|25| tired

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Depois de chegármos ao hotel e os nossos determinados quartos serem-nos admitidos, e chaves entregadas, eu sentei-me num sofá num lugar desconhecido; era a sala de estar. A minha pequena mala de viagem estava a meu lado, incapaz de ser desfeita. Não queria dormir no mesmo quarto que a minha ex-melhor amiga, mas tinha de o fazer. Suspirei e encostei-me ao pequeno sofá. Fechei os olhos e relaxei normalmente.

O silêncio ao meu redor era notável; só se ouvia alguns burburinhos insignificantes a adentrar nos meus ouvidos e a saírem rapidamente. O meu corpo estava em total relaxamento. Parecia um momento raro que só acontecia uma vez por ano e tão poucas vezes que nem eu mesma notava nele. Houve alguns momentos enquanto alí estava sentada, a admirar o silêncio sentado a meu lado, que quase me deixei adormecer. As recaídas da minha cabeça para o lado, foram mais que uma.

Suspeitava que adormeceria. Então e entretanto levantei-me e passei primeiramente pela recepção do hotel; depois comecei a subir as escadas do hotel que me levariam ao quarto; a mala era muito pesada para só uma pessoa fraca como eu, transportá-la. Os meus braços eram magros. Suspirei muitas vezes enquanto os degraus em vez de diminuírem, aumentavam. Quando avistei o fim da escadaria, um alívio enorme percorreu todo o meu corpo e após pousar a mala no solo, alegrei-me. Era um grande desafio. Observei o corredor iluminado pelas luzes dos candeeiros e o meu quarto ao fundo dele. Ninguém merecia aquilo. Meti-me novamente à carga e apressadamente quando cheguei à porta, abri-a com a chave que me tinha sido dada. Seguidamente fechei-a e transportei a minha mala até à cama que não estava ocupada.

Só tive tempo de admirar o quarto depois de me sentir aliviada; as suas paredes eram brancas e havia um quadro com a imagem de Nova Iorque astronômico. Alargava-se de um lado ao outro da parte central da parede. Senti-me bem acomodada naquele canto do quarto, visto que adorava ter o privilégio e luxo de ficar com a janela do meu lado; adorava observar a vista pela manhã e pela noite, quando acordava e adormecia.

E a paisagem era linda; avistava-se dela um extenso bosque com uma verdura preservada ao longo dos anos e montanhas mais afastadas, mas mesmo assim magníficas. O céu agora acinzentado colidia com o verdejante localizado embaixo dele. Parecia que uma pequena linha tênue dividia duas naturezas gigantescas e com dimensões igualmente indiscutíveis.

" Espero que não te importes de ficar com essa cama. " Ouvi a voz irritante de Bella. Não tinha nem reparado na sua presença aqui. " Não gosto de dormir perto de janelas. " Concluiu.

Se ela me conhecesse bem, saberia que eu passo noventa e nove por cento do meu tempo perto de janelas, mas como - deduzo eu - que ela nunca tivera reparado ao longo dos anos que eu tenho gostos estupidos e diferentes da população em geral, mal saberia como me dificultar a vida. Mas em vez disso, facilitou-ma sem reparar nisso.

" Não, não me importo. " Disse.

" Pois. Mesmo que te importasses, não terias escolha. " Sorriu. Estava a tornar-se arrogante novamente.

Ignorei-a; era o melhor. Comecei a desfazer a minha mala e a meter as respetivas roupas no armário pequeno que estava perto de mim. Os meus acessórios ficaram na minha mesa de cabeceira e o resto deles, na casa de banho. Tinha de fazer uma divisão, porque havia alguns deles que eu daria uso durante a noite prolongada. Quando já estava cansadíssima, quase a morrer de cansaço, a Bella acabou por sair do quarto. E eu terminei a minha arrumação. Deitei-me na minha cama apressadamente e parecia que era a primeira vez que eu tivera experimentado um colchão novinho em folha.

Foi então que o meu telemóvel localizado no meu bolso, tocou. Era sinal que eu tinha recebido uma mensagem. Ninguém merecia. Quando eu queria descansar, ficar na minha sem ser incomodada, é que tinham a dignidade de lembrarem-se de mim. Não estava a queixar-me muito disso, mas agora iria ter o trabalho árduo de tirar o telemóvel do bolso e ver a mensagem na tela. Que remédio; assim o fiz. E afinal, tinha duas mensagens, de pessoas diferentes: uma de Allison e outra da Kelly. Visualizei primeiro a de Allison, pois, era a primeira.

" Já chegaste a Bakersfield? Espero que tudo tenha corrido bem. Beijinhos grandes. "

- Allison.

Respondi-lhe com um imediato sim e mandei beijinhos para ela e para a Jasmine. Depois, visualizei a de Kelly. Era maior.

" Se estiveres no teu quarto neste preciso momento, recomendo-te a saíres dele e vires para a recepção. Os professores estão a dar-nos autorização para saírmos do hotel! Não é o máximo?! "

Revirei os olhos. Não queria nada sair. Estava no meu cantinho. Olhei para as horas no telemóvel e já era quase meio-dia. Decidi responder-lhe, entretanto.

" Não me apetece sair do meu quarto, Kelly. Desculpa. "

Fechei os olhos e pousei o telemóvel a meu lado na cama; e com esse pequeno gesto que revelava fatiga, o telemóvel tocou outravez. Porra. Não tinha descanso. A Kelly tinha-me respondido.

" Deixo-te descansar de manhã e se quiseres à tarde, mas de noite não vais ficar trancada no quarto. Vais sair comigo e com a Yasmin, quer queiras ou não. Até logo. "

Comecei a rir-me com a sua mensagem. Não me poderia queixar; ela era a melhor amiga que eu tinha neste momento e se eu a perdesse, por acaso, ficaria novamente sozinha, sem ninguém do meu lado para me levantar nos meus momentos melancólicos. Não digo que adorava ter companhia ao meu redor porque eu adorava ficar sozinha, mas a companhia da Kelly valia a pena.

Fechei os olhos novamente. Já estava descansada, achava eu. Comecei a ouvir um barulho suave; o barulho da chuva a embater no parapeito da janela. Tivera começado a chover. Enrolei-me nas mantas e enconstei a minha cabeça à almofada felpuda. Parecia-me uma boa forma de descanso. A minha paz interior suspirou graciosamente e pareceu-me ouvi-la. Isso aliviou-me.

Pouco a pouco, a minha central de pensamentos foi-se desligando; nostalgia, verdura, olhos de diferentes tonalidades e pessoas diferentes, imagens distintas, passaram pelo meu cérebro. Mas eu sabia de algo que ele não sabia. Houvera uma daquelas lembranças que jamais poderia ser esquecida. Era uma memória em forma de pessoa, a caminhar até mim, pronta a proteger-me dos meus demónios. Consegui ver a sua forma humana e tudo; tinha olhos verdejantes, brilhantes como a natureza. Vi o seu sorriso suave a aprisionar-se na sua fisionomia. Sorri com os meus pensamentos. E adormeci com o Harry a fazer com que algo florescesse dentro de mim e morresse tão rapidamente como o meu coração. O meu pobre coração.

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Olá a todas! Então, está tudo bem com vocês? Bem sei que esperaram muito por este capítulo e desculpem-me pela demora insatisfatória. Prometi que atualizaria em dezembro, mas não consegui. Tive um tempo livre e aqui está. Espero que tenham gostado, apesar de não estar nada demais.

E fico agradecida pelas 17.000 visualizações! Até hoje me pergunto como é possível ter tantas, e tantos comentários positivos! Obrigada a tudo o que vocês têm feito e sei que muitas desistiram da fic pelo tempo de demora, mas por favor, não desistam de mim nem deste livro. Eu não desisti de vocês, e nunca deixarei de escrever, demore o tempo que demorar a atualizar. Sempre estarei aqui.

Mudando de assunto, eu tinha dito que iriam acontecer muitas coisas nesta visita de estudo. Esperem para ver porque vai ser emociante! À poucos dias tive uma ideia de meter no livro algo mesmo bombástico. Esperem para ver, sei que este capitulo foi bastante parado, mas o Harryzito vai aparecer em breve.

Preparem-se!

Beijocas! ❤️

Duas Metades {HS}Where stories live. Discover now