Things I Can't | H.S.

Capítulo 34

Comentem MUITO e votem.
Olhe se leu a atualização anterior porque essa é a segunda do dia.
Sim, duas atualizações seguidas porque tô na TPM e é a hora pra escrever.

4 de Janeiro 

A fumaça sai suave da boca de Zayn e o frio está absurdo. A neve é pouca, como o usual em Londres e a touca em meu cabelo quase não adianta de nada enquanto estamos sentados aqui do lado de fora do café Costa. 

-Quando vai precisar de um estágio, Bo? - pergunta. 

-No próximo semestre - suspiro, rodando a pequena colher na xícara de chocolate quente - Por que? 

-Tem um lugar garantido na Malik, sabe disso, certo? - leva cigarro até a boca e eu sorrio. 

-Isso é muito gentil, Zayn, obrigada - ele afirma e dá de ombros, termino meu chocolate quente e coloco o dinheiro embaixo da xícara - Preciso ir. 

-Posso te dar uma carona, se quiser - ele apaga o cigarro com a ponta da bota e se levanta comigo. 

-Tudo bem - eu sorrio, e caminhamos até o carro.

Os bancos aquecidos do seu Range Rover me esquentam antes mesmo de sairmos do campus. Ele liga o som e alguma música R&B começa a tocar. É bem diferente da rotina que eu tinha com Harry. O carro era clássico e as vezes gelado demais, as músicas eram antigas e sempre tinham alguma frase que enchia meu coração. É bem diferente do que está acontecendo agora. 

-Então, Harry ainda não voltou? - pergunta ansioso.

-Não - me encolho no banco do carro e evito seu olhar - Anne disse algo sobre isso? 

-Ela disse que ele parecia descontrolado quando a mandou embora - mordo o interior da bochecha - Precisa respeitar esse tempo dele, Bo. 

-Eu respeito, Zayn - o olho por fim - Mas... e se ele não voltar? Tipo, nunca mais.

-Não seja estúpida - revira os olhos sem me olhar - Até parece. 

Fico em silêncio depois disso e me assusto quando ele estende a mão e a coloca na minha coxa. 

-Me desculpe, não quis te ofender - olha nos meus olhos e eu afirmo, permanecendo em silêncio - O cara é maluco com você, não te deixaria assim. Ele vai voltar, Bonie. 

-O que Anne disse? - ele tira a mão da minha coxa e para na frente do meu prédio.

-Ela... - ele limpa a garganta - ela foi até ele para pedir perdão. Dizer que sentia muito e que queria que ele a tratasse como mãe. Mas deu tudo errado. 

-Harry estragou tudo? - pergunto.

-Eu não diria dessa forma, mas ele não foi a mais compreensiva das criaturas - dá de ombros - Foi o Harry que ele é com todos, exceto você. 

Afirmo e tento ignorar o assunto. Ajeito minha mochila nas costas e seguro na maçaneta da porta. 

-Obrigada pela carona, Malik - ele sorri e acena - Te vejo depois. 

-Claro, te vejo depois, linda. 

Há 12 dias espero por Harry. Espero chegar em casa e de alguma forma, encontrá-lo jogado no meu sofá como ele costumava ficar. Minha mãe me liga todos os dias garantindo que não fiquei completamente louca, ainda. 

Esperar por ele tem sido como um teste. Estou esgotada. Concordo com a visão do Sr. Brando que o amor não é fácil mas isso me parece demais. Eu choro muito mais do que sorrio durante todos os dias e vivo pra sentir falta dele. Eu tento ligar mas já decorei sua caixa postal, "Aqui é o Harry, deixe o recado aí, obrigado." repito toda vez que ouço, como se esperasse que o discurso mudasse e Harry atendesse.