Capítulo 36 - O que?!!

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Pov Samanta Barones

A mistura de sentimentos era algo inexplicável. Talvez fosse a primeira vez que eu estivesse realmente amando alguém. Tudo, os questionamentos, como nós realmente conseguimos escapar daquela mente insana e maligna de Hugh. Um feitiço de regresso, algo que para mim era impossível até alguns minutos e de atrás. As leis da física, do espaço tempo haviam sido quebradas. Algo aconteceu, mas eu realmente não me importava, a única coisa que vinha em minha mente era ele. Por quem eu havia me apaixonado por acaso, aquele que eu salvei a vida quando estava por um fio de morrer. Aquele que lutou para me salvar.
Um segundo foi o que foi preciso para encontrar meu celular. O número de Filipe não estava em seus registros, e isso era compreensível. Mas eu o havia decorado, talvez por ter ligado demais para a mesma sequência numérica, ou por algum outro motivo.
- Oi. - A Linha atendeu.
- Filipe?
- Quem é?
- Sam! Onde você está?
- O que? Na minha a casa. O que você quer? - Após essa fala a ligação caiu. O que eu achei muito estranho. Alguma coisa estava acontecendo. Talvez seja melhor eu ir encontrar Filipe para averiguar as coisas.
Me troquei e lá estava eu procurando a chave do meu carro. Tudo estava tão claro, e o caminho tão direto. Sim, nada ia me impedir de chegar aonde eu queria.
Quando eu finalmente achei a chave do carro. Percebi uma movimentação estranha em meu quarto. Até onde eu me lembro, moro sozinha.
- Olá? - Falei surgindo um eco estranho.
Logo após a minha fala um barulho mais alto se dissipou.
- Não faça nada ou eu vou...
- Ou você o que? - De repente eu levei um susto ao ver algo extremamente assustador falando.
- Co...Como isso é possível? - A pessoa que estava no meu apartamento me confrontando era simplesmente... Eu.
- Mantenha a calma Samanta. - Era difícil de explicar. A não ser pelos cabelos que eu havia cortado e nossas roupas, nada nos diferenciava. Ela era eu.
- Quem é você? Eu conheço isso. É um feitiço! Você veio atrás do meu pai? - A outra eu gritava.
- Eu... eu! - Achei melhor apagar a garota, me apagar quer dizer. Com um feitiço eu fiz ela dormir.
Rapidamente peguei meu telefone e telefonei para Filipe. Mas desliguei imediatamente. Percebi que se havia uma outra eu, havia um outro Filipe. Com quem estava o telefone. A ligação estranha fazia sentido agora.
- Oh droga... - Falei para mim mesma.
Nós não fizemos feitiço de regresso, nós alteramos a realidade. Meu pai... Droga.
A minha situação era mais fácil, pois eu morava sozinha. Mas e para os outros? Iam ser pegos rapidamente. Algo muito ruim ia acontecer. Um paradoxo, e eu não posso imaginar as consequências. Eu tenho que ir rápido.
Corri até meu quarto, quer dizer, ah deixa pra lá. Fui até onde eu guardava fita adesiva, daquelas bem resistentes de quando me mudei. Prendi minha outra eu em uma cadeira e fiz um circulo mágico em sua volta. Ela nunca conseguiria sair a não ser que eu voltasse.
Desesperada tranquei a porta e desci correndo as escadas. Me topei com Val.
- Samanta! O que você fez com os cabelos menina!? Ficou louca!
- Val! - Eu a abracei.
- O que deu em você?
- Eu não posso explicar agora. Tenho que ir...
- Eu hein.
Corri para a garagem e eu estava tão aflita que custei a acertar a chave no buraco.
- Cheguei na encruzilhada. - Falei sozinha.
Para um lado era a casa de Ana, e de outro a do Filipe. Resolvi não agir por impulso, Filipe era minha opção claro! Mas ele era um híbrido e tinha sua irmã. Ana estava sozinha e ainda mais era uma vampira.
O carro saiu cantando pneu na virada e cheguei até a fachada da casa dela. Silenciosamente circundei a casa até chegar na janela de seu quarto, que eu supus qual era. Com a ajuda de um feitiço, me concentrei e me vi dentro do quarto. Era um quarto com bastante espaço e tinha até suíte. Tudo estava bem escuro, e as cortinas fechadas escondendo os raios de sol. Eu olhei para os lados e consegui ver Ana dormindo eu sua cama.
- Talvez eu tenha sido a única que...
De repente a porta da suíte abre e Ana sai de lá com cara de sono. Demorou até alguns segundos para ela perceber uma mulher, eu, parada em seu quarto.
Ela abriu a boca para gritar e eu fui muito rápida e a peguei pro trás tapando a sua boca e a arrastando para o banheiro e fechando a porta. Ela chutava e me batia. Ela ainda era uma caçadora, e mais forte que eu.
- A Agência te mandou? - Ela falou num tom alto quando se soltou dentro do banheiro?
- Agência? O que? Não! Eu sinto muito. - Estalei os dedos e ela caiu no chão deitando do lado do vaso sanitário.
Foi só se passar alguns segundos que escutei passos pesados. Era alguém vindo em direção ao quarto de Ana. Tratei de apagar as luzes do banheiro suite e me esconder.
- Ana... Acorda! Vai se atrasar pra escola! - Era uma voz feminina, provavelmente sua mãe.
- O quê? - Dessa vez era a voz de Ana seguido de um mini grito - NÃO! Mãe não abra esse cortina! -
- Meu deus ela vai se queimar. - Pensei comigo mesma.
- Que foi? Tem medo do sol agora? Vamos! Vai se levantando!
- Mãe!!! - Ana disse em tom alto e logo depois escutei passos.
- Mas o que foi isso? O que aconteceu? Tá tudo bem? - A voz feminina disse.
- Tá tudo ótimo! Agora pode ir descendo que eu vou me trocar ok?
- Ta...
Eu escutei o barulho da porta se abrindo mas não escutei dela se fechando, então ainda não tinha certeza se podia sair do banheiro.
Mas antes que eu pudesse pensar direito nisso Ana abriu a porta e aparentemente levou um choque, como eu no meu apartamento.
- Samanta!? - Ela gritou cochichando ao mesmo tempo. Antes que ela pudesse me xingar ela viu ela mesma caída no chão.
- O que é isso?
- Eu não posso explicar! - Garanto que ela queria ouvir "Eu posso explicar".
- Como você não está queimando? - Perguntei a cortando.
- Eu não sei... Eu acho que eu não sou mais uma vampira.
- Vampirismo não some assim desse jeito, se você não é mais uma vampira, alguém se tornou.
- Samanta! O que é esse corpo meu?! - Ela voltou ao que interessava.
- Ana. Nós não simplesmente voltamos. Nós estamos em outra realidade.
- O que?
- É isso mesmo que você entendeu.
- Eu não entendi nada!
- Olha, você deve agir normalmente. Antes que alguém além de nós descubra. Eu também encontrei uma " outra eu" e não foi nada legal.
- Como eu deveria agir normalmente diante disso!?
- Eu não sei Ok!? Só... Me deixe aprisionar sua outra eu até que resolvamos isso tudo.
- E quanto a Elisa, Lúcia e Filipe?
- Eles fazem parte do tudo, que eu ainda não resolvi.


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