Capítulo 15

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Alguns dias depois...

Acordo cedo e mando uma mensagem no grupo das garotas.

"E hoje chega mais uma integrante da família Romanov! Estou doida pra ver o quarto da minha bebê, só que alguém, mais precisamente a Kiki, não deixou".

Guardo meu celular, e desço correndo as escadas, assustando as meninas que faziam serviços domésticos no andar de baixo.

—Bom dia! É hoje!—Digo animada pulando de alegria.

Todas me respondem e perguntaram o motivo da minha animação.

—Hoje mais uma Romanov entra na família.

Escuto um barulho alto vindo da sala de estar e todas corremos para ver o que aconteceu. Encontramos uma vassoura caída e uma Ariana pálida.

—Me-me desculpe senhora, escorregou da minha mão. —Ela abaixa e pega a vassoura.

—Tudo bem, você está bem? Parece que vai desmaiar. —Pergunto preocupada.

—Estou bem senhora, foi só uma tontura decorrente da minha pressão baixa. Obrigada por perguntar.

—Então senhora... Como assim mais uma integrante? A senhora Lucy está grávida? — Aubree pergunta.

—O quê? Não. É que minha a bebê do hospital sairá hoje pra morar com a gente!

—AH! —Ela bate palmas— Estou muito feliz pela senhora. —Amanda responde com seu sotaque britânico.

—Parabéns. —Ariana fala acanhada.

Algo nessa mulher me incomoda. Não sei se é os olhares furtivos, ou a maneira calculada que ela se move, mas algo em meu consciente grita em alerta toda vez que eu a vejo. Ela franze as sombrancelhas ao me encarar, e me dou conta de que estou a encarando por tempo demais.

—Obrigada meninas. —Desvio o olhar. —Vou tomar café no hospital, portanto tenham um bom dia.

—Espere Lana! sobre o bebê... Você vai precisar de uma babá, certo? Você quer que a gente contrate alguém? —Amanda pergunta em tom de dúvida.

—É, tem razão. Acho melhor...

—Se não se incomodar, eu posso cuidar da pequenina, pois fui babá da adolescência até... Ham, já tenho certa experiência. Mas se a senhora não quiser, eu vou entender. —Pela primeira vez percebo o tom confiante de Ariana ao falar sobre sua sugestão.

—Claro, tudo bem. Ester, você fica responsável pela contratação de mais uma pessoa para fazer o que a Ariana fazia. Quero atenção exclusiva á bebê enquanto eu estiver fora.

—Como quiser menina.

***

Entro no closet procurando por uma roupa confortável, pois o dia está frio. Depois do banho, faço um coque alto no cabelo e borrifo levemente o perfume pela minha pele. Pego minha bolsa e sigo para o hospital.

Depois de passar meus dados na recepção, encontro a assistente social á minha espera. Meus batimentos cardíacos começaram a acelerar, com medo de algo ter dado errado.

—Calma, não aconteceu nada, é só o procedimento. —Diz ela percebendo minha tensão.— O médico está acabando alguns exames, mas logo você poderá entrar.

—Nossa você quase me matou de susto! Então já que vai demorar um pouco, que tal tomarmos um café no refeitório?

Depois dos pedidos, encadeamos em uma conversa interessante sobre crianças abandonadas.

—E depois que o achamos no armário embaixo da pia, nossa, meu coração se despedaçou. Existem pessoas horríveis no mundo, que são capazes de maltratar uma criança inocente.

—Isso é um absurdo! —Digo com sinceridade.

Meus olhos se desviam do rosto da assistente, para um médico entrando no refeitório acompanhado de uma linda mulher. Escondo-me o máximo que posso na cadeira, torcendo para Zack não olhar em minha direção.

—Esta tudo bem?—Pergunta a assistente.

—Cla-claro, porque não estaria?

—Não sei você está toda encolhida na cadeira.

—Ah, não é nada, só uma leve cólica. —Minto.

Eles estão muito perto um do outro. Ela está passando a mão no braço dele e ele está aceitando. Ele lança para ela o mesmo sorriso que já me fez suspirar suspirar às escondidas. Zack na nuca da mulher, e distribui um selinho em sua boca.

—Sabe Rose, eu preciso ir ao banheiro, com licença.

Ele pode fazer o que quiser da vida, quem sou eu pra atrapalhar? —Digo a mim mesma sentindo-me tola.

Naquele momento prometi a mim mesma que nunca deixaria alguém brincar com meus sentimentos.

***

Pego minha filha nos braços, deixando a emoção tomar conta de mim, esquecendo-me de tudo ao meu redor.

—Ela está ótima, fico feliz com a recuperação surpreendente. —Diz o médico.

—Ela é uma guerreira, sempre soube que ela ia ficar bem. —Falo sentindo o seu cheiro de bebê inundar meu nariz. Escolhi a roupa escrita "Sou da mamãe" de urso, pra sua saída do hospital.

—E qual é o nome dessa garotinha? —O médico pergunta.

—Dasha, o nome dela é Dasha. Significa presente de Deus. Meu presente. Esse nome também foi da minha avó. Creio que ela iria gostar da homenagem.

***

Coloco Dasha na cadeira de segurança, passando o cinto ao redor. Começo a dirigir olhando aquela pequena coisa tão linda balbuciando coisas sem sentido.

Entro em casa e Kiki e Xubs junto com as meninas nos esperam com balões rosa e vários presentes. Acho que vai demorar até eu ter um momento a sós com minha princesa. As meninas amaram o nome da bebê, que é de origem Russa, e também paparicaram muito a criança, que provavelmente vai ser muito mimada se continuar assim.

Depois de todas irem embora, entro no quarto de minha filha e arregalo os olhos surpresa.

Tudo está perfeitamente bonito e arrumado. Coloco-a sobre os braços e começo a cantar uma canção de ninar fazendo-a dormir. Coloco Dasha no berçinho e falo bem baixo as palavras mais poderosas do mundo.

—Eu te amo. 

Apesar de VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora