O que você quer de mim?!

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Camilly

Eu não consegui ficar para ver o garoto que mexeu com meu coração ficar de papinho com a namorada, então pedi para Ana me levar devolta para casa. No momento que cheguei em casa, dei conta que nunca mais eu poderia vê-lo denovo, eu queria voltar, mais não fiz. Me joguei na cama com raiva de mim mesmo, e ali fiquei até no outro dia.

No dia seguinte, acordei atrasada para ir à escola. Levantei num pulo para me arrumar, gastei apenas 10 minutos para, me trocar pentear o cabelo escova e pegar meu material que sabesse lá onde enfiei. Olhei cada cômodo, fui achar na sala, coloquei-a no ombro e fui para a escola com pressa, com medo de não me deixarem entrar. Olhei no relogio, caramba, vai dar 8 horas da manhã. Eu tinha apenas 10 minuto para chegar lá sã e salva. Mas não tive muita sorte chegue 8:05, o bom é que a espetora aliviou a minha e eu pide ir para a sala. Chegando lá, eu o vi, sentado atrás da mesa que eu dividia com Ana. Os dois pareciam estar em um bom papo... Ele me olhou, eu quis cavar um buraco pular dentro neste exato momento, mas seria humilhante demais.

Eu não tinha pra onde ir, apenas seguir em frente e me sentar junto com Ana. Hoje, cada mesa tinha dois notebooks, uma para cada aluno, de todos estavam abertos menos o meu. Essa é a aula de história, a professora, Cicilia, uma mulher linda, quase seus 30 anos, morena de tudo, cabelo preto até a cintura alta e magra, não parava de falar sobre a guerra fria.

Tirei meu caderno da bolsa, meu livro...? Deixei no armário, me chinguei em pensamento, o bom é que Ana trouxe o dela, poderíamos usar juntas. Faltava apenas um mês para as aulas terminarem, meu pais não deveriam ter esperado eu terminar o primeiro ano pra depois mudar...
- Vou dividir vocês em duplas para o trabalho.- disse à professora linda, me trazendo de volta para a classe.- Roland com Jessie... Ela sentava atrás dele... A professora estava escolhendo a pessoa atrás da outra para fazer dupla...- Ana e Jarry...
- O que.... Porque?- disse Ana olhando para o cara do seu lado, ele não era feio, mais também não era tão bonito assim.- eu quero fazer dupla com a Camilly.- disse, pra mim não era uma pedido, era uma ordem.

A professora simplesmente cruzou os braços esperando Ana acabar com suas paranoias.
- Ana e Jarry...- continuou a formação das duplas.
- O que fiz para merecer isso?- perguntou erguendo a mão para cima.
- É só um trabalho...
- Camilly e Daniel...- disse à professora apontando para o garoto atrás de mim... Merda!
- você se saiu bem!- sussurrou Ana para mim e sorriu para o garoto atrás de mim, cujo nome Daniel.
- Não tem como trocar?- perguntou Daniel para a professora. Ele queria trocar...? É claro que queria, deve ter descobrido à minha falta de popularidade.
- Como eu disse... Camilly e Daniel. Não tem como trocar.- respondeu a professora mal humorada.

Depois de mais duas aula fomos para o intervalo. Ana não pode vir comigo, teve que resolver um problema de família fora da escola, e que nos falaríamos mais tarde. Então, vou passar o intervalo sozinha. Parei no refeitório à procura de uma mesa vazia, ou algo assim. Achei uma mesa bem no canto do refeitório, e não tinha ninguém, melhor ainda, fui me sentar para almoçar.

Daniel

Cheguei no refeitório com os meus colegas, que olharam para as garotas passando por nós rebolando, eu não vou dizer que não olhei... Olhei sim, dei uma bela de uma olhada, afinal, sou homem, solteiro e livre.
- Um dia vou catar aquela loira.- disse Milles, loiro, olhos acinzentados, um pouquinho mais alto que eu e porte de segurança, músculoso. Ele trabalhava no boliche, sempre deixava nós entrar sem pagar. Eu não gosto muito dele, já até quebrei seu nariz no começo do ano.

Me afastei um pouco deles para furar a fila do almoço, peguei uma bandeja e coloquei, uma tigela de macarrão, bolo de limão e um suco de caixinha sabor pêssego... Eca! Era a única que tinha, tive que levar. Andei pelo refeitório à procura de uma mesa a única que vi, já estava ocupada por uma bela moça, Camilly. Estava sozinha, o que pode ter acontecido com sua amiga para estar comendo sozinha. Pensei seriamente de pensar em ir lá atormentar ela, mais alguém chegou lá primeiro. Era Kate e suas duas amigas, Lilly e Fran, o que vão aprontar agora? Pensei comigo. Me sentei bem perto da mesa onde estavam as quatro conversando, expulsei um garoto que havia terminado seu aomoço e me sentei em seguida.
- o que querem?- ouvi a voz angelical de Camilly.
- Só passei pra te avisa uma coisinha.- falou Kate, olhei para ela, que estava de costas para mim.

