Capítulo IX - Sombrio

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Oi pessoas que amo, esse capítulo foi para mostrar a versão de Anton, vamos conhecer mais sobre ele? Let's go!

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Algum lugar de São Paulo - 14:00 horas

- Eu não sei se quero fazer isso. - Ando de um lado para o outro.

- Como assim? Você ficou maluco? Você vai fazer isso sim! - Gritava Juan sentado em frente a sua mesa, seu olhar era maligno, frio e cortante.

- Eu não posso fazer mais isso, Juan, eu já estou ficando louco.

- Mas aquela mulher não é para você. Entenda! - Ele me sacode.

- Mas eu gosto da Eva, realmente, eu não quero mais fazer parte desse processo. - Falo incisivo.

- Você não tem mais como voltar atrás, se você voltar, aquela mulher vai acabar te convertendo e você morre, você pode escolher. É isso que você quer? Quer ser considerado um fraco diante de nossa sociedade? É isso? - Ele me aponta o dedo.

- Mas isso aqui não é vida pra ninguém, você entende? Eu não posso simplesmente pedir divórcio dela?

- Você realmente está ficando louco, só pode. - Juan coloca a mão na cabeça. - Você está defendendo direitos, que nesse momento, não te dão a opção de fazer o que quer. Esqueceu do seu discurso? Você simplesmente deve compreender o sistema e executar. Vamos fazer o seguinte... eu vou marcar com o doutor Marcos, para que você passe lá. Já está na hora.

- Você sabe que eu detesto aquele homem, não sabe?

- E quem não... mas não podemos esperar mais.

Nesse momento estou em um carro, tive que viajar á SP para ser consultado por Marcos. Que raiva tenho daquele homem, toda vez que vou lá eu sofro uma lavagem cerebral da forma mais disfarçada possível. Eu não quero machucar mais a essa mulher que tanto sofreu, mas eu também não tenho opção, eu gosto do cargo da política, por isso, infelizmente,  tenho que fazer isso, eu tenho que ser forte pelo meu cargo.

Mas onde será que fica Eva em toda essa história? - Essa era a pergunta que ecoava na minha mente.

Cheguei ao local mais deplorável de toda São Paulo. O consultório de Marcos.

- Bom dia, posso ajudá-lo? - Pergunta a assistente.

- Sim, por favor. Eu tenho uma consulta marcada com o doutor Marcos.

- Sim, pode aguardar se sentando ali. - Ela aponta para os bancos dispostos na recepção.

- Obrigado! - Vou em direção aos bancos e me sento.

Eu tenho ódio de Marcos porque ele faz com que pensemos, acreditemos ou realizemos ações que muitas das vezes vão contra a nossa vontade. Ele é psiquiatra, então entende bastante sobre a mente humana e geralmente está "cuidado" dos prováveis deslizes que pessoas importantes como políticos, cantores, como podemos dizer... pessoas que são influentes e influenciam, possam ter.

- Sr. Alberoni. Pode entrar, sala 2. - Chama a assistente.

Vou direto para a sala 2.

- Bom dia, Anton, querido, como está?

- Estou indo. - Sou seco.

- Por favor, se sente. O que lhe trás aqui hoje?

- O Juan.

- Nossa, que irônico. - Ele ri. - Eu sei o problema, não se preocupe, Juan me ligou hoje mais cedo. Saiba que está em boas mãos.

Que vontade de atravessar a mesa e dar um soco bem dado na cara desse homem.

- Por favor, deite-se no divã. - Nos levantamos, ele senta em sua poltrona para me avaliar e eu me deito, um nó na minha garganta surge com a lembrança que me veio em mente.

[Flash Back On]

- Bom dia! - Eva desce para tomar café comigo.

- Bom dia! - Continuo tomando o meu café e lendo o jornal. - Hoje a noite não me espere, eu vou à São Paulo resolver uns problemas e volto ainda hoje, mas deve ser mais tarde.

- Tudo bem, Anton! - Ela fala sem mais delongas. Pega o seu café e se senta à minha frente.

- Você está bem? Dormiu bem? - Ela me pergunta.

- Sim, eu descansei. - Olhei por cima do jornal. - E você? - Perguntei seco. Eu sabia o que me esperava ao ir para São Paulo e sabia que Eva também iria sofrer, então prefiro não dar esperanças para ela e manter a conversa em um nível neutro.

- Eu tive um sonho ruim, mas já passou. - Ela sorri. Minha Eva. Minha Eva estava tendo pesadelos.

Eu não sei com o que Eva sonhou, eu só sei que foi algo ruim, pois ela se remexeu muito e resmungou, durante a noite. E eu não pude fazer nada, tive que seguir o protocolo.

- Sim, que bom!

- Bem, eu já estou indo. - Ela vem até mim esperando que eu lhe dê um beijo. Mas eu simplesmente viro o rosto.

- Tenha um bom dia! - Ela suspira, beija minha cabeça e sai pela porta.

- Sou um idiota. - Bato na mesa e abaixo a cabeça.

[Flash Back Off]

Eu posso ter culpa sobre isso, mas o que vou fazer? Eu não tenho opções como todos deveriam ter, eu sou um pássaro engaiolado.

- Por favor, quero que esvazie a mente nesse momento.

Esse é o pior momento para mim, eu não sei o que acontecia, eu não queria realmente esvaziar a minha mente, porque sempre que eu fazia isso, coisas ruins aconteciam comigo, por exemplo: eu tinha a sensação de estar sendo eletrocutado, ter pesados horríveis, geralmente sobre violência... eu perdia o total controle da minha mente e corpo. Eu tentava ser forte e não esvaziar minha mente, mas algo era mais forte que eu, pois eu só conseguia ver a escuridão e dormia, nem sei por quanto tempo, só sei que eram os piores momentos da minha vida e geralmente eu acordo já no avião, ainda completamente zonzo. Com sempre, estou acompanhado pela mesma pessoa que me trás, um chofer destinado à esse serviço.

Ao chegar em casa eu já estou melhor, mas diferente, mais introspectivo, e com uma mentalidade totalmente diferente, um pensamento mau...

Entro em meu quarto, o relógio digital pisca 03:00 da manhã, vejo que Eva já está dormindo, mas se remexendo, com o barulho dos meus passos ela acaba acordando.

- Anton? É você? Anton!

Eu acabo fazendo o que no meu subconsciente sei que é errado, machucar Eva

Eu arranco seu cobertor, a puxo pelos cabelos.

- Anton! O que está fazendo?!! - Ela grita. E eu não digo nada, parece que não consigo controlar os meus movimentos, sinal que os "serviços" de doutor Marcos, mais uma vez foram um sucesso.

Eu bato em Eva, arranco muito sangue dela. Parte de mim abomina essas ações, mas a outra parte, um pouco sombria, parece gostar muito de tudo isso e eu estou apavorado, quem sabe até talvez mais do que Eva. E tudo acaba com Eva jogada numa poça de sangue, ela está gemendo, acredito que sentindo muita dor, eu estou vendo, mas não correspondo ao ato de ajudá-la a se levantar, eu só consigo rir de sua situação.

- Eva! Eva! - Grito de longe. Ela não responde, mas se mexe, sinal que ainda está viva. - Arrume essa sujeira, você está sujando o meu quarto, não está vendo?

Eu me retiro e vou para meu escritório. Retiro meu paletó e deixo cair pelo caminho, ele está repleto de sangue. Meus serviçais não estão circulando pela casa a essa hora, mas sei que estão todos acordados ouvindo esse lindo show. Eu acabava com Eva e estranhamente querendo mais, muito mais. Ao mesmo tempo em que eu me odiava por fazer isso, eu me achava brilhante. Eu quero mais, muito mais poder, e para isso preciso subir esses degraus.

Começo a gargalhar sozinho. Nem Deus poderá salvá-la de mim.


Um pouco forte? O que acharam? 

No seu coração.

P.

Confia em Mim: DestruídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora