Capítulo 2 - Por Stephan

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Bryan me olhou feio e saiu pisando duro.

Eu não tenho culpa se as garotas interessavam-se pelo cara errado.

Terminei de comer e depois de 15 minutos já me sentia pronto para continuar o treino, precisava gastar toda essa energia. Acima disso, eu precisava ocupar minha mente antes de enlouquecer de vez.

○○○

Três horas depois estávamos no San Marine, um bar onde geralmente comemoravamos os jogos ganhos e situava-se no centro de Roilsville, a poucas quadras do Guider Build. Tão perto assim, Heather não saía de meus pensamentos.

Isso tudo estava errado, era ela quem devia me ligar, correr atrás e se preocupar. Geralmente é assim, a garota fica louca pelo seu primeiro... Como se diz? Amante? Homem? Tanto faz, mas é isso.

Tentei encontrar na linha do tempo o que eu havia feito de errado. Mandei flores? Sim, incontáveis vezes. Ligava quase todos os dias? Sim, não a deixava imaginar que eu não pensava em nós dois. Sempre fui romântico, e sem nenhuma modéstia, eu sabia o quão atraente era. Todas as garotas queriam uma chance comigo, enquanto Heather queria um tempo. Até sentir minha falta e precisar, mas logo depois pedia outro tempo.

Talvez fosse a hora de deixar tudo isso pra lá e seguir em frente. Talvez Bryan estivesse certo. Eu não podia esperar a vida toda por ela.

Alguém tocou meu ombro de um jeito delicado. Olhei para o banco ao lado do meu, de onde uma garota loira me lançava olhares tímidos. Instintivamente olhei para seu decote e confirmei minha hipótese. Julie Beggans. Dei alguns toques no balcão simples de madeira, onde me apoiava. Sorri internamente pensando em uma maneira de dispensá-lá sem magoar. Eu realmente não estava disponível e as garotas não entendiam isso, ou então eu teria diferentes moças na minha cama todo santo dia e elas conheceriam a antiga reputação de Stephan Meyer.

-Oi.
Sua voz doce me despertou da tentativa de plano.

-Oi.
Mal olhei para a garota, tentando não dar esperança.

-Você quer conversar?
Fitei seus olhos e eles eram tão brilhantes. É uma pena que eu não dê a mínima.

Levantei do banco, mostrando-me muito mais alto que ela.
-Me desculpa, mas eu preciso resolver um assunto. Talvez possamos conversar outra hora, que tal?

O sorriso tímido se ampliou, exibindo dentes perfeitos entre lábios carnudos e rosados. Ela era bonita mesmo.
-Claro.

Sorri uma última vez e me afastei, feliz por ela não ser perseguidora ou coisa do tipo até o momento. Mesmo se ela fosse a penúltima mulher na face da Terra, meus pensamentos só estariam na outra, que para mim era a única.

Com esse pensamento estúpido, fui ao banheiro lavar meu rosto e ao lado da porta um cara dormia como se estivesse em sua cama, tive que desviar para não pisar no idiota.

A torneira liberava jatos fortes por cinco segundos. Molhei minhas mãos, em seguida juntei-as e deixei a água fria encher até as palmas. Despertei meus sentidos quando a água tocou minha face e ao olhar meu reflexo no espelho vi um cara que todos queriam ser. Tinha consciência de minhas qualidades físicas e de que chamava atenção de todas, podia pegar quem eu quisesse, até Julie Beggans. O grande capitão da equipe masculina de basquete da Universidade de Australand queria só uma quando podia ter um harém.

Descartei todas as idéias anteriores e conselhos de Bryan, mesmo sabendo que era idiotice. Eu sabia o que queria e iria atrás, não deixaria o caminho livre tão facilmente.

Ao voltar para o bar com o pessoal, entornei três garrafas de cerveja, mesmo assim continuava nervoso, pois o que iria fazer em seguida ficava na linha tênue entre o sucesso e o fracasso. Saí do bar e respirei fundo. Segui a pé, pois não era imprudente nem preguiçoso. Antes de chegar à meu destino, parei em uma farmácia. Claro que era mais que idiotice misturar alguns calmantes, mas eu não ligava. Ficar sem ela e morrer, naquele momento, parecia a mesma coisa.

The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.Onde histórias criam vida. Descubra agora