Capitulo 13 - Parte 1

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Tudo se passou de um momento para o outro e nada poderia prever aquilo que se iria passar, era como tentar ditar o destino que ainda não estava escrito, não era?

Perguntas, e mais perguntas, e no meio de tantas, onde estavam as respostas?

Adélia e Daniel chegavam agora em frente a casa dela, e parando o carro, Daniel perguntou "Tens a certeza que estás pronta para acabar com isto independentemente do que vás encontrar como respostas?"

Adélia olhou para Daniel e com um ar ternurento retorquiu "Só se me prometeres que ficarás para sempre do meu lado"

Daniel ao ouvir aquele pedido belíssimo encostou-se a ela e abraçando-a com força proferiu o seguinte "Nem que para isso eu tenha de morrer"

Nisto ambos saíram do carro, e como esperado Adélia foi a frente, e dirigiu-se a porta da frente e enquanto caminhava, ia revendo os seus últimos tempos de tristeza.

O que ela tinha feito para merecer isto tudo?

Ela só sabia que estava inocente.

Conforme caminhou, por vezes, em cada passo, Daniel inclinava-se com o intuito de perceber se ela iria desistir ou cair de continuar, ambos estavam perante um caminho muito pequeno, mas um passo enorme para o acontecimento, pois este era o momento da verdade.

Assim que Adélia colocou a sua mão sobre a maçaneta, rodou-a e conforme o fez, parecia estar a ver tudo de forma lenta, como se estivesse para durar eternamente.

Ao abrir a porta deu de caras com a sua mãe sentada no sofá, a dormir, pois era bem cedo.

Aproximou-se de seguida, muito lentamente e cuidadosamente e quando se aproximou disse de forma a sussurrar "Mãe, acorda"

Nisto, a sua mãe abriu os olhos e disse "Filha?"

Entretanto Adélia retorque "Sim mãe, sou eu"

A sua mãe nisto sorri e quase que de imediato começa a derramar lágrimas e a dizer colocando as suas mãos na cabeça "O que foste fazer a tua vida filha? Mataste aquele rapaz?"

Entretanto Adélia afasta-se um pouco e retorque "Mãe eu estou inocente!"

Subitamente a sua mãe levanta-se e diz "Tens a certeza filha?"

Adélia olha a sua volta e ao ver Daniel responde "Sim mãe, eu tenho a certeza absoluta!"

Após aquela resposta a sua mãe aproxima-se de Adélia e abraça-a e profere o seguinte "Perdoa-me ter-te mentido tanto e não te ter contado a verdade e principalmente não ter acreditado em ti"

Adélia e a sua mãe ficam durante uns bons momentos abraçadas, mas após um pouco, Adélia recua para tentar falar com a sua mãe, mas apercebe-se que ela está um pouco mais parada que o costume.

Quando a consegue finalmente sentar no sofá olha para as suas próprias mãos e vê sangue, muito sangue, e ouve uma voz a proferir o seguinte "Uma já foi, faltam dois!"

Adélia apercebe-se que quem está perto da porta de entrada já não é o Daniel e sim Eva.

Mas com o pânico de ver aquele sangue apercebe-se que está uma faca no chão ensanguentada e pergunta "O que significa isto?"

Repentinamente uma outra voz diz "Sabes que tu a querias morta, sabes que só tu o poderias fazer, por isso, para nosso bem, para nossa proteção tu mataste-a!"

Entretanto Adélia vê que é Lissandra, igualmente perto da porta a vislumbrar tudo aquilo que se estava a passar.

Quando derrepente Adélia grita para Daniel "Daniel ajuda-me por favor!"

Daniel tinha ido a cozinha buscar um pano para tentar estancar o ferimento da faca e quando consegue, a sua mãe parece recuperar os sentidos e diz "És tu filha? Ou é a Eva? Ou é a Lissandra? Ou é outro?"

Adélia acha estranho e questiona "Mãe tu sabes de tudo?"

A sua mãe sorri e responde "Se tu me estás a questionar sobre se eu sei que tu tens outras personalidades, eu sei, mas tu és a inocente?"

Adélia acha estranho aquela pergunta e diz "Mãe se as outras personalidades não são boas, porque questionas se eu sou a inocente? Se tu as conheces, não as consegues distinguir?"

Entretanto o pai de Adélia aparece e diz de longe "Adélia, és tu? Porque voltaste?"

O seu pai não estava como era normal, talvez estivesse revoltado com o que se tinha passado, mas a verdade é que a sua mãe proferiu o seguinte "José deixa a Adélia, não foi ela quem fez isto! Foi a Eva!"

Adélia ao ouvir aquilo percebe que de facto a sua mãe sabia a verdade, mas, o que o seu pai respondeu de seguida foi "A Eva jamais me faria uma coisa daquelas, e muito menos te atacaria, esta é uma puta e desavergonhada, devia desaparecer!"

Entretanto Adélia confusa questionou "Pai eu sei que errei muito, mas porque me odeias tanto agora, se antes me escrevias cartas lindíssimas?

Nisto José, o seu pai, com um ar de ódio responde "Não me digas que confundiste tudo? Não sabes porque não passava tempo nenhum em casa? Ou que essas cartas eram para a minha querida filha Eva?"

Nisto Adélia tenta-se lembrar da ultima carta que o seu pai tinha escrito, e repara que dizia o seguinte:

"Querida filha, eu queria conseguir falar contigo sobre aquele assunto que tu sabes, mas é muito complicado para mim ouvir-te a contar histórias mirabolantes, que tanto eu, como tu, sabemos como não são verdadeiras.

Filha eu espero que tu percebas que tudo aquilo que eu quero é o teu bem e por isso é que eu e a tua mãe, te colocámos a visitar um psicólogo, porque a verdade seja dita, já tenho saudades da minha menina (Eva), com os mesmos valores morais que o seu próprio pai.

Quero que entendas que não tens de ter ciúmes do teu irmão, eu serei sempre, também o teu pai, e o vosso amor é único á maneira de cada um.

Tenho saudades de como te vestias há uns tempos atrás (Como a Eva), agora desde que adotaste essa moda que mais parece ser gótica, ou alguma personagem negativa vinda de um daqueles filmes sombrios, nem pareces a mesma, vê se te reencontras filha, pois eu gosto muito de ti, assim como a tua família e principalmente, mesmo depois de tudo, o teu irmão Abadom."

Adélia percebe agora que leu tudo de forma errada e, agora com as lágrimas a escorrerem-lhe pela face questiona o seu pai proferindo o seguinte "Mas tu nunca me disseste nada! Tu parecias mesmo amar-me! E Eu nunca tive ciúmes do meu irmão, ele fazia-me mal durante a noite e nunca ninguém acreditou em mim! Eu até o tratava as mil maravilhas durante o dia!"

Nisto o seu pai abanava a cabeça e respondia "Não, quem tratava bem o teu irmão era a Lissandra, ela sim amava o teu irmão, Ricardo."

Repentinamente Adélia pergunta "Ricardo? Não! Abadom!"

O seu pai fica sério e diz "Ricardo, o teu irmão, não essa farsa"

Adélia enfurecida e revoltada insiste "Abadom! Tu escreveste na carta Abadom!"

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