Capítulo 27

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Point of View - Normani Hamilton

Eu não corri com a moto, pois não queria que Dinah ficasse irritada. Não hoje. Não essa semana. Talvez quando ela voltasse eu iria provoca-la muito só pra ver suas expressões de tédio e o rolar dos olhos que a deixavam fofa. Daqui a dois anos... Dois malditos anos até que Dinah voltasse e quem sabe como ela voltaria? Quem pode garantir que ela voltaria para mim? Ela poderia voltar com alguém. Eu sei que ela me ama, tenho tanta certeza sobre isso quanto tenho sobre meus sentimentos em relação à ela. Eu a amo com todas as forças que existem em mim, mas não posso exigir que ela não viva. Serão dois anos longe, conhecendo novas pessoas em novos lugares... Eu tinha medo, isso eu não poderia negar.
Passei pelo portão de madeira grande sem nem precisar me identificar com o segurança da portaria e segui pelo caminho de pedra. Quando parei a moto Dinah desceu olhando tudo com curiosidade.
- Esse sítio é do meu tio. - eu falei. - Eu vinha muito aqui quando era adolