Capítulo XIX - Conquista

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Rio de Janeiro - 14:00h

Eu acredito que daqui a pouco Anton estará chegando, então estou pedindo ajuda das minhas empregadas para deixar tudo pronto. Ele detesta bagunça. Finalmente estou sem o gesso e terminei minhas sessões de fisioterapia, ainda sinto um pouco de dor, principalmente quando está um pouco mais frio ou carrego algo muito pesado, mas não é nada muito prejudicial. Ouço um barulho da porta da frente se abrindo.

- Eva! - Ele grita de longe e sorri.

- Anton, você parece bem. - Vou andando em sua direção e ele me abraça.

- Eu estou bem sim. - Ele olha ao redor e nota diferença na casa. - Nossa, parece que você fez uma grande mudança aqui. 

- Sim, pois é. Espero que tenha gostado. - Digo insegura. Fiz bastante coisa, comprei sofás novos e brancos, as persianas que antes eram pretas, eu troquei por creme, mudei os móveis de lugar, troquei os lustres... fiz algumas mudanças, espero realmente que ele goste, eu não quero que tenhamos desavenças, não ainda.

- Eu... - ele vai ao redor, olha tudo. - Eu gostei. De verdade, ficou muito bom. - Ele me olha. - Parabéns pelo seu trabalho. - Ele sorri para mim e eu sorrio aliviada.

- Vamos nos sentar na sala. - Nos sentamos cada um em um sofá, um de frente para o outro. - Como foi sua viagem? - Pergunto sorrindo.

- Foi realmente muito boa, serviu-me para esclarecer as coisas e descansar a mente.

- Você veio sozinho? - Geralmente Juan está com ele, então estranhei. Sem falar que foi o próprio que arrumou esta viajem para Anton.

- Ele veio comigo desde o aeroporto, mas de lá fomos para nossas casas. - Ele parece preocupado, mas está tentando esconder.

- Aconteceu alguma coisa? Você parece um pouco assustado, nervoso, preocupado.

- Bem... é que essa viagem foi estranha. - Ele continua me falando tudo o que aconteceu, na verdade... de tudo que não lembra que aconteceu, isso é estranho. Muito estranho mesmo, ainda mais por Juan estar metido por trás dessa viajem. Anton diz que ele é um amigo, mas há algo naquele sorriso que não me inspira confiança, eu não sei o que ele poderia ser capaz de fazer, e não consigo fazer com que Anton enxergue isso, então o jeito é ficar de olho da maneira que eu puder.

- Nossa... muito estranho mesmo. Mas quem sabe com o tempo você se recorda de algumas coisas que aconteceram, não é? - Respondo ao que ele me falou. - Bem... você quer comer algo? - Pergunto e me levanto. - Daqui a pouco eu já vou dormir. Amanhã tenho aula.

- Não. Também vou tomar um banho e vou dormir. Preciso descansar a mente, vim dormindo quase que a viajem toda, e mesmo assim ainda estou com muito sono, me sinto um pouco zonzo, talvez seja o voo que não me fez bem, e tenho a sensação de estar dias sem dormir. Sinceramente não sei o que está havendo comigo.

- Tudo bem, então já vou indo. - Lhe dou um beijo na cabeça e vou deitar. Ele parece agitado, mas está muito mais calmo do que antes, espero que as coisas continuem assim. Vou para o meu quarto, e que Anton entre, eu me ajoelho e peço a Deus para que me ajude a continuar firme na fé.

"Senhor, eu gostaria de agradecer por mais um dia e por ter trago Anton em segurança para casa, tomara que as coisas comecei a se organizar, mas eu ainda tenho muito medo dele por tudo o que fez. Te peço misericórdia e que ele seja salvo por Ti, amém".


Los Angeles - 15:00 horas

- Então o que o senhor acha? - Pergunto ao advogado.

- Bem... você pode tentar, mas não sei se vai conseguir entrar no prefeito Anton. - Ele me responde e toma uma xícara de café nas mãos.

