|13| problem

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{ P.S : mudei o meu nome de utilizador aqui no wattpad, se isso vos fizer confusão! Boa leitura ❤️ }

S k y l a r

O tempo foi passando rapidamente, e quando olhei para as horas, já era meia-noite. A feira encerrou e o aglomerado de pessoas começou a sair de lá, assim como eu e Harry. Nós os dois andámos em todas as diversões, e posso admitir que nunca me diverti tanto em toda a minha vida.

Eu nunca tinha sentido tanta felicidade dispersada por todo o meu corpo, e nunca tinha sentido a adrenalina a fluir por todos os cantinhos do meu corpo. Eu pensava que depois de uma pessoa ter o coração partido, desfeito num caco, é impossível alguém restaurá-lo, reconstruí-lo, até hoje. Hoje, a minha opinião acerca disso, mudou. Dei-me conta que um coração partido pode ser reconstruído, assim como um prédio que se desmorona. Só é preciso minutos, anos ou séculos para isso acontecer. E eu sei que, demore os anos que demorarem, ele irá ficar novamente inteiro. Eu sei que sim - ou pelo menos, quero acreditar nisso.

Olho sem nenhum motivo aparente para o céu nada estrelado, e uma gota de água cai em cima da minha face. Uma imensidão de gotas começam a cair por todo o meu corpo, e eu e Harry aumentamos o passo.

- Eu gosto da chuva. - Harry quebra o silêncio já presente entre nós.

Os nossos passos fazem eco por todo o lado, e as nossas vozes igualmente. A chuva aumenta de tamanho e de intensidade, e sou obrigada a entrelaçar os meus dedos nos de Harry para conseguir acompanhá-lo. O contacto das nossas mãos e o calor que transmitem uma para a outra, faz-me corar ligeiramente. Nunca me senti tão bem em toda a minha vida.

- Eu também. - Finalmente respondo.

- E porquê? - Ele pergunta.

Existem muitos porquês para alguém gostar da chuva. Algumas pessoas simplesmente gostam dela para conseguirem ter terrenos férteis para cultivarem. Outras, porque gostam de senti-la descer por cada parte do seu corpo, para se sentirem bem - acho eu. Eu gosto da chuva, por um simples motivo. Gosto dela porque ela faz-me ver o quanto eu sou pequena, perante todas aquelas gotas. Gosto dela porque faz-me entender que eu não sou a única a chorar, a desmoronar-me.

- Porque ela faz-me sentir minúscula. - Admito.

- Como assim?

Ele pára de correr e nesse momento dou-me conta que estamos abrigados dentro do nosso prédio. Enrolo o meu cabelo para não escorrer mais água dele, e começo a subir as escadas, juntamente com Harry a meu lado.

- Ainda não respondeste à minha pergunta. - Ele quebra novamente o silêncio.

- Se reparares bem, nós entre a chuva somos minúsculos. Já viste quantas gotas de água saem de uma simples nuvem? - Finalmente respondo e suspiro.

- Não, a chuva perante nós é que é minúscula. Já viste o nosso tamanho ao pé de todas aquelas gotas?

- Talvez. - Faço uma pausa. - Talvez tu sejas grande e eu minúscula perante a chuva. Afinal, somos diferentes.

Nunca entendo as minhas conversas com Harry. São sempre estranhas e quase, sem sentido nenhum. O que eu disse, é verdade. Eu e ele somos diferentes, muito diferentes. Eu sinto-me minúscula entre a chuva, porque ela é mais corajosa que eu, e mais destemida. Quer dizer, as nuvens é que são corajosas - literalmente. Elas choram para pedirem-nos ajuda, e eu não. Eu choro por dentro, e não peço ajuda. É por isso que sinto-me minúscula entre a chuva. Então quer dizer que, quando o Harry diz que se sente grande entre ela, quer dizer que ele está a pedir ajuda diretamente, mas ninguém percebe?

Duas Metades {HS}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora