Capítulo 7

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Já passavam das 7 da noite e eu ainda estava na biblioteca da universidade, tentando terminar sozinha o resto do trabalho sobre Hamlet. As duas páginas que Harry havia escrito, tinha, de várias formas, me ajudado a dar continuidade mas minha mente vagava sempre por qualquer outra coisa em meu entorno. Quando finalmente consegui concluir o ato final e expressar a intenção literária de Shakespeare, já eram quase 9 da noite. 

-Estamos fechando, garota, está pronta para ir? - a bibliotecária simpática veio até mim e perguntou, com um sorriso leve no rosto. 

-Oh, sim - sorri de volta e juntei meus pertences - Obrigada. 

Caminhei até o lado de fora da faculdade e o vento frio bateu com força em meu corpo. Me arrependi de imediato por não ter vindo de carro. Esperar o trem faria com que eu ficasse mais de uma hora na estação, e isso estava fora de cogitação para mim. De qualquer forma, a caminhada é rápida e agradeci mentalmente por isso. 

Eu vaguei pelas ruas, que estavam bem diferentes do usual. Quando volto pela manhã para casa, os carros passam apressados e agora tudo o que ouço são carros ao longe. Eu ajeitei meu moletom em meu corpo e respirei fundo algumas vezes antes de virara esquina. Um grupo de três homens virou na esquina que eu tinha acabado de entrar, vestidos casualmente para a área.Enquanto eles de aproximavam de mim, eu percebi que voltar sozinha não havia sido uma boa ideia. Eles estavam esmurrando os braços uns dos outros. Eu me mantive tão longe quanto a calçada me permitiu para das espaço a eles, caminhando devagar, olhando sempre na direção da esquina, do prédio onde Zayn e Harry moram. O meu estava logo ali, só precisava me livrar dessa rua de uma vez por todas. 

-Ei, garota - um deles chamou quando eles passaram por mim. 

Eu olhei pra cima automaticamente. Um dele haviam parado, os outros dois tinham desacelerado. O mais próximo, um homem pesado, na casa dos vinte, me analisava da cabeça aos pés, me fazendo sentir repulsa. Ele estava usando uma camisa de flanela em cima de uma camiseta suja, jeans e botas. Ele deu dois passos na minha direção.  

-Vai ficar exatamente onde está - o homem disse mais baixo dessa vez e tentei fazer com que meus pés se movessem - está me ouvindo? 

Seus olhos eram ameaçadores e eu me mantive quieta enquanto o homem rodeou meu corpo e os outros dois homens se aproximaram de mim. Eles cheiravam a bebida. Foi o medo que ele pudesse me machucar que fez com que meu corpo enrijecesse e me deixasse extramente quieta naquele momento.

-Tem um belo rosto - ele passou o indicador pela minha bochecha e os outros dois homens riram com sua atitude, me empurrando na parede. 

-Não me toque - falei rude, o mais rápido que consegui. 

-Ela fala - a voz estrondosa do outro homem, de cabelo escuro quebrou o silêncio intenso, me fazendo pular. 

Eu me vi encurralada entre a parede e os três homens, visualmente ameaçadores demais para mim. O homem mais magro se desencostou da parede e segurou meu moletom.

-O que tem aí? - ele puxou minha bolsa e revirou a mesma, pegando minha carteira e recolhendo os poucos euros que eu mantinha ali. Agradeci por ter deixado o cartão de crédito em casa, seria um desastre enorme - Tão pouco? - ele me olhou como se estivesse indignado e os outros dois homens riram, se afastando um pouco de mim. 

Eu me recompus, a apenas alguns passos de distância. O homem jogou minha bolsa no chão enquanto eles dividiam meu dinheiro e eu a peguei rápido. Grunhi quando meu choro iniciou e o homem magro se virou para mim. 

-Não seja assim, docinho - o olhei com nojo e limpei meu rosto. 

Eles abriram um pouco mais a roda e o homem magro se aproximou de mim e me puxou pelo moletom, eu segurei um grito em minha garganta. 

Things I Can't | H.S.Where stories live. Discover now