Capítulo 9

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Comentem e votem.

Para quem lia Let Me Stay, eu postei um Epílogo lá.

Tenho que correr para chegar à aula de Literatura Inglesa, quase chego atrasada e agradeço ao universo por ser a última do dia. Me sento no único lugar vago hoje, ao lado de Noah e ele me sorri, se ajeitando na cadeira enquanto o Sr. Pyper fala alto sobre a matéria. 

-Os sentimentos de Beowulf, de que nada continua e que a juventude e alegria irão se tornar morte e dor, penetraram no Cristianismo que irá dominar a futura paisagem da ficção inglesa.

-Por que a sala está tão cheia hoje? - sussurro para Noah e ele sorri, se abaixando um pouco para falar perto do meu rosto.

-As provas estão chegando e tudo isso - ele dá de ombros - As pessoas parecem se lembrar que estão na universidade.

- Mesmo sem suas linhas grosseiras, os poemas de guerra vikings ainda têm o cheiro de sangue , e suas rimas consonantes soam como encontros de espadas sob o triste céu do norte, há ainda um senso de perigo iminente em suas narrativas.

Eu gostava da forma como o Sr. Pyper parecia estar lendo uma história enquanto explicava mais sobre os fundamentos da ficção popular inglesa. Era agradável ter sua aula como a última e ser uma matéria que não exigia tanto de mim a esse ponto.

-Brooke escreveu e indiretamente deu inicio ao romance sentimental - ele suspirou e começou a andar pela sala, as mãos nas costas - O romance estabelecia em si como um gênero diverso de forma aberta nesta explosão de criatividade. Os efeitos finais mais importantes desta experimentação são o realismo psicológico de Richardson, a confusa voz narrativa de Fielding, e o sentimentalismo de Brooke - ele parou na parte de cima da sala e colocou as mãos nos bolsos, pude agora ver Harry, sentado na beira das carteiras, ao lado do Sr. Pyper, o cabelo em um coque.

-O que acham? - eu tinha me perdido completamente do que o professor havia dito nos últimos segundos.

Harry mantinha seus olhos em mim, o cenho franzido enquanto balançava na ponta dos dedos uma caneta. O Sr. Pyper o olhou e eu soube onde aquilo iria.

-Sr. Styles? - Harry levantou a sobrancelha e olhou para o professor, o burburinho na sala teve início - O que acha?

-Ah - ele se ajeitou na cadeira e pude ouvir risadas tímidas de duas garotas no canto da sala - Acho que Fielding fez um bom trabalho em Amelia.

-Amelia? - o Sr. Pyper perguntou, a leitura era difícil e eu podia notar a descrença no tom de sua voz - Pode falar mais sobre o livro?

-Sim, tanto faz - Harry deu de ombros e se ajeitou, girando-se na cadeira e projetando o corpo um pouco mais para fora da cadeira - Amelia é uma bela menina rica que encontra um menino pobre bonito, William, naturalmente eles se apaixonam e então a mãe dela é viúva e não gosta muito do romance. Amelia foge com William mesmo enquanto sua mãe quer que ela se case com Booth - o professor escora na parede da sala e parece impressionado com Harry, olho em volta e todos estão com a mesma expressão em seus rostos.

-Eles vivem com pouco dinheiro e depois de um tempo Booth vai preso por ajudar um homem de rua e tudo isso. - ele limpa a garganta e continua - Bem, Amelia mostra uma Fielding muito menos satírico e mais comprometida com os problemas sociais que podem ser observados a partir de sua posição como juiz do Covent Garden. O trabalho foi pioneiro na narrativa social é uma história cheia de penas, me parece opressor demais, muito diferente de seus outros romances.

Ele parece ter terminado e sorrio, como se de alguma forma, sentisse orgulho da forma como ele conseguiu se provar na frente de todos. Não consigo reprimir um risinho e Harry capta minha reação de imediato, tentando manter sua expressão séria enquanto todos ainda estão em silêncio.

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