Capítulo XVIII - Retorno

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Bem... primeiramente devo muuuuiitas explicações para vocês. Eu estive em uma época de provas muito atribulada, cheguei ao ponto de ir para o trabalho, faculdade e somente dormir 1:30h por noite, sim, nem eu pensei que conseguiria, mas com a ajuda de Deus e um pouco de esforço eu passei direto, aleluia! Entretanto quando eu pensei que tudo ficaria bem e eu retornaria, uma situação louca aconteceu e minha vida deu uma grande reviravolta, eu estava, ainda estou, sem cabeça nenhuma para escrever, mas estarei retornando, me perdoem por deixá-los ao léu. Que Deus nos abençoe!

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Ainda estou em um lugar desconhecido, estou totalmente enojado com o que estou vendo. Me recusei seriamente a matar aquela bebê, aquela criança inocente, entretanto de nada adiantou. Entrou uma outra criança na sala, ou melhor, um adolescente na faixa entre 13 a 15 anos, ele executou o que a mulher falava. Ele estuprou a criança, com uma faca começou a tirar a pele da da mesma e nesse momento está terminando de beber seu sangue. Estou todo respingado de sangue e com lágrimas nos olhos. Eu não queria ter visto isso, mas dois homens fortes seguraram meu corpo e me colocaram em uma maca vertical, fiquei amarrado e um deles segurou minhas pálpebras para que eu não fechasse os olhos. O que é isso? Queria tanto que fosse somente um pesadelo, tudo isso, cada coisa... tenho medo de nunca mais sair da minha mente. O garoto continuava bebendo o sangue e algumas carnes da criança que estavam espalhadas pelo chão. Ele parecia um animal feroz e sem coração.

- Chega! - Grita a mulher, mas o garoto não parece dar importância e continua comendo.

De repente "pam". O som perto do meu ouvido quase é ensurdecedor. O homem que não estava segurando meus olhos deu um tiro bem na testa do menino que estava se deliciando com a pele da criança. Começo a gritar e tento me soltar desesperadamente, sendo em vão, claro. Ele prontamente cai no chão deitado. Começo a chorar mais ainda quando o homem aponta a arma na minha direção, eu vou morrer, só pode, estou aniquilado nesse lugar.

A mulher vem na minha direção, puxa meu queixo e o homem que antes segurava minha pálpebra, já não segurava mais.

- É isso que acontece com aqueles que não nos obedecem! - Ela fala ainda segurando meu queixo. - Ouça a minha voz e você vai sobreviver. - Ela larga meu queixo violentamente. - Apague ele! - Após a mulher dizer isso ela sai andando e eu recebo um soco bem no rosto e desmaio.

3 meses depois... 

Esse tempo aqui convivendo nesse lugar foi esplendido foi mundo bom para espairecer a cabeça e me desligar de tudo lá fora, infelizmente eu não lembro muito de tudo o que aconteceu, não sei por quê, parece que minha mente ficou tão branca como a cor dessas paredes. Me sentei na cama e fiquei refletindo o tão branco era este quarto, tudo era branco, exceto que o chão era quadriculado em branco e preto, entretanto, quando cheguei aqui ele não era assim, era somente branco, isso é realmente estranho. Outro detalhe que chamou minha atenção é que perto da porta do banheiro haviam alguns cacos de vidro, fui até eles e na verdade eram do espelho que existia no banheiro, mas agora estava despedaçado no chão, não me lembrava de ter feito algo sobre isso, mas no meu interior parecia algum tipo de mensagem. Volto para o quarto e continuar arrumando minhas coisas, afinal meu período de descanso acabou e preciso voltar para casa. Como será que está Eva?

A porta atrás de mim é aberta, quando olho, vejo que é aquela mulher que cuidou da minha vida no período que estive hospedado aqui, meu corpo todo se estremesse e eu permaneço imóvel. Eu gostava dessa médica, enfermeira, manipuladora, eu não sei... eu realmente gostava dela, mas algum lugar na minha mente, meu corpo, me diziam que essa mulher era perigosa, sendo que nunca fez mau pra mim.

- Está pronto para ir pra casa? - Ela fecha a porta atrás de mim. E me encara, mas não tenho forças para responder. - Bem... de qualquer forma seu período de treinamento acabou.

- Treinamento? - Essa palavra me tirou da imobilidade.

- Sim, treinamento. Mas não precisa se preocupar. Você se saiu muito bem, estou orgulhosa. - Ela dizia com um ar que... sinceramente eu não sabia se era desprezo ou felicidade. Me parecia mais desprezo.

- Hum... - Paro e penso um pouco. - Poderia me lembrar o que foi que realmente fiz, me desculpe, parece mentira mas eu não lembro de muitas coisas que aconteceram aqui, parece que estive... desligado, dormindo. - Passo a mão na cabeça. - Não me lembro de nada mesmo.

- Não se preocupe meu querido, o importante é que você sobreviveu! - Ela sorri. - Vamos somente terminar de fazer algumas avaliações físicas e estarei te liberando. 

Ela me examina, analisa minha pele, pupilas, reflexo... entre outros. Enquanto eu continuo pensando nas palavras "treinamento" e "sobrevivi". Como assim, então eu poderia morrer? Isso que ela quis dizer? Isso é incompreensível e inadmissível, como eu posso não me recordar de coisas tão sérias como isso?

- Está tudo certo, venha, você tem um conhecido que veio lhe buscar. - Ela diz indo até a porta e abrindo-a para mim. Eu saio e a sigo.

A casa é rústica e toda amadeirada, quadros com grandes personalidades da história como Hitler, Napoleão, Stalin, entre outros. Entretanto, não são pessoas que foram muito, digamos, amáveis entre o povo. Tinham também alguns instrumentos que eu não saberia dizer o que é, só sei que eram muito aterrorizantes. Ao encontrar a saída junto com a mulher eis que vejo Juan, meu bom amigo que me ofereceu essas férias. 

- Juan! - Vou até ele e lhe lanço um aperto de mão seguido de um abraço.

- Olá meu amigo! - Ele bagunça meu cabelo e eu reclamo tentando arrumar. - Está tudo certo, podemos ir?

- Sim, vamos. - Eu queria distância daquela mulher o mais rápido possível, não sei por quê. Pegamos minhas coisas e nos despedimos do maravilhoso e paradisíaco hotel. Eu realmente queria me lembrar de ter tomado banho na imensa piscina que o hotel tinha.

- Cara... - Digo ao Juan ainda olhando todo o matagal que há em volta. 

- O que foi? - Ele olha para mim rapidamente enquanto mantém os olhos na estrada de terra. 

- O que foi aquilo que aconteceu lá? - Nesse momento Juan parece ficar um pouco nervoso com minha pergunta sem sentido.

- Como assim, Anton? Você não gostou? - Ele continua concentrado na estrada sem manter muito contato visual comigo.

- Se eu te contar que não me lembro de nada que aconteceu esses dias, você acreditaria em mim? - Pegunto um pouco receoso, vai que ele pensa que estou ficando mais louco que o normal.

- Acredito sim!

- Sério? - Me viro para ele animado.

- Sim, pode ser por causa do cansaço. - Ele diz.

- Não, não é possível. Só me lembro de quando cheguei, depois disso, eu não lembro de mais nada, não lembro depois que cheguei ao meu quarto, eu não tinha nem noção do tempo que havia passado que eu estava lá, só soube hoje... hum... pensando bem, eu lembro de algumas partes escuras, parece um local sem luz, e...

- Ei cara! - Juan me toca. - Não tenta ficar lembrando disso não. Forçar a mente demais faz mau.

- Verdade, eu preciso mesmo é descansar, sabe? Estive esse tempo todo fora de casa, da minha cidade... talvez isso que tenha me feito falta. 

- Sim, é disso que estou falando. - Ele sorri.

- Sim. - Deito a cabeça no banco e descanso.

Preciso relaxar, repito mentalmente.


Caramba... o que será que aconteceu com Anton? Continuem acompanhando para saber ;-)

No seu coração.

P.

Confia em Mim: DestruídaWhere stories live. Discover now