Renata: E ai estudando muito? - sorriu.

Poncho: Ah só um pouco, nenhum absurdo por enquanto. - sorri assentindo.

Renata: É, estamos no mesmo barco. - sorriu e mostrou os livros que pareciam bíblias.



Anahí

Assim que sai da cantina fui até a biblioteca encontrar Alfonso. Passei pela porta automática e fui até o parapeito do primeiro andar ver se o avistava. O sorriso no meu rosto desfez instantaneamente ao vê-lo conversando com ela.

Não sei porque, mas dessa vez eu não conseguia pensar na idéia de ir até lá. Não, porque dessa vez eles estavam se falando porque ambos queriam, não porque Carlos os obrigara. Mesmo sabendo que era idiotice o que estava prestes a fazer, eu simplesmente dei as costas e sai da biblioteca deixando os dois à vontade.

Fui andando não dando importância às pessoas que passavam perto de mim. Subi o primeiro lance de escadas que vi e estreitei os olhos ao ouvir barulho de água. Segui o som e entrei numa sala enorme. Reconheci na hora o pátio coberto e a piscina. Alguns alunos estavam tendo aula ainda, ou talvez monitoria. Sentei em um dos bancos e fiquei os encarando. Estranhamente a maioria dos alunos era do sexo masculino.

- Olha, sinceramente você era a única pessoa que eu esperava encontrar aqui.

Any: Kuno! - sorri surpresa o encarando. - Tava tendo aula? - perguntei notando seus cabelos molhados.

Kuno: Uhum... Sou da turma da Educação Física, estávamos fazendo uma aula prática na água, pra vermos como o corpo funciona, desempenho do organismo perante à atividades aquáticas, essas coisas. - deu de ombros.

Any: Legal! - sorri assentindo. - Não sabia que era da Educação Física.

Kuno: Surpresa! - sorriu. - Mas e ai doutora o que faz por aqui?

Any: Estava só dando uma volta, ai ouvi barulho de água. - respondi sorrindo.

Kuno: E ai você melhorou? A última vez que te vi você tava meio pálida. - fez uma careta.

Any: Já estou melhor sim. - assenti forçando um sorriso.

Kuno: Sabe as duas primeiras vezes que te vi você parecia mais alegre, mais espontânea.

Any: Ah estou com uns problemas. - dei de ombros.

Kuno: Quer conversar? - me encarou sério. - Olha se for problemas com seu namorado acho que não vou saber ajudar, mas se for algum problema com algum amigo ou com os pais, talvez possa ser um bom ouvinte quem sabe até conselheiro...

Any: São problemas familiares.

Kuno: Mas é muito sério? Porque esses tipos de problemas são normais, tanto em famílias comuns, como nas não tão convencionais e acredite, a minha não é nada convencional... Pra começar meus tios se divorciaram dos irmãos e se casaram, temos vários primos adotivos, inclusive eu.

Any: O que? Vc também é adotado? - o encarei surpresa.

Kuno: Sou... Você também é?

Any: Sim e não. - respondi fazendo uma careta.

Kuno: Vai ter que me explicar isso, fiquei curioso agora. - sorriu.

Suspirei e acabei contando sobre meu passado desastroso. Começando por uma suposta mãe que me odiava, passando por um pai que me amava e perdi num acidente e terminando no fato de, recentemente, ter descoberto que os dois nunca foram meus pais verdadeiros. Que na verdade sou filha da minha tia e de um rapaz que ela namorou e que por terem terminado antes dela sabe quer estava grávida, ele não sabe que existo.

Uma Lição de Amor ✔Where stories live. Discover now