Capítulo 33 - Fuja ou Morra

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Pov: Samanta Barones
   Eu percebi que eu só havia feito burradas o dia todo. Eu duvidei do que eu estava fazendo, quando na verdade, eu estava fazendo a coisa certa.
     - Samanta! Onde você vai? Parecia tão.... - Val disse. Mas foi interrompida por um tosse.
     - Você está bem? Val?
   Val começou a ter sangue escorrendo pelo canto de seus lábios.
    - Eu...estou... bem. - Num segundo ela caiu no chão sobre suas pernas. E ao olhar ao redor vários caiam também. Um alvoroço começou. Muitos gritavam, o som parou e haviam pessoas correndo enquanto outras caim por cima de outras. A doença de bruxa não havia afetado só a escola. Provavelmente a cidade estava condenada.
    - Oh não! Você não pode morrer! Não, não pode! - Me dirigi a ela deitada no chão.
    - Samanta, minha querida. Eu sei que você não é normal. E eu também sei que você pode salvar algumas pessoas... Faça isso... Por mim. - Val com dificuldades disse enquanto todos os clientes da "The Wiz" gemiam no chão, e agonizavam ao mesmo tempo.
    - Ei! Você aí!? - Gritei para um garoto.
Ele estava em pé. Olhado desesperado sem reação todas aquelas pessoas caídas.
    - Quantos anos você tem?! - Perguntei rapidamente.
    - Eu!? Vinte e dois.
    - Ah, me engana que eu gosto. Nós não temos tempo para isso! Voce sabe como fazer magia de invocação?
    - O que? Como assim? Magia? - O garoto suava tanto que poderia encher um balde. Ele claramente estava nervoso pois provavelmente não havia contado a ninguém sobre ser um bruxo.
    - Garoto para de me atrasar! Sabe ou não? - Se ele estava de pé, era um bruxo sim.
    - É... sei.
    - Você vai fazer exatamente o que te falar ok?
    Corri até o balcão e peguei uma agenda e uma caneta, arranquei a primeira folha em branco que vi e escrevi com letras garrafais rapidamente.
     "Garoto! Não sei se você tem muita experiência, mas você tem milhares de corpos ao seu alcance para canalizar energia viltal. Você vai invocar uma aura de longo alcance, a aura do medo. Todas as pessoas que não estão infectadas pela doença devem fugir da cidade o quanto antes. Escreva isso em uma folha com seu próprio sangue, e queime recitando a escritura do medo abaixo."

      - Pegue isso! Faça exatamente o que eu escrevi tudo bem? Confio em você.
      - Eu... Eu não sei se posso...
      - Você pode! - O gritei enquanto subia as escadas rapidamente. 
   Sentei no chão do corredor em frente o meu apartamento. Eu ainda tinha a carteira do Filipe na minha bolsa. Eu poderia utilizar aquilo para encontrá-lo.
   Me foquei no feitiço quando em questão de milésimos a carteira pegou fogo, e uma espécie de esfera negra surgiu dentre o fogo e se dissipou. A mesma reação que ocorreu quando tentamos encontrar Lúcia.
    - Ana! Talvez ela saiba para onde ele foi.
     Sentei de novo no chão e meditei. Os feitiços de transporte não são meus preferidos. Eles tem quebram em mil pedacinhos e depois te juntam. Não são nada confortáveis. Mas a situação exigia um, e rápido.
       - Ana! - Quando abri os olhos eu estava no mesmo lugar que ela, a escola.
       - Você sabe onde o Filipe está?
       - Não... Ele não me disse. Porque?
       - Nada, Nada, eu vou continuar procurando. - Falei educadamente, pois me extressar só prejudicaria as coisas. Se eu não o encontrasse rápido eu poderia perder Val para sempre, e o pior, talvez o perdesse também.
       Encostei numa parede e comecei a chorar. Eu estava desesperada. A situação estava cem por cento fora de controle. Todos estavam mortos, ou fugindo. Filipe desaparecido, The Wiz arruinada.
       - Samanta. - Falei comigo mesma. - Você é uma Maga. Você consegue lidar com isso.
      Me desencostei da parede e olhei para uma janela. A noite já dominara os céus, e a lua era cheia. A lua cheia libera uma grande quantidade de energia para nós Bruxos. E eu estava na escola, onde também haviam centenas de corpos.
     - Eu vou te achar Filipe! Nem que seja a última coisa que eu faça! - Gritei para o nada.
     Fui até o primeiro corpo que eu consegui encontrar. Com um lápis em cima da mesa próxima furei sua garganta. Recolhi a maior quantidade de sangue que eu pude. Sai correndo e fui até o campo. O brilho da lua refletia no gramado bem cuidado.
      Me posicionei no centro do campo, e com o sangue fiz um círculo a minha volta. Sangue ajuda a concentrar energias, ele é como se fosse um condutor universal. Sentei e comecei a meditar, e pensar em Filipe. Se nenhum feitiço que eu conhecia havia funcionado, talvez algo que eu não conhecia funcionasse.
      - Filipe... Treveli.
  De repente um trovão surgiu no céu, uma tempestade começou a se formar.
     - Filipe... Onde... está. - Eu repetia as palavras.
     Tudo que eu dizia parecia enfurecer mais os céus.
      - Onde está Filipe!? - Gritei!
   Uma luz veio num impulso e caiu bem na minha frente. Um raio havia caído e deixara uma pequena cratera no chão.
    - Não irei desistir! - Levantei as mãos, me levantei, e pela última vez, foquei meus pensamentos em Filipe, e nas lembranças mais recentes que eu tinha dele, inclusive o nosso beijo.
    Foi ao quando veio em minha cabeça flashes. Uma foto de quando ele era pequeno que eu havia achado em sua própria casa, aquela garota que nós havíamos salvado, Sofia com sangue nas mãos, e uma garota Loira presa em um círculo mágico. Eu sabia onde encontra-lo. Toda aquela energia que eu havia absorvido, ainda estavam ao meu comando. Eu me sentia poderosa.
    - Eu vou encontrar você Filipe.
  Olhei para o céu e a chuva não me molhava. Sai correndo daquele campo de futebol. Passei por dentro da escola até que cheguei a sua fachada. Eu sabia que a casa de Filipe não era longe daquele lugar, e que era para a esquerda.
     Mas por algum motivo eu fui para a direita. A sensação de ter todo aquele poder dentro de si era estranha, minha visão estava modificada. Eu enxergava a energia dentro das coisas. Eram como ramificações brilhantes, todas brancas.
     Quando percebi haviam duas pessoas na rua. Uma delas era conhecida, outra não.
      - Ana, o que você faz aqui? Na tempestade? - Perguntei.
      - Minha casa é aqui. E você? Não estava procurando por ele?
      - Eu acho que ele está em perigo... Na verdade, todos nós estamos.
      - Quem é essa Ana? - O sujeito que estava do lado dela perguntou.
      - Essa é... Samanta.
      - Ela é... Igual a você? - Ele perguntou novamente.
      - Não, ela é...
      - Ana! Você tem certeza que pode confiar nesse cara?
      - É claro. Eu o conheço a tanto tempo.
      - Então o que são todos aqueles homens de preto vindo atrás daquela construção? - Eu podia enxergar as ramificações brancas formando quatro homens vindo sorrateiramente.
      - Mas que diabos Chris?
      - Ana... Eu posso explicar?
      - Explicar o que?
  Ouvi um barulho, com certeza um tiro. Ele atingiu a Ana, bem na barriga.
      - Vocês não deviam ter feito isso... Pela segunda vez... Quer saber? Já chega!
     Eu nunca havia visto ela falando nesse tom. Ela foi em direção aos que atiraram nela.
     - Então você não é uma sanguesuga hã?
     - Eu não sei quem é você, mas eu não estou aqui para te machucar. - Respondi.
     - Olha, eu também não sei quem é você, mas com certeza eu vou te machucar. - Ele apontou com seu indicador para sua corrente, que brilhava mais a cada passo que ele se aproximava.
     Num impulso ele atirou uma faca conta mim, mas eu consegui desviar.
     - Você tem certeza que quer fazer isso? Eu tenho pessoas mais importantes para lidar.
     - Em breve você não precisará lidar com nada, bruxa nojenta.
     Ele corria em minha direção quando eu respondi.
     - Eu não sou uma bruxa. Eu sou uma Maga seu filho da mãe!
     No momento que ele encontrou em mim eu toquei sua testa com apenas um dedo. Paralisando-o.
     - Eu vi muitas pessoas mortas hoje. Pessoas que eu gostava. Uma não faz diferença. Mas eu não sou assim.
    - O que? Como você está fazendo isso? Meu colar devia bloquear sua magia! - Ele disse desesperado.
    - Isso? - Arraquei de seu pescoço. - Não passa de bijoteria barata. O colar flutuou no ar guiado pelo meu colar. Seu brilho aumentava tanto que por fim se estilhaçou. Não sobrara mais nada daquela pedra.
    - Agora, você pode escolher, fugir dessa cidade para sempre, ou morrer junto com ela. - O soltei.
    Ele me olhou assutado e saiu correndo.
    - Obrigada por poupá-lo... Ai, não sei o que dizer...- Ela limpava sua boca com a barra da blusa, já que estava ensopada pela chuva.
    - Não é culpa dele. Tudo isso mexeu com todos nós Ana. Mas nós ainda vamos arrumar tudo isso. Eu prometo.
    - Não acho que seja possível.
    - Hoje, eu achei que seria impossível recuperar minha vida. Mas uma luz se acendeu. Não podemos desistir agora.
    - O que fazemos agora?
    - Nós temos que salvar o Filipe. - Eu disse com muita convicção.
 
   
    
      
 
    
    
   
 
    
     

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