Capítulo 30

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Norminah feels.

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Point of View - Dinah Jane

Eu me encostei na cabeceira da cama de Joh. Ela estava tomando banho e eu esperando ela sair. Não havia ninguém que demorasse tanto no banheiro quanto ela. Normani odiaria isso. Normani...
Eu queria tanto ligar pra ela. Conversar um pouco, mas não seria a mesma coisa. Seria? Será que a gente poderia ter só uma amizade? Eu não sei se conseguiria.
- VOCÊ QUER ME MATAR DE SUSTO? - Josephine gritou parando na porta do banheiro com a mão no peito de forma dramática. Rolei os olhos e deixei o celular de canto.
- Isso é um exagero. - falei e ela andou até o seu guarda roupa para passar algum creme no cabelo. - Eu queria conversar.
- Você não divide quarto com a Brittany? - eu ponderei por alguns segundos.
- É, mas não quero falar com ela agora. - Joh suspirou e se sentou na cama dela, ao meu lado.
- Qual é o problema, Dinah? - eu suspirei e apertei a almofada da Inglaterra dela nos braços.
- Eu sinto falta da Mani. - ela respirou profundamente e esperou que eu continuasse. Eu não sabia bem o que dizer. - Fico o tempo todo imaginando como ela deve estar. Nossa amiga disse que ela estava bem, mas não sei... Eu queria ouvir da boca dela. Eu queria estar com ela.
- Não é só isso, é? Você estava até que bem com esse término.
- Eu descobri que ela tinha comprado passagens pra cá. E ela ia me contar no dia que terminei com ela.
- Por que você não liga pra ela? - eu ergui os ombros sem saber bem o motivo. - Tem uma coisa que sempre ajuda...
Joh levantou e foi até o canto onde seu violão estava e voltou a sentar do meu lado.
- Eu sei que você canta, Dinah, quando quiser é só escolher uma música. - ela disse e sorriu amigavelmente antes de começar a tocar. Ela tinha a voz linda, ela era completamente linda, no geral. Era alguém que você queria por perto, não importava como. Eu admitia, em voz alta se preciso, que Josephine era maravilhosa, mas meu coração só tinha espaço para uma pessoa. Uma única mulher havia tomado conta de tudo o que eu havia deixado de lado. De tudo que eu havia evitado durante toda minha vida. Além de tudo Josephine estava tendo uma caso com a Brittany. Nada demais, até porque Britt nega qualquer sentimento e jura até a morte que foi só uns beijo. Mas é palpável a química e a tensão sexual entre as duas. Eu que não me intrometeria.
Não vou negar que fiquei com algumas mulheres nas baladas que fui, mas foram só beijos com gosto de álcool. Não teve nenhum sentimento, não teve nada mais do que isso. Eu não sentia vontade de fazer nada com outras mulheres, mesmo que meu corpo fervesse todas as vezes que penso nos toques de Normani, eu não sentia nenhum interesse de estar com outras mulheres. Eu queria Normani, o tempo todo, na minha cama, na cama dela, no sofá, no chão... Não importa onde, eu a queria. Simplesmente isso.
Mas eu terminei tudo, eu coloquei o ponto final. Nós já não estávamos iguais, quase não conversavamos mais, e eu sei o quanto relacionamentos a distância são difíceis, e eu queria deixa-la livre. Eu sei que Mani não terminaria comigo pela tela de um computador, ela não teria coragem. Mas eu jamais terminaria com ela se estivéssemos frente a frente, porque ela é simplesmente a pessoa que eu mais amo e é por quem eu mais prezo, eu não teria forças de terminar com ela.

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Eu e Joh ficamos um bom tempo cantando, até que eu fui para a sacada do meu quarto decidida a ligar para Normani.
- Me conta tudo depois. - ela falou e pisquei para ela antes de sair do quarto.
Apoiei na grade e observei a cidade toda como já havia feito milhares de vezes nesses últimos meses.
O telefone chamou três vezes antes que fosse atendido.
- Alô?
- Normani?
- Hm... Não, Mani está tomando banho. - eu respirei fundo tentando me controlar. - Você gostaria...
- Quem é você? - perguntei num fôlego só. Não sooei tudo já que minha voz estava trêmula.
- Nina. - a moça falou e soltou uma risada nasal. - Você quer deixar algum recado? Posso avisar...
- Não.
- Okay... Me fale seu nome e eu aviso pra Mani que você ligou.
E então eu desliguei. Encerrei a ligação e fiquei em silêncio observando a cidade, que era tão brilhosa, tão linda, mas para mim, no momento, parecia uma simples construção. Nada que eu pudesse admirar. Nada para mim observar e pensar o quão bonito era. Eu lembrava bem de quando Ally me contou sobre essa tal Nina Dobrev, a primeira e única ex de Normani. Que havia quebrado o coração da pequena caloura do ensino médio. E de como Normani nunca esqueceu da garota, e nunca mais quis se envolver com ninguém e passou suas folgas pegando qualquer mulher atraente o suficiente na balada... Realmente não poderia ser pior.
Quer dizer, poderia o nome ser uma coincidência, mas eu duvidava muito.
E se Mani tivesse realmente ficado livre? Se eu fosse apenas um peso que havia sido simplesmente solto e ela pode finalmente ver que não me amava mais, estava apenas presa?
Eu não sabia mais o que pensar.

Point of View - Normani Hamilton

Eu estava esperando Nina, eu ia leva-la para a casa dela como sempre fazia desde que começamos a namorar. Ela demorou mais do que o normal, e saída da escola estava ficando vazia, até que a vi. Sorri largamente sentindo meu coração palpitar, ela estava com a roupa verde das cheerleaders e o cabelo preso para trás, ela ficava linda de qualquer jeito, mas sinceramente esse modo era o meu favorito. Me lembrava dos dias que eu matava a aula de matemática na quadra, e todas as vezes Nina estava lá ensaiando ela era sorridente e animada, mas tímida. E corava todas as vezes que me pegava observando-a. Eu não era o tipo popular, nem nerd, nem patricinha, eu não me encaixava em nenhum grupo se não no meio das minhas amigas. Éramos só nós qutatro, Ally, Lauren, Camila e eu. Seria assim pra sempre. Mas eu tomei coragem depois de muitos dias, mais de meses, estávamos no último dia antes das férias e a convidei para tomar sorvete. Estava um frio terrível, mas eu fiquei nervosa e isso foi a única coisa que me feio na cabeça. Claro que ela riu, e deu tudo certo no fim.
Nina chegou perto de mim com uma expressão de nervosismo, eu ia beija-la se não fosse por suas mãos em meus ombros me mantendo distante.
- Nós vamos terminar. - ela falou.
- Nós o que?
- Eu não posso mais namorar com você Normani. - ela disse com a mesma expressão de culpada.
- Não? Quer dizer... O que eu fiz? Eu fiz algo de errado? Eu falei alguma coisa? - eu queria reparar qualquer que fosse o erro que eu poderia ter feito.
- Você não fez nada de ruim, muito pelo contrário. Mani, me desculpa, eu não amo você. Eu gosto da sua companhia, gosto de como você age e das coisas que diz, mas eu amo outra pessoa e ela me pediu em namoro. Me desculpe.
- Você não me usou, né? Quer dizer, pra fazer ciúmes? - perguntei completamente arrasada.
- Não, claro que não. Mas eu não quero mentir pra você. - eu assenti cabisbaixa.
- Boa sorte então. - ela sorriu de lado e beijou minha bochecha.
- Obrigada por ser uma namorada incrível. - eu queria matar quem quer que fosse a pessoa que estava com ela. Mas eu sorri triste e dei de ombros. Um conversível parou na frente de nós, uma garota rica que estudava conosco chamou Nina que entrou no carro sorridente e foi puxada pela menina para um beijo extremamente desnecessário. Meu coração se quebrou mais uma vez enquanto eu estava incapaz de me mover.
E então eu vi Nina ir embora e eu não pude fazer nada. Ela escapou como areia escapa entre os dedos. Ela se foi. E eu fiquei sozinha.

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- No que está pensando? - senti Nina me abraçar pelas costas e beijar meu pescoço e eu sorri.
- Nada importante. - não iria contar que estava pensando no dia que ela terminou comigo. E sumiu sem explicação.
- Sei... - ela resmungou. - Eu preciso ir, amanhã tenho que resolver umas coisas.
- Okay. - eu falei. Sabia que ela ia embora. Mas dessa vez não fiquei afetada e não iria chorar por dias.
- Quer almoçar comigo amanhã? Eu sei que deve estar ocupada com toda sua vida corrida, mas o que é uma horinha? - ela perguntou levantando as sobrancelhas. Eu ri e assenti. Ela salvou uma mota no meu celular com o endereço e hora. - Não se atrase.
- Não vou. - Nina me deu um selinho rápido antes de sair de casa.

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(3 anos a frente)

Point of View - Dinah Jane

Sentei-me na poltrona que estava indicada na minha passagem. Apertei o cinto e esperei que Mercedes se sentasse ao meu lado. Ela, Josephine e Brittany também estavam indo para Miami. Nós três havíamos ficado um ano e meio a mais do que o esperado. Conseguimos um contrato e uma boa proposta, eu não tinha nada a perder aceitei sem piscar, e consegui um bom dinheiro já que tudo que eu precisava foi bancado pelo projeto e pelo restaurante. Eu tinha uma boa indicação, uma estabilidade financeira - por incrível que pareça, as cozinhas da França pagam muito bem -, experiência e o reconhecimento que queria. Meu nome saiu em muito jornais em revistas, nada demais para pessoas que não estão na área, mas essa era a deixa para críticos irem sempre onde quer que ouvissem meu nome.
Aquilo que dizem sobre nada ser como o lar, eu concordo. Nada vai ser melhor do que minha cama, meu quarto, minhas coisas. Eu espero que minha mãe não tenha destruído meu quarto, nem dado ele a Seth.
O vôo decolou e eu olhei pela janela pronta para me despedir da França e voltar para o meu lar.


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A fic está acabando gente :)

Meu twitter: stateofdinally

State of Grace - NorminahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora