Capítulo 25 - Crise

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POV: Filipe Treveli
- Eu sinto muito Sofia. Eu não sei como apagaram a memória deles. Ele é um Vampiro, é tecnicamente impossível alterar as memórias de um deles. - Sam alegou.
- Não há problema. - Ela disse um pouco desapontada. - Um dia eu voltarei. Mas eu preciso seguir meu caminho, eu já não tenho mais vínculos com está cidade.
- Faz bem. Essa cidade se tornou um inferno. Não está fácil viver por aqui. - Falei.
- É... Então, até breve. - Ela se despediu saindo.
A porta bateu e um silêncio de alguns segundos perdurou no apartamento de Samanta.
- Sabe, aquela garora Elisa. Eu não entendo ela. Nós estávamos quase morrendo e eu ainda tive me desculpar. Ela estava reclamando quando eu a interrompi. Com um beijo.
- Me desculpe. - Falei.
- Não, está tudo bem.
- Eu realmente não posso fazer isso agora, tenho que focar em achar Lúcia.
- Nós podiamos tentar um feitiço localizador com seu sangue.
- Não vai funcionar. Quem é que tenha pegado Lúcia, fez um feitiço ocultante muito forte. Eu já tentei localiza-la.
- Mas não tentou comigo.
Sam foi a cozinha e pegou uma pote raso e colocou em cima da mesa.
- O seu sangue.
Mordi minha própria mão e deixei o sangue escorrer no pote até que atingisse uma quantidade significante para ser utilizado no feitiço de localização.
- Segure minhas mãos. - Ela disse.
Ficamos em volta do pode de mãos dadas enquanto sam recitava o feitiço.
Uma mancha preta apareceu no meio da tigela, se espalhando para as bordas formando um pentagrama e entrou em chamas logo em seguida nos obrigando a parar o feitiço.
- Eu falei! É muito forte, ela está bloqueada. - Eu disse.
- Vá atender o telefone e eu limpo isso. Mas nós temos que continuar tentando, quem quer quer seja, não pode manter um feitiço desse cacife por tanto tempo. Isso consome energia vital. - Ela disse, e apontou para o meu celular, que tocava a algum tempo.
- Alô.
- Filipe?
- Sou eu. O que quer?
- Você tem que vir para a escola agora! - Era Ana no telefone.
- Eu? Escola? Eu não perco meu tempo mais com isso. Minha vida deixou de ser normal a muito tempo... Vocês deveriam fazer o mesmo.
- Escuta. Hugh, ele apareceu aqui.
- Hugh? Não acho que ele apareceria. E além disso, você é uma caçadora. Você da conta não é? Ou não?
- Ele está aqui sim. Tem muita gente falando com ele.
- Sério? Talvez ele tenha voltado ao normal. - Falei sarcasticamente - Sabemos que quando um pulador se apossa de um corpo, o "morador original" morre.
- Será? Espera ele está vindo em nossa direção...
Aparentemente, Ana guardou o celular mas não o desligou e eu pude ouvir a conversa.
- Vocês. Vocês sabem o que eu ouve, eu tenho lembrado. Alguns flashes de memória... E vocês estavam lá. Antes dois pontos de luz, e agora eu vejo vocês...
- Não sei do que você está falando. - Outra pessoa respondeu. Parecia ser Elisa.
- Não sabem? E quanto ao Treveli? Vocês sabem sobre ele não? Tem alguma coisa errada e eu vou descobrir.
- Não tem nada de errado, você deve ter batido a cabeça ou....
- EU NÃO BATI A CABEÇA!! - Ele gritou. - Eu não sei o que aconteceu comigo...
- Ana! - Eu gritei no telefone tentando fazer com que ela me ouvisse mas não adiantou. Então tive que ligar no número da Elisa.
- Filipe? -ela atendeu.
- Passe para o Hugh por favor.
- Treveli? - Sua voz abalada me atendeu no telefone.
- Hugh. Preste bem atenção no que eu vou dizer nos próximos segundos. Eu preciso que você me encontre na frente da escola em alguns minutos tudo bem? Eu vou te explicar tudo. - Desliguei.
- Sam, eu tenho que fazer uma coisa, te encontro depois.
- Tudo bem...
Com toda velocidade que pude, corri até a escola e encontrei Hugh na fachada. Ele parecia perdido, com um olhar distante, que observava em volta com medo de tudo e todos.
- Hugh. - Apareci na frente dele, fazendo com que ele assustasse. Claro que não foi intencionalmente.
- O que você quer? Terminar de me matar? - Ele disse se afastando lentamente de mim.
- Eu não ataquei você. Quer dizer, ataquei mas não era você... Mas eu posso descobrir.
- Que?
- Eu preciso fazer uma coisa. - o Arrastei para um lugar mais escondido, coloquei minhas duas mãos na cabeça dele e comecei a visualizar suas últimas lembranças e vieram como um chicote na minha mente.
Primeiro a sala branca onde eu e Sam fomos torturados, depois uma dor terrível, depois alguns flashes meus, e das garotas, e no final uma explosão imensa e a silhueta de duas pessoas. Uma garota com cabelos médios e volumosos e um homem da mesma altura, segurando um pergaminho verde. Nessa hora eu soltei as mãos assustado.
- Eu sinto muito Hugh... - Falei com agonia.
- Como assim sente muito?
- Por fazer isso! Você não vai gritar! - Mordi seu pescoço e comecei a drenar o sangue. A muito tempo eu não tomava direto da fonte, e de uma pessoa saudável. Comecei a sentir um mal estar enorme mas continuei, até que ele estivesse tão fraco a ponto de cair no chão.
- Espero que tenha funcionado. - Falei aflito e correndo para morder meu próprio braço. Dei um pouco do meu sangue para ele se recuperar. E depois drenei de novo. O mau estar continuava o mesmo.
- Não... Me desculpe Hugh. Mas você não merece isso. É pior do que a morte. - Quebrei seu pescoço, levando-o ao fim de sua vida.
- Isso é pior do que eu pensava... - Falei andando de um lado para o outro. Talvez os puladores não sejam o pior dos nossos problemas.
- Alô, Sam!
- Filipe. Oi!
- Meu deus... Você lembra da doença de bruxa? Eu preciso de um antídoto agora... Você sabe como fazer?
- Doença de bruxa? Meu deus, eu achei que estava extinto! Eu não sei como fazer, só o conselho tem essa receita.
- Você vai fazer o seguinte... - Eu comecei a tossir bem forte, sangue.
- Filipe?
- Eu estou bem. Vá até minha antiga casa, e procure em uma caixa de livros, um livro com capa de couro. Meu pai tem essa receita.
- OK. Você está realmente bem?
- Estou... Eu acho.
Na verdade eu não estava bem. Eu pensei que se eu drenasse a doença de bruxa para mim, eu não seria afetado. Mas ela já estava evoluida, e ela está fazendo com que eu me cure constantemente.
- Lúcia saberia o que fazer... - Falei sentando no chão, e em seguida caindo.
A doença de bruxa é como uma gripe comum, para os bruxos. Para Humanos, Vampiros e qualquer outro ser, é mortal e é como uma bomba relógio. Uma pessoa morre em poucas horas. Quem quer tenha resgatado isso, e colocado em Hugh, foi uma armadilha e tanto. Vai conseguir que todos na escola morram em poucas horas....
Antes que eu apagasse, consegui deixar uma mensagem de texto para o último número que eu havia ligado. Elisa.
" Vocês devem sair da cidade agora "




AscensãoWhere stories live. Discover now