Então, o que eu queria? Apesar de esse homem ter me dado a oportunidade da escolha, ele não tinha nenhum direito sobre mim e nem deveria ter me raptado, mas eu aproveitaria o tempo que eu tinha aqui. E foi com esse pensamento que eu me levantei, depois de horas provavelmente, e me direcionei ao mar. O lugar era realmente encantador, parecia uma ilha ou algo assim; enfiei meus pés na água gelada e um arrepio tomou meu corpo momentaneamente, sentei-me novamente na areia e fiquei brincando na água como uma criança, batendo os pés e jorrando gotas para cima. 

Quando o sol estava escondendo, deixando faíscas alaranjadas no céu, resolvi procurar William, que eu não havia visto o dia inteiro. Quanto mais eu passava entre o verde que cobria o local, mais eu encontrava à frente, eu não sabia se estava dando voltas no mesmo local e o medo de me perder aterrava-me, assim como a possibilidade de encontrar algum animal peçonhento por ali. Cada movimento que eu fazia era com extrema cautela. Depois de andar um pouco escutei um barulho de água escorrendo em um ponto próximo dali, me animei por não estar dando voltas à cega naquele local. 

Para minha felicidade maior, encontrei uma pequena cabana e atrás dela a origem do barulho, uma cachoeira. Talvez William estivesse ali dentro e quando eu ia abrir a porta, mudei de ideia e fui dar uma olhada mais de perto na cachoeira. Passei pelos arbustos que ali havia e parei repentinamente atrás de um deles quando o vi, William, imerso na água com o torso nu. Se eu pensei que ele era bonito vestido e deitado à sombra de uma árvore, eu não poderia descrevê-lo enquanto banhava-se. Seu peito e barriga eram bem definidos, sem um pingo de gordura, do tipo que faria um tanquinho ter inveja, seus braços eram definidos e pela primeira vez notei a tatuagem que ele havia no bíceps.

Fechei a boca porque eu estava literalmente com o queixo caído, regozijando-me com a visão mesmo que eu conseguisse vê-lo apenas parcialmente nu. Ele fechou os olhos e passou as mãos pelo cabelo dourado e eu soube que o queria. Não notei que estava me inclinando em sua direção, como um metal atraído por um imã, e sem querer esbarrei na planta na qual estava escondida, o que fez um barulho denunciador. Talvez teria a chance de ele não ter escutado por conta do barulho da água escorrendo fortemente, mas... 

- Lucy? - continuei quieta no lugar, nem mesmo estava respirando. Talvez se eu me afastasse dali devagar, assim como cheguei ele achasse que tinha ouvido coisa e... - Luciana Hamilton, sei que está ai e se correr, irei atrás de você. E já digo, não terei tempo para colocar a roupa. 

Engoli em seco, cocei a cabeça por nervosismo e após uma respiração profunda, surgi detrás dos arbustos. 

- Estava me vigiando? - ele perguntou, humor exalando em sua voz.

- N-não, claro que não - titubeei, nervosa por ter sido descoberta - eu estava andando e o encontrei por acaso. 

- Já vejo - disse estreitando os olhos, claramente não havia acreditado na desculpa esfarrapada que eu havia criado - por que não se junta a mim? Talvez necessite de um banho.

- Posso fazer isso no mar - respondi rapidamente, como se a respostas já estivesse preparada em minha língua. 

- Não será a mesma coisa - deu de ombros e se aproximou da borda, onde eu estava. Oh céus, ele ia mesmo sair dali? Nu? Suspirei aliviada, mas não muito, quando notei que ele estava vestindo uma cueca boxer. Uau, era a única coisa que surgia em minha mente. Ele era a perfeição personificada e eu tinha vontade de pular nele, rodear as pernas em sua cintura e beijar aqueles lábios que eu tanto sentia falta. Mas eu não fiz.

- E por que não? Estaria limpa do mesmo jeito - respondi em um fio de voz. 

- Não sei - agora ele estava na minha frente, me olhando com aqueles olhos penetrantes e eu estava fascinada pela água que escorria em seu corpo, principalmente vindo do seus cabelos - mas a água da cachoeira parece mais límpida, refrescante e apaziguadora - William sussurrou e passou os nódulos dos dedos na pele do meu braço lentamente, fazendo-me suspirar baixo - mas se não quer fazer isso comigo, estou saindo já, mas deveria fazê-lo de qualquer modo. Prometo não espia-la. 

E com isso ele juntou as roupas e entrou na cabana. Antes que eu pudesse me movimentar, ele surgiu novamente com uma mochila familiar nas mãos.

- Arrumei uma mala para você, acho que é suficiente - ele deixou ali perto e voltou para dentro. Puxei a bolsa para perto e olhei o que havia dentro; ele havia colocado calças, blusas, vestidos e, para minha vergonha, roupas íntimas qual é, uma garota não gosta que um homem mexa em sua gaveta de roupas íntimas. Enfim, fora isso parecia que tinha colocado tudo que havia encontrado, toalha, sabonete, escova de cabelo, de dentes, perfume, shampoo, condicionador, desodorante e até maquiagem. 

Encontrei um chocolate no fundo e notei que estava faminta. Sem pensar duas vezes o comi, fechando os olhos em apreciação. Quando terminei, olhei para os lados, depois para a cabana e não consegui notar nenhuma presença; então tirei minha roupa, ficando apenas de calcinha e sutiã e entrei na água, que por sinal estava um gelo. Sou como um gato, odeio água gelada, então rapidamente afundei-me deixando apenas a cabeça de fora, tirei o que me restava de roupa para me lavar, coloquei de volta ainda imersa e quando me senti limpa, resolvi sair.

Entretanto, me virei e encontrei William parado do lado de fora, vestindo apenas uma bermuda, com um sorriso travesso no rosto enquanto segurava minha toalha. 

- Pode, por favor, deixar minha toalha ai e voltar para a cabana para que eu possa sair daqui? - perguntei irritada. Ele coçou o queixo com uma mão como se estivesse pensando no assunto.

- Bem, eu posso seca-la, se quiser - disse.

- Eu tenho duas mão para fazer isso. 

- Eu insisto Lucy, permita-me - agora ele estava usando um tom suave e extremamente sexy - permita-me apenas essa honra. Eu realmente não sabia o que fazer, mas eu estaria perdida se lhe desse passe livre para me secar. 

- Não irá me dissuadir, já vou avisando - ele deu de ombros - deixe-me fazer isso ou terá que secar-se ao sol. 

- Mas não tem sol - reclamei.

- Opa - William disse inocentemente e começou a assobiar. Esperto, sabia que a água estava congelante e que não me pacientaria em esperar secar-me sozinha, no ar frio da noite. 

- Você é terrível - acusei, franzindo o cenho.

- É o que dizem - ele sorriu e estendeu a toalha - venha. 

Soltei um grunhido baixo e sai rapidamente, pois sabia que não teria nenhum fundamento ficar discutindo com ele. Logo eu estava ali, tremendo, na sua frente, em peças que não deixavam muito para a imaginação. Seu olhar era faminto antes que se aproximasse e começasse a secar-me. Primeiro o rosto, depois os ombros, os braços, a barriga e logo eu estava tremendo novamente, mas não de frio.

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora