- Ou apenas está sozinha, bela dama? - ele sorriu de lado e minha cabeça girou com tamanha perfeição, eu nunca tinha visto dentes tão brancos. Por um momento me perdi nele, mas balancei a cabeça discretamente e me concentrei nele. 

- Gentil senhor - estiquei minha mão em sua direção, ele a pegou, levando aos lábios e pousando um suave beijo sobre a luva - agradeço por sua preocupação, mas encontro-me bem.

Me virei e me afastei, mas não consegui dar dois passos antes que ele se materializasse na minha frente.

- Conceda-me uma dança? - ele me ofereceu sua mão enquanto fazia uma leve inclinação, não separando seus olhos dos meus. A recusa estava na ponta da língua, porém, após pensar alguns segundos, que mal faria? ele não me veria mais e não sabia quando eu teria uma nova oportunidade de conhecer alguém.

- Claro - foi o que saiu da minha boca, lhe proporcionei um sorriso genuíno e coloquei minha mão na sua.

WILLIAN 

Passar pelos guardas foi fácil e logo eu estava dentro do enorme salão de baile. Caminhei lentamente entre as pessoas e logo avistei dois dos meus comparsas, acenei brevemente com a cabeça e continuei costurando entre os convidados despreocupadamente. Encostei-me em um canto observando cada um ali presente, notei alguns olhares furtivos em minha direção, algumas eram mais intrépidas e se aproximavam para conversar. Notei uma mulher se aproximando de mim e quando ela já estava na minha frente, ela sorriu, surpresa em sua expressão.

- Willian? Willian Drake?

- O próprio - falei e ela se jogou em meus braços, em um abraço.

- Não esperava encontrá-lo aqui - ela exclamou e se afastou para sussurrar no meu ouvido - porém, amei a surpresa.

Essa era Emily Lawrence, uma amante que eu encontrava sempre que vinha para Londres, ajudava-me com a distração e liberação.

- Foi uma surpresa agradável encontra-la - anunciei e sorri, seus olhos brilharam e ficou na ponta dos pés e selou nossos lábios um instante.

- Agora devo ir, nos vemos depois? - ela sussurrou em meu ouvido, assenti e ela se afastou. Era uma mulher linda, um corpo deslumbrante e uma amante satisfatória, que estava sempre a minha disposição e isso para mim bastava. Peguei uma taça de champanhe e olhei no relógio de pulso que estava no meu braço.

- Anda, anda - sussurrei para mim mesmo, estava louco para terminar o que viemos fazer aqui e voltar para o navio e zarpar. Eu não era um admirador de festas, o que piorava a minha pressa. Mulheres continuavam me lançando olhares lascivos, acompanhados por sorrisos e algumas removiam a máscara e arriscavam uma piscadela, porém, eu apenas sorria sensualmente e continuava caminhando.

E então eu a vi. Não deixava dúvidas de que era a mulher mais formosa que eu já havia visto e posso dizer que conheci muitas moças em minha curta vida. Meus pés moveram-se inconscientemente em sua direção como se houvessem criado vida própria e logo eu me encontrava atrás dela.

- Está perdida? - perguntei sem poder me conter. 

Ela se virou e eu tive que segurar meu queixo para que não caísse. De longe ela parecia bela, mas não havia nenhuma comparação quando se estava próximo. Tinha brilhantes cachos acobreados que deviam ser como sedas nos dedos, a máscara tampava boa parte do seu rosto mas deixava à mostra seus carnudos lábios pintados de vermelhos que imploravam por uma atenção extra, era pequena e sua cintura era tão estreita que eu apostaria qualquer coisa como eu conseguia fechar minhas mãos nela. A mulher me observou por um tempo de cima a baixo.

- Ou apenas está sozinha, bela dama? - perguntei quando tive a certeza de que o silêncio perturbador continuaria ao redor. Proporcionei-lhe o meu melhor e mais genuíno sorriso.

- Gentil senhor - ela esticou sua mão enluvada em minha direção, eu a tomei e pousei um beijo lacônico na mesma - agradeço por sua preocupação, mas encontro-me bem.

Ela começou a caminhar para longe mas eu não poderia deixá-la se afastar, então passei por ela e parei na sua frente.

- Conceda-me uma dança? - perguntei, inclinei-me e estendi minha mão para ela. Parecia que minha mão seria rechaçada e que uma desculpa estava na ponta de sua língua, mas ela sorriu e disse:

- Claro - suspirei audivelmente de alívio, ela colocou sua mão na minha e eu a encaminhei até o meio da pista de dança.

Olá, olá amoores

Como estão?

Sinto muitíssimo por não ter postado sexta, mas aqui estou e espero que gostem do capítulo. O que estão achando?

Deixem seus comentários. Beijos.

ღ Perigosa AtraçãoWhere stories live. Discover now