Capítulo VII - Discurso de Igualdade

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Boa tarde, queridos, passando para avisar que esse livro não será tão grande quanto "Confia em Mim?", mas com certeza promete emoções haha.

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DIAS DEPOIS.

Estou terminando de preparar algumas coisas, minhas malas já estão no carro. Eu e Anton vamos à uma convenção onde estará sendo votado se as mulheres depois de denunciarem os homens terão ou não ter um local decidido pelo Estado onde ficarão protegidas por um tempo. Que ironia, não?

- Anda Eva, vamos acabar perdendo o voo por sua causa. - Ele grita lá de baixo impaciente.

- Estou descendo. - Desço as escadas correndo.

- Está tudo pronto?

- Sim.

- Vamos, não quero perder o voo.

Saímos de casa com os funcionários já instruídos e seguimos até o aeroporto.

- Eva, entenda, querida, que isso é muito importante para mim. Mas... - Ele vira meu rosto bruscamente, já que eu estava olhando a paisagem pelo vidro do carro. - Me escuta! Se estragar isso, eu prometo pelo resto da sua vida que vai se arrepender! - Eu o olho assustada. - Entendeu, certo?!

- Uhum. - Foi a única coisa que consegui pronunciar enquanto ele apertava meu rosto.

- Ótimo, boa menina. - Ele bate na minha cabeça levemente como se eu fosse uma menina comportada.

Chegamos ao aeroporto, estava nevando levemente o que tornava a minha angústia um pouco mais leve, pelo menos eu poderia me distrai enquanto viajávamos.

Descemos do carro, já estamos com a passagem e seguimos para a fila de embarque e alçamos voo.

Dentro de 40 minutos chegamos em Detroit onde acontecerá a reunião. Fomos para o hotel em que ocorrerá o evento. Tudo está muito bonito, as pessoas estão bem vestidas, conheço algumas pessoas, cumprimento e aceno junto com Anton que põe sua melhor máscara nesse dia. Eu somente penso, com tanto que me comporte tudo dará certo.

Nos sentamos nos nossos lugares, ao meu lado sentou uma mulher muito carinhosa e amigável, ela me parece muito familiar, seus cabelos, seu rosto, sua forma de andar, sem contar o seu sorriso, sim, a conheço de algum lugar, só me foge a memória mesmo.

- Boa tarde, senhores. Primeiramente é um prazer ter todos vocês aqui e isso realmente é algo muito importante para a sociedade, e principalmente para as mulheres que tem avançado a cada vez mais em vários ramos da sociedade. - Diz o primeiro ministro todo sorridente. - Então eu acredito que deveríamos fazer mais em prol delas, sem elas não somos ninguém. Portanto eu gostaria de chamar a senhora Isabela para que nos fale mais sobre o projeto que estará em votação hoje. 

A moça que estava do meu lado se levantou e foi até o palco.

- Boa tarde, queridos. O projeto se trata de um local seguro para as nossas mulheres, pois muitas de nós teríamos medo de denunciar nossos maridos se soubéssemos que em breve ele estaria solto para dar a vingança. E sejamos sinceros, a organização de carceragem do Brasil não tem estado em melhores situações, ou melhor, generalizando, de todo o mundo, - Ela fala com autoridade e propriedade, - então eu e minha empresa estamos propondo esse plano para os países, estaremos custeando parte desse projeto e construiremos moradias em diversas partes do mundo para que as mulheres que quiserem, sejam protegidas por um determinado tempo, e isso ficará em total sigilo. Eu abracei esse plano depois de conhecer muitas histórias de mulheres que passam por essa situação medíocre. Espero que possa contar com um voto positivo dos senhores para darmos prontamente andamento nesse projeto. Obrigada. - ela termina e sorri acenando para os fotógrafos presentes também e se senta atrás do palanque e o primeiro ministro toma posição em frente ao mesmo.

- Ótimo, senhora Isabela, um lindo discurso. - Ela sorri como resposta para ele. - Agora gostaria de chamar o senhor prefeito do Rio de Janeiro, Anton Alberoni, que também contém algumas palavras para os senhores. - Anton se levanta do meu lado e vai até ao lado do homem o cumprimentando com um grande aperto de mão.

- Obrigada, senhor! - Ele pisca. - Bem, é um prazer estar na frente de todos vocês e partir de algo tão importante junto com a senhora Isabela, esse é um grande marco na história e principalmente no setor de segurança, o qual tanto prometemos aos nossos eleitores e muitas vezes nada cumprimos, então finalmente estaremos fazendo algo grande e protegendo nossas mulheres, nossas progenitoras. Eu também gostaria de agradecer a presença da minha esposa, Eva, que tão prontamente se habilitou para estar aqui comigo, e acredito que o modo como trato ela diz tudo, acredito que estou também habilitado para dizer essas palavras, eu, como um homem cristão! Não a violência doméstica, chega! Mas já que como o mundo tem andando, isso não tem sido possível, quem sabe essa é a unica forma de protegê-las do mal? Ou quem sabe isso não dará certo? Meus irmãos, eu não sei a resposta. Mas eu quero acreditar na proposta da senhorita Isabela. Eu quero dizer sim a paz! E preciso da ajuda de vocês para isso! Vamos tentar, ao menos uma vez e fazer diferente. Eu digo sim! - Ele termina seu discurso imponente mais também com aquele ar de vitória ao notar que todos os políticos batem palmas de pé, e pode-se ver que é nítido que ele tem o dom da persuasão em seus lábios.

Quase fico enojada com o que vejo, mas vomitar só deixaria Anton com raiva de mim e isso eu não quero de forma alguma, então tento desviar meu pensamento para a única coisa que me acalmou durante esse dia, que foi a neve caindo durante nossa viagem.

Mas.., o que me deixa realmente intrigada é aquela Isabela, conheço de algum lugar, ela também esteve me olhando, não sei porque mas há algo diferente.

Após as votações e discursos acontece um happy hour onde os políticos podem encher a cara e falar sobre o que mais gostam de falar: mulheres, política e futebol. Affe.

- Oi querida, não tivemos muito tempo para nos conhecermos? - Me viro e vejo Isabela sorrindo.

- Ah sim, tudo bem. - Aperto sua mão. - Lindo discurso, muito fascinante.

- Ah que isso, querida, nada se compara ao do seu marido. - Faço uma força enorme para não revirar os olhos, mas acho que não só fiz, como ela notou.

- Verdade. - Forço um riso.

- Está tudo bem com seu braço. - Ela aponta e aparece um pouco do roxo que estava debaixo da manga do meu vestido.

- Sim, está.., está tudo bem. - Falo nervosa tapando logo a mancha.

- Então ok. Mas tenho uma dica, querida. Tenha cuidado com seu marido.

- Por.. por.. por quê está falando isso? - Não consigo desmanchar meu nervosismo. Será que ela descobriu? Será que não estou sendo uma boa menina como Anton me ordenou?

- Nada importante, - ela não tira o olho do meu braço, até que me encara. - só que ele pediu para eu ir dormir com ele, mas eu não sou esse tipo de mulher. Homens como esse eu quero distância.

- Ah.. me desculpe. - Digo olhando para baixo, devo estar corada.

- Não, não se preocupe, ele que errou, mas abra o olho.

Eu a olho e ela tem olhos sérios, mas ao mesmo tempo bem lá no fundo, carregam o medo e a preocupação.

- Manteremos contato. - Ela sai andando deixando seu copo com suco em cima da bancada e desaparece.

Isso me deixa mais confusa ainda. Quem é essa mulher?


Espero que tenham gostado do capítulo de hoje! Deixem comentários, aceito críticas construtivas também e estrelinhas. Obrigada por tudo, Deus abençoe a todos! Vocês tem grande importância para que eu continue essa construção.

No seu coração.

P.


Confia em Mim: DestruídaWhere stories live. Discover now