Vi Kate pegar o suco de sua bandeija e despejar na cabeça de Camilly, ver aquilo me bateu um ódio, eu não sei o porquê, mais eu queria tira-lá dali, mas eu não podia.
- Você perdeu o juízo garota?- Camilly levantou e se inclinou para o suco não cair sobre sua roupa.
- Fique longe do Daniel...
- Do que você está falando sua maluca?- disse sem intender nada, eu também não intendi nada do que Kate estava falando.
- não interessa, só fique longe.- grito.

Todos do refeitório começaram a murmurar coisas terríveis sobre Camilly, eu queria fazer algo por ela... Eu fiquei observando ela sair do refeitório correndo, com lágrimas nos olhos... Merda! Me levantei com tudo da cadeira, peguei o braço de Kate e a levei para fora do refeitório indo para trás do colégio.
- Está me machucando...
- Precisava do teatrinho?- falei bravo com ela, até se assustou, claro, nunca havia erguido o tom para ela, mais já estava de saco cheio.
- Eu nunca te vi bravo assim...- disse soltando minha mão de seu braço deixando a sua encima da marca que deixei nela, eu reconheço, fui bruto demais.
- Desculpa...- Kate me beijou interrompendo-me, eu à beijei de volta, mas não era à mesma coisa, não havia mais fogo entre nós.

Eu parei de beija-lá, eu tentei, com toda minha força, tentei reacender a chama, mas, alguém jogará água no fogo intenso apagando-o por completo, deixando apenas rastro de que um dia houve algo aceso ali.
- Não dá mais.- sussurrei para ela, com minha testa apoiada na dela. Mas ela já sabia, vi uma lágrima cair em seu peito.
- Eu não quero terminar.- disse firme, quase rosnando.

Me afastei dela devagar deixando-a ali, imóvel, eu não podia continuar ali, não podia continuar com ela, não podia continuar iludindo-a. Por impulso, fui atrás da Camilly, vasculhei quase toda a escola, até no andar de cima, mas não há encontrei, faltava apenas o banheiro feminino. Não hesitei em entrar quando cheguei lá, não queria saber se tinha alguém pelada... O que seria otimo... Foco Daniel.

Tranquei a porta do banheiro atrás de mim, ouvi uma torneira da pia ligada, aposto que é ela. Dei vários passos de fininho para mais dentro do banheiro, revelando Camilly com a cabeça dentro da pia, lavando o cabelo...

Camilly

Não deveria sair de casa hoje, olha o que me aconteceu, tomei banho de suco, só porque não tive tempo para isso... Não poderia pelo menos ser de outro sabor? Odeio pêssego.

Ouvi alguém fechar a porta com força, eu não liguei, deve ser alguma garota apertada para ir no banheiro. Continuei com o processo no meu cabelo com o condicionador que a espetora me arranjou, pefi para ela não contar para a diretora... Fiz uma nova amizade.
- Quer ajuda?- me assustei quando ouvi a voz de Daniel, e bati a cabeça na torneira ligada que espirrou água por todo lado.
- O que faz aqui?- perguntei assim que tirei minha cabeça de dentro da pia para encara-lo.
- Ver como você está.- disse entregando a toalha que a espetorá Maery me emprestou, que estava perto dele. Eu peguei sem pensar duas vezes.
- Eu estou bem... Pode ir agora.- pedi, me virei para olhar o meu reflexo no espelho.

Tentei não olhar para Daniel, sabia que ainda estava ali, me observando atentamente. Eu não resisti e voltei a olha-lo... Ficamos cara a cara, engoli em seco só de saber que aquele poderia ser o meu primeiro beijo, seus lábios estavam bem próximos dos meus, mas meu encanto foi quebrado assim que recuou um passo para trás.
- Achou mesmo que eu iria te beijar?- riu da minha cara. Me senti como uma boba na frente dele.- olha pra você...- apontou para mim.- não sairia com você, de geito algum.- riu.

Conheci o verdadeiro Daniel, aquilo me magoou bastante, porque me trata como alguém normal um dia e me destrói no outro, eu não intendo. Uma raiva enorme me invadiu sem pedir licença, agora é a minha vez de mostrar o meu outro eu. Olhei bem fundo nos teus olhos sem desviar por um segundo e disse:
- Fácil, é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que poucas vão te aceitar como você é e, te fazer feliz.- falei sem hesitar, sem nem mostrar a minha tristeza. Daniel rangeu os dentes, sei que eu o feri, e muito com as minhas palavras, mais era para ele ver o quanto me magoou.

Sem dizer nada, saiu do banheiro enfurecido, até bateu a porta ao fecha-lá. Eu fiquei forte, não chorei nem nada, até as lágrimas em meus olhos recuaram, não vale apena chorar por caras assim, e também, não sei o que me deu, nunca fui de me deixar levar por qualquer um... Talvez tenha sido seu geito doce quando colocou o cachecol envolta do meu pescoço.

Senti um lágrima rolar em meu rosto e pingar na pia, eu limpei imediatamente, eu falhei em não derramar uma lágrima para qualquer homem... O que você quer comigo??! Essa pergunta era pra ele, eu deveria ter feito antes dele sair correndo.

De Repende VocêWhere stories live. Discover now