—Você não sabe o quão prazeroso era te ver sofrer. Você merecia por tudo o que me tirou. Agora, chegou a minha vez de tirar algo de você. —Ela caminha até Linc, e pega Dasha de seu colo.

—POR FAVOR, NÃO FAÇA NADA COM ELA! EU NÃO TIREI NADA DE VOCÊ! CHELSEA, VOCÊ NÃO É ASSIM. —A aflição em minha voz parece diverti-los.

—VOCÊ NÃO ME CONHECE! —Seu grito faz Dasha chorar novamente. — Eu nunca faria mal algum á ela. Afinal, ela é minha afiliada.

Ela acaricia o rostinho choroso de Dasha.

"Sabe, eu sempre imaginei como é a cara do Zack quando está chegando ao ápice do prazer. Ele gosta de sexo selvagem? Por que esse faz bastante o estilo dele."

Permaneço calada, encarando-a com desprezo.

—Qual é amiga, que tal me dar algumas dicas? Afinal, quando você sumir, eu irei consola-lo pelo sumiço da minha ex melhor amiga. E depois de algum tempo, iremos nos apaixonar e quem sabe não tenhamos uma filha juntos. Irei chama-la de Lana em sua homenagem.

O ódio cega minha visão, e parto para cima dela.

—SUA FILHA DA PUTA!

Desfiro um tapa em seu rosto, fincando minhas unhas na carne do seu rosto. Ouço-a gemer de dor, mas sinto um puxão em meus cabelos, fazendo-me pender a cabeça para o lado. Os braços de Linc me impedem de matá-la, e vocifero diversas ofensas.

—Chelsea, não toque mais nela se não quiser conhecer as consequências. —Linc diz tranquilamente e vejo-a recuar, mas sem deixar o sorriso debochado abandonar seu rosto.

—E o melhor você ainda não sabe. —Ela limpa um filete de sangue que sai de sua boca. — Adivinhe quem estava sendo muito útil no nosso plano? Claro que sendo nosso bode expiatório; Ariana.

Ela despeja seu ódio com uma cartada final.

—Ariana? —Afasto-me involuntariamente.

—Sempre quis ver sua reação quando eu dissesse o nome dela. —Ela bate palmas. —Claro que ela teve que ser coagida a nos ajudar. Parece que ela se importa mesmo com a avó estúpida. Que pena, eu sempre tive vontade de acabar com aquela velha retardada que é a Mamá; a bondade excessiva dela sempre me irritou.

Solto o ar dos meus pulmões, sentindo-me tonta. Sinto duas mãozinhas pequenas e quentes tocarem minhas pernas. Olho para Dasha com os braços estendidos para mim, em seguida para o seu biquinho. Carrego-a no colo e a abraço, balançando-a levemente; segurando-me ao máximo para não chorar feito um bebê.

—A cena é comovente, mas não podemos ficar. Chelsea e eu temos uma vitória para comemorar.

—Com muito sexo. —Ela completa.

—Se quiser, poderá ouvir nossa festa através das paredes. Até mais. —Ouço a porta se fechar, e espremo meus olhos.

Levanto-me da beirada da cama com Dasha no colo. Uma pontada dolorida atinge minha barriga, mas sei que é apenas o stress e o cansaço agindo. Deito-me na cama com Dasha, que se recusa a me soltar.

—Mamãe. —Ela me olha com seus olhos azuis brilhantes.

—Shhhh, feche os olhinhos que a mamãe irá cantar para vocês. —Acaricio minha barriga, e esfrego meu nariz na sua bochecha rosada.

Aninho-a em meu peito e canto a mesma canção de ninar que cantei nos seus primeiros dias fora da UTI neonatal.

—Eu canto pra você dormir,
A terra gira sem ter fim,
O sol se esconde não sei onde,
Escurece a noite cresce. —Acaricio seus cabelos, enquanto transmito meu calor á ela. — Eu canto e você já dormiu,
A terra gira por um fio,
A lua brilha, minha filha,
Eu canto este acalento, pra você.

Os gemidos escandalosos ecoam pelo quarto. Tampo os ouvidos de Dasha com minhas mãos, e continuo a cantarolar a cantiga de ninar. Após senti-la amolecer em meus braços, permito-me chorar por envolvê-la nesse problema, por ter brigado com Zack, por fazer minha família sofrer novamente, e por Xubs.

Xubs. A garota que passou o colegial ao meu lado, esteve presente em todos os jantares especiais de minha família, que trocou segredos comigo e que agora se revelou um mostro.

Mais rápido mais rápido Linc! Estou quase gozando.

Fecho os olhos e tento pensar em qualquer coisa que me leve para fora dessa realidade. Penso nos traços masculinos, o cabelo castanho caindo sobre os olhos, no sorriso de lado, e nos olhos apaixonados de Zack. Como se estivesse sentindo minha aflição, um chute tímido me faz lembrar de que ainda não é o fim. Eu posso lutar!

Tiro a carta que Zack me entregou mais cedo, e sorrio em meio às lágrimas ao ver sua caligrafia borrada em alguns pontos por algo amarelado. Provavelmente seu Uísque preferido.

Oi, será esse o melhor jeito de iniciar uma carta?

Bom, eu nunca tive que fazer nada parecido antes, então me perdoe se parecer idiota. Lana, eu te amo. E sim, eu fui um completo idiota, imbecil, insensível, qualquer coisa que você queira me chamar. Eu pisei na bola. E pisei feio. Nunca quis te deixar assustada, com raiva ou com... Nojo de mim. (Mesmo eu merecendo tudo isso).

Eu te amo tanto, Lana. Você é como um farol me guiando por meio da escuridão. E por alguma situação totalmente bizarra, você optou por me deixar te amar.

Eu sinto que estou destruído, mas sei que eu mereço cada gota dessa tristeza. Eu vou tentar ficar bem. Tudo vai ficar bem. É uma promessa. A promessa de que vou continuar te amando para o resto da minha vida, mesmo que você não me queira mais.

Você é minha heroína, você sabe disso, certo? Você me tirou de uma escuridão que eu nunca pensei que seria possível deixar. Me levou para a luz, me ensinou a ser feliz com o pouco e o básico. Eu não queria feri-la.

Mesmo com um peso no coração, eu não posso te dizer como eu sou grato por tudo o que vivemos. Eu sinto falta de nossa vida juntos, sinto falta de estar com você. Espero que você perceba que a tentativa de manter distância de mim, não vai diminuir a minha afeição por você. Nunca diminuiria. Todos os esforços para me salvar de você irá falhar. Pois quando um amor é verdadeiro, pode se passar mil anos que nunca é esquecido. (Sim, eu me lembro de quando você me falou isso). Vou continuar abrindo meu guarda roupa de madrugada, para pegar a sua blusa e dormir sentindo seu cheiro. Sinto tanta sua falta, meu amor. Me perdoe por ter sido um completo imbecil.

Sempre seu,
Zack.

Meu rosto banhado de lágrimas é a prova de que eu jamais poderia não perdoa-lo.

—Eu te perdoo amor. —Sussurro beijando a carta. —Sempre perdoarei, por que eu te amo.

Fecho os olhos por alguns segundos, e tenho uma ideia. Com cuidado, coloco Dasha na cama e me levanto. Os gemidos recomeçam e eu os amaldiçoou internamente. O som da corrente em meu tornozelo batendo no chão, me faz voltar para o meu plano.

Rapidamente acho uma caneta, e escrevo no verso da carta. Coloco a caneta de volta na mesa, e percebo uma única gaveta mais escondida. Abro-a com cuidado, e vejo uma moldura sem foto.

Tiro meu casaco e o enrolo em minha mão. Com extrema cautela, soco o vidro da moldura, espatifando-o em pedaços. Pego o maior pedaço de vidro e o escondo em minha bota em caso de emergência. Volto a moldura e o que sobrou do vidro dentro da gaveta, e caminho novamente até a cama.

Dobro a carta várias vezes até ficar em um tamanho mínimo. A beijo pela última vez, e a coloco com cuidado no bolso do casaco da Dasha. 

***

Devido á algumas observações que vocês me fizeram sobre o tempo de postagem dos capítulos, cheguei a conclusão de vocês realmente estavam certas e eu peço perdão. Postarei os capítulos duas vezes por semana, até o final. Obrigada por continuarem comigo ♥ o que vocês acham que é o plano da Lana? Comentem aqui em baixo que irei responder á todas. Beijos ♥

Apesar de VocêWhere stories live. Discover now