Respirei fundo mordendo os lábios e quando fui responder ouvi o celular do Poncho tocar. No visor apareceu "CASA". Sorri imaginando ser Manuela e me afastei do barulho pra atender.

- Pronto?!

- Ah é você! - a voz soo decepcionada. - Cadê meu filho?

Suspirei por não ser Manuela do outro lado da linha e sim Carlos.

- Estamos na cachoeira, por que você não liga depois ou eu peço pra ele te ligar. - respondi forçando a voz.

- Você é surda ou o que? Eu quero falar com meu filho. - rebateu furioso.

Any: Mas está tudo bem com o Poncho. - argumentei.

Carlos: Olha Anahí, não me interessa se está tudo bem, eu quero falar com o meu filho, ele foi pra esse acampamento sozinho por sua causa, o mínimo que você pode fazer agora é chamá-lo pra mim. - respondeu irritado.

Respirei fundo ignorando o nó na minha garganta. Eu já devia estar acostumada a ser ignorada, mas não estava. Senti quando duas mãos puxaram o celular da minha mão.

- Mai?!

Mai: É o pai dele não é? - perguntou séria. - Pra você estar com essa cara só pode ser ele. - assenti e furiosa ela aproximou o celular do rosto. - Olha senhor Carlos aqui é uma amiga do Poncho, ele ta ocupado e daqui a pouco te liga ok? Obrigada! - desligou sem esperar resposta.

Any: Mai por que fez isso? - perguntei impressionada com a atitude dela e tomei o celular das mãos dela disposta a ligar e pedir desculpas. - Agora ele vai ficar furioso comigo!

Mai: Pensei que ele já estivesse furioso com você... Agora vamos aproveitar o passeio ou você quer que o Poncho desconfie de alguma coisa? - perguntou séria e neguei com a cabeça, ela sempre conhecia meus pontos fracos e o atual e mais forte deles era o Poncho. - Vem vamos entrar na água com eles! - me puxou pela mão.

Any: Mas a água ta gelada! - argumentei colocando o celular no chão perto das roupas.

Mai: Depois esquenta! - respondeu tirando o tênis. - Derrick, Poncho, venham aqui ajudar a gente, nós vamos entrar. - respondeu acenando pra eles que logo vieram na nossa direção. - Você vai entrar de tênis?! - perguntou erguendo as sobrancelhas.

Suspirei e sabendo que não tinha escolha tirei o tênis com as meias e me arrepiei com o chão frio e molhado.

Derrick: Vem amor, eu te ajudo. - respondeu estendendo a mão pra ela.

Mai: Se me deixar cair eu te afogo hein! - ameaçou pegando na mão dele.

Sorri e me aproximei quando Poncho me estendeu a mão. Ele estava tão lindo todo molhado com os cabelos pra trás que eu senti um aperto no coração. Ele era bom demais pra mim. Talvez o pai dele soubesse disso e por isso me detestasse tanto. Afinal o que uma garota como eu tinha a oferecer pra um cara como ele?

- O que foi?! - estreitou as sobrancelhas.

Any: Nada! - forcei um sorriso e com a ajuda dele entrei na água. - Ai como ta fria. - me encolhi.

Poncho: Jaja você acostuma. - sorriu dando um beijo no meu rosto e me abraçou, os braços gelados.

Any: Ah com certeza e com esses braços gelados eu vou esquentar. - brinquei.

Poncho gargalhou me dando um beijo no rosto e subimos nas pedras. A água estava gelada e batia com tudo em cima de nós, mas foi impossível pensar no frio com todos brincando e zoando.

E algum momento Ucker se afastou e voltou com uma câmera tirando fotos de todo mundo. De nossas caretas e dos tombos que levávamos.


Uma Lição de Amor ✔Where stories live. Discover now