falamos ao mesmo tempo

- A cerca!

Corremos para ela e chutamos duas ripas da madeira podre até que elas cederam e liberaram espaço o suficiente para que nós passássemos

- Venham, venham! - eu disse enquanto passava pelo buraco e puxava Mya, depois Daya e John - Se enfiem na água e quando eu entrar, tratem de mergulhar! - disse a todos que vinham pelo buraco.

Logo havíamos conseguido atravessar todos e assim que me virei para ir para a água os homens cobra chegaram, eles se debatiam para passar e eu não pensei duas vezes, saquei a pistola que havia deixado no coldre e pulei na água gritando - MERGULHEM! - Quando senti o corpo afundar na água atirei e tudo o que pude ver foi o clarão amarelado que surgiu acima de nós. Tudo estava pegando fogo.

Foi tudo muito rápido. Em um segundo eu estava dentro d'água, prendendo a respiração. No outro, a voz robótica falava alto enquanto tudo a minha volta sumia

- Teste para troca de patente concluído. Equipe do major Yuri Rossakov está apta para o segundo teste - a voz robótica disse.

Olhei a minha volta, John estava deitado no chão, de olhos fechados, rindo. Stanley me olhava como se não acreditasse e Pinkham estava sentado, sorrindo como uma criança que ganha doce. Não tinha nenhum refém ali, procurei com os olhos e só encontrei a outra equipe desacordada. Era tudo falso como eu já havia imaginado.

A porta de vidro atrás de nós se abriu e lá estava Yuri sorrindo, logo atras dele estavam Abraham, o pai de Mya e ela, a verdadeira garota problema, com a maquiagem borrada e cara vermelha por ter chorado. Não pensei duas vezes, a adrenalina e felicidade de ter passado no teste me consumia, larguei o que tinha na mão e avancei na direção dela, ignorando Yuri que me observava junto de um Abraham sem reação e de um pai nervoso por eu ter pego sua filha no colo e beijado de forma indecente bem ali.


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Espero que tenha gostado! Vote e comente pra eu saber <3

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Primeiro eu quero pedir desculpa pq a ultima semana foi punk e eu não consegui me dedicar direito pra cá, logo aviso que as próximas semanas serão punks também, mas eu realmente conto com vocês pra me ajudar a fazer essa história subir. 
Descobri que a história tem chance de ser publicada *-* mas que eu preciso fazer isso antes de postar ela no wattpad, então vou diminuir o tamanho dos meus capítulos :( pensem que é para um bem maior <3
Sobre o grupo que eu comentei, ainda não fiz JNOSDUIJASD mas vou fazer logo, juro!
DE RESTO, QUERO COMEMORAR 4K COM VOCÊS PQ GENTE, NEM TEM 2 MESES ISSO AQUI! OBRIGADA DEMAIS POR VOCÊS ACOMPANHAREM <3
sou mtmtmt grata a cada um de vocês <3
Acho que era isso, qualquer coisa eu faço outro post pra conversar hahaha
Beijos da Zoe s2

AZAHRA - A cidade do céu (EM PAUSA)Where stories live. Discover now