Capitulo 7 - Parte 3

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O selvagem coça a cabeça e retorque dizendo "Adélia tu ainda não estás preparada para desvendares a verdade, pois é demasiado complexa...e provavelmente demasiado terrível"

Ela sabia, mesmo não sabendo ao certo o que era, mas sabia que não seria nada fácil a resolução deste enigma que mais parecia um quebra-cabeças impossível de solucionar.

A cada segundo, tudo parecia ficar mais complicado.

Adélia nisto, vislumbra a cascata e profere as palavras seguintes "Tu dizes que eu não estou preparada, no entanto já paraste para pensar no que já se passou na minha vida nos últimos tempos? Perdi a pessoa que amava, o que por outros me dizem que eu é que provavelmente o matei, isto sem eu o saber, e a vida...essa passou diante do meu corpo esquecendo-se completamente da minha mente...perdendo tanto...por isso eu estar preparada julgo que não é propriamente verdade não achas?"

O selvagem nisto aproxima-se de Adélia e diz olhando-a nos olhos "Sim, tens completamente toda a razão, não há muito pior que isso...no entanto tens de perceber que se souberes da verdade...não terás volta a dar, e tu obtendo noção da realidade...não te poderás proteger como o habitual..."

Adélia aproximando-se ainda mais do Selvagem profere o seguinte "É incrível como o teu olhar é como o do Daniel...e até mesmo sentir a tua presença me parece a dele..."

Nisto Adélia deixa-se levar e agarra-se ao selvagem, e beija-o ferozmente!

Mas como esperado, ele afasta-a, assim como ele se afasta e pergunta intrigado "Porque razão fizeste isso? Eu não sou ele!

Subitamente Adélia com a sua própria mão na sua boca diz surpresa "Quando te beijei...parecia que estava a beijar o Daniel...será que estarei a ficar louca?"

O selvagem nisto fica sério e responde "Não, tu não estás a ficar louca..."

Adélia ao ouvir aquela afirmação pergunta "O que queres dizer com isso? Sabes a razão disto ter acontecido é?"

Entretanto ele senta-se no chão e criando rapidamente uma fogueira diz "Sei...e é melhor te sentares, vais precisar..."

Aquele momento parecia amedronta-la, pois o que quer que fosse, por mais que fosse a verdade, não parecia ter alguma base de lógica que fosse.

Mas como esta era a única que por mais descabida lhe pudesse estar a parecer, era a mais genuína.

Então Adélia senta-se no chão e profere as palavras seguintes "Conta-me tudo por favor..."

O selvagem entretanto olha para Adélia e sempre com a sua expressão facial séria e diz "Adélia para começar...tu não estás possuída, tu não estás louca..."

Obviamente Adélia ao ouvir aquelas afirmações suspirou de alívio, até porque apesar de tudo aquilo poderia ser outra versão, outra mentira.

Ele continuando disse o seguinte "Tu também não tens essa idade que te dizem teres, ou mesmo aquilo que tu vês, não é verdadeiro...pois tu ainda continuas jovem, tal e qual como eras, antes de...teres adormecido."

Rapidamente Adélia interveio e perguntou "Ter adormecido? Explica-me o que queres dizer"

Entrementes, o selvagem continuou e disse "Tu apesar de estares aqui, não estás exatamente aqui..."

Aquela frase tinha-a deixado completamente confusa, principalmente porque não tinha qualquer sentido por onde se lhe pegasse, no entanto Adélia queria perceber mais e como tal enunciou o seguinte "Se eu não estou aqui, então onde estou?"

O selvagem ficando sério profere o seguinte "Neste momento tu estás em casa, a dormir, a esperançar que ele não te ataque...porque se ele te ataca...tu não lhe vais resistir, porque já sabes o que acontece se tentares contar a verdade a alguém"

Entretanto Adélia levanta-se e pergunta a ficar bastante impaciente "Tu estás a dizer o quê? Que isto é um sonho e eu só preciso de acordar e este assassínio do Daniel não aconteceu? Que eu estou exatamente onde deveria de estar antes deste pesadelo?"

O selvagem ficando com a sua expressão triste retorque "O Daniel ainda está vivo e isto em parte é uma possibilidade daquilo que poderá acontecer...se tu não o matares"

Adélia apesar de contente não compreende e volta a insistir em obter mais informações dizendo "Então e as pessoas da aldeia? Ou a minha família não sabem disto?"

O selvagem ainda triste responde "As pessoas nunca te falaram porque tu não tinhas muita informação sobre elas, como tal não conseguiste criar uma grande complexidade. Já a tua família foi baseado naquilo que tu estás habituada, ou pelo menos aquilo que tu querias. E não, eles não sabem disto.

Adélia voltando a aproximar-se do selvagem pergunta "Então e tu...?"

O selvagem sorri e diz "Eu sou a imagem do Daniel e daquilo que tu não querias enfrentar, e principalmente aquilo que a outra queria destruir...por isso é que te pareço familiar, mas ando como um vagabundo e fugitivo, pois ela não quer que eu fale contigo"

Adélia estupefacta profere as palavras seguintes "A outra? Que outra?"

InocenteWhere stories live. Discover now