Capítulo XV - EUA

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Casa dos Alberoni - 08:00 horas

Lá estava eu, pronta para fazer algo que eu não dava a mínima. E eu estaria me despedindo do meu marido que iria viajar. Acreditem ou não, eu não sabia para onde ele estava indo, sei que esse não é um procedimento normal entre um casal, mas eu e Anton, ou melhor, Anton já estava habituado a isso e eu, como uma boa esposa, deveria só aceitar.

Ele me abraça. - Me beije, faça parecer mais real. - Ele disse sussurrando em meu ouvido e eu fiz como me ordenará. 

Tudo isso é como um prato cheio para os repórteres, reportagem de primeira mão. Eles estavam simplesmente se deliciando com essas imagens.

- Estou indo, fique com Deus. - Ele beija minha testa.

- Vá com Ele.

  - Hoje você irá ao médico?  - Ele diz baixinho.

- Sim, preciso ver se o braço já está bom. - Trocamos olhares e rapidamente desviamos o mesmo.

- Entendo, então se cuida.

- Tudo bem. - Sem eu menos esperar ele me beija. Mas esse é diferente, é um beijo sincero, um beijo saudoso e um abraço, como se... como se fosse ir embora. Lhe aceno e ele vai embora. Eu não sei para onde ele está indo agora, mas esse seu último gesto me fez notar que talvez ele não quisesse ir para o lugar que está indo.

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Sinto dor ao deixar Eva, porque sei que o resultado final de tudo isso será desastroso para ela e talvez até pra mim. Mas, sigamos conforme o plano. Vou até o aeroporto do Santos Drummond para pegar um voo direto para os EUA, pois lá acontecerá o meu tratamento e será algo muito maior do que em São Paulo, sem falar que é algo totalmente sigiloso. Pelo que pesquisei e ouvi um pouco sobre isso, a coisa será realmente feia, mas eu preciso, afinal eu quero chegar no topo, certo?

Depois de 1 hora viajando e imaginando o que acontecerá eu chego no aeroporto. Todo o movimento das pessoas me deixa zonzo, mas prossigo em direção à faixa de embarque. Passo olhando por algumas lojas e paro em frente à uma, em especial, "Le German", estava escrito. Em sua vitrine tinham sobretudos, iguais aos que Eva sempre quis desde que casamos, mas nunca compramos porque o Rio de Janeiro está cada vez mais quente e ela não teria a oportunidade de usar, mas algo apertou tanto em meu coração que eu decidi entrar na loja e comprar um de tonalidade bege e um nude, paguei e entreguei à um dos seguranças que estavam comigo e disse que entregasse o mais rápido possível em minha residência para Eva e assim ele o fez.

Saí da loja e fui para a faixa de embarque, dentro de poucos minutos o avião estava decolando, com um voo direto para os EUA. O avião estava lotado, duas aeromoças passavam apressadas de um lado para o outro com comida, revistas e outros itens para os passageiros. A parte interna do avião era luxuosa então pude relaxar tranquilamente em minha poltrona, e acabei adormecendo, não sei quanto tempo dormi, só sei que uma palavra saltou tanto em minha mente que acordei assustado.

"Volte! Volte! Volte! Volte!"

Uma voz surge na aeronave dizendo para que coloquemos o cinto que o avião irá decolar e assim o fizemos. O avião aterrissa. Todos descem e pegam suas malas.

Ao descer vejo um homem alto e de cor pálida segurando uma placa com o meu nome. Sei que tenho que ir em sua direção e ele me aguarda.

- Olá, fala minha língua? - Pergunto, pois nunca o vi.

- Sim, corretamente, senhor... - Ele olha a placa. - Anton Alberoni.

- Tudo bem.

- Está pronto? Vamos? - Ele pergunta.

Confia em Mim: DestruídaWhere stories live. Discover now