- Eu preciso fazer isso, doutor, preciso tirar minha irmã de lá e sei que ela não tem para onde ir. Eu tenho visto o que tem acontecido no Rio de Janeiro e tem estado no jornal para quem quiser ver, ele tem desrespeitado minha irmã e acredito que ela ainda esteja sofrendo abuso físico, só de pensar fico atemorizada com essa situação.

- E o que pretende? - O advogado pergunta. 

- Eu não vou ficar satisfeita até tirá-la de lá. Sei que posso fazer isso e como fazer isso. Eu e Anton estamos, vamos na verdade começar a trabalhar juntos em um projeto, sem falar que o cafajeste já deu em cima de mim, então vai ser fácil entrar na casa dele.

- Só tenha cuidado, Isabela, por favor, não faça loucuras. - Ele toma outro gole de café.

- Não se preocupe, vai dar tudo certo. - Sorrio para o senhor à minha frente, ainda pensando como alcançarei os meus objetivos.


Escritório da Prefeitura - Rio de Janeiro - 17:00 horas

Ainda não estou me sentindo recuperado da viagem que passei, mas já superei o fato de não entender o motivo das coisas, só quero voltar ao meu trabalho e pensar na minha campanha. Ligo a televisão que tem na minha sala e vejo novamente uma reportagem sobre o  cantor Prince morreu há pouco tempo. Meu corpo se estremesse quando a repórter diz que o cantor morreu de overdose de analgésicos, não sei o motivo, mas desligo logo a televisão, não quero pensar nisso. Em seguida me assusto com o telefone que toca.

- Bom dia, senhor Alberoni. A senhorita Garcia gostaria de falar com o senhor.

- Das empresa Garcia's? - Tento me lembrar.

- Sim senhor, posso passar?

- Pode sim.

- Alô.

- Olá, senhorita, como você está? - Digo sorrindo e dou um pequeno giro na cadeira que estou sentado.

- Estou bem, eu gostaria de saber mais sobre o projeto e ver o que podemos fazer para começar o mais rápido possível, então sabendo disso estou disponível para fazer uma viagem ao Brasil e entender mais como será feito, como vocês querem que fique.

- Como? Não, não, por favor, eu mesmo, pessoalmente vou à L.A. para que possamos conversar.

- Não, que isso, não precisa. - Ela diz rapidamente. - Eu quero ir até ai! Sem falar que você é um prefeito, um homem realmente ocupado e eu não gostaria de tomar o seu dia, ou o seu tempo, por que isso leva tempo. Tenho acompanhado a situação do Brasil e sei que não é o momento ideal para uma viagem.

- Ah deixa essa preocupação de lado, amanhã mesmo estarei pegando um avião para ir até ai e conhecer sua empresa, os ideais de vocês e veremos se realmente vocês estão preparados para trabalhar conosco, o que acha? - Digo sorrindo, depois dessa ela não tem opções.

- Bem... - Ela hesita. - Tudo bem, eu não queria dar trabalho, mas se estiver tranquilo para o senhor, para mim também está.

- Tudo bem, me passe o endereço por e-mail e nos veremos amanhã.

- Ok... Ah outra coisa, se sua esposa quiser vir com você, não tem problema. Seria um prazer recebê-la também.

- Tudo bem. Bye! - Eu digo cortês.

- Tchau. - Desligamos e eu fico com um sorriso bobo no rosto.

Finalmente vamos nos ver e até parece que vou levar Eva para atrapalhar os meus planos de ficar sozinha com Isabela, nem pensar. Sem falar que se ela visse para cá eu não teria muita liberdade e estaria correndo risco de passar por um outro furo no jornal. Eva que fique para trás porque eu estou indo e não tenho que dar satisfações a ela. E Isabela que se segure, porque eu estou chegando para o ataque. Ligo para Juan para avisar a novidade, afinal ele é meu amigo e não vai me incriminar por isso, pelo contrário, vai até ficar muito contente.


Espero que tenham gostado. A partir desse capítulo eu preciso que vocês tenham atenção redobrada, pois pequenos detalhes serão importantes para entender a história. CONTINUEM ACOMPANHANDO!

No seu coração.

P.

Confia em Mim: DestruídaWhere stories live. Discover now