The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.

Capítulo 29

Percorremos o caminho naquele silêncio confortável que existia entre nós dois, nada de música ou respirações aceleradas, apenas o nosso sossêgo momentâneo. Não tardamos a chegar na imensa propriedade do herdeiro dos grandes empreendimentos da família Fountain e eu não deixava de me impressionar, mais uma vez, com todo aquele cenário. Dan estacionou o veículo em frente à pequena escadaria que dava acesso à porta de entrada e Leopold, o motorista de Daniel, veio nos receber, trajando seu elegante conjunto social. Ele pegou as chaves do carro, nos cumprimentando com um sorriso no rosto, devolvi a gentileza e Dan acenou para ele antes de o deixarmos para trás e entrar na casa.

A mão direita do loiro estava apoiada no final das minhas costas com precisão para me guiar pela sala de estar, composta por dois grandes sofás na cor marfim, aparentemente confortáveis, uma mesa de centro rústica de pallet, uma grande estante de livros, duas luminárias elegantes no teto e o carpete felpudo que cobria o cômodo inteiro, além da imensa janela dupla de vidro ao lado da porta de entrada, coberta por uma cortina blackout na cor vinho. Desde o primeiro momento, a rusticidade elegante da casa me encantou, mas era a primeira vez que conseguia reparar nas coisas ao meu redor, devido, principalmente, a calmaria quase rara em nosso envolvimento.
- Vamos, vou ajudá-la com suas coisas.

Uma escadaria lateral se encontrava nos fundos da sala, em frente a um portal que dava acesso a outro cômodo, possuía adornos bem esculpidos no corrimão dourado e pequenas luminárias no caminho até o segundo andar. A casa toda era muito bem arejada e um aroma reconfortante, adocicado até, a caracterizava e me trazia a sensação de tranquilidade, além de ser silenciosa e organizada, o que seria estranho por Daniel ser solteiro se não fosse o fato de ter pessoas trabalhando lá para manter tudo isso. A primeira porta do segundo andar estava entreaberta e revelava um escritório completo, moderno e planejado, onde o que mais me chamou a atenção foi o acervo de livros que eu faria questão de visitar em outro momento. Passamos por mais três portas, no total de seis, até Daniel abrir a última do lado direito e me dar passagem para entrar.

A brisa fresca e gelada do quarto de Dan me acolheu convidativa e eu não poderia recusar, tanto pelo calor quanto por ser o covil que mais me chamava. A cama no centro do cômodo- que seria facilmente comparado à minha sala de estar- era uma king size coberta por camadas de colchas, lençol e edredons, além dos travesseiros bem dispostos na cabeceira curta. Um criado mudo de cada lado da cama, o grande painel de vidro na parede oposta, que dava a visão do quintal da casa, duas portas extras -uma do banheiro e a outra deveria ser do closet-, além dos equipamentos eletrônicos pelo quarto e uma lareira moderna. As cores da decoração variavam entre neutras e pequenas adições de cores quentes, como vermelha, harmonizando o ambiente.

Dan beijou meu pescoço, me transportando rapidamente à intimidade que compartilhávamos, tocando seus lábios com delicadeza antes de massagear meus ombros e indicar com um movimento discreto das mãos para uma das portas.
- Você pode arrumar suas coisas no closet, tem duas gavetas vazias em um dos armários, então fique à vontade. Eu preciso fazer uma ligação para finalizar a resolução do problema na empresa, na porta ao lado é o banheiro e tem toalhas limpas na cômoda. Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar, tudo bem?

Consenti antes de me virar e puxá-lo para um último beijo, rápido até demais.

Dan saiu do quarto e logo fui até a primeira porta, adentrando um espaço confortável com uma grande cômoda branca, numa parede azul clara, dois armários embutidos nas outras duas e uma poltrona na cor grafite no centro. Resolvi não dar uma de xereta, então abri um dos armários em busca das gavetas. Muitas camisas sociais estavam organizadas, separadas por cor nas araras acima, e tinham um cheiro leve e delicioso que conseguiria encontrar facilmente no loiro, o que me deu vontade de agir como uma obsessiva a cheirar suas roupas. Com o pensamento de que aquela não seria uma visão nem um pouco excitante para ele, neguei veementemente para mim ao balançar a cabeça, "Eu não farei isso, por Deus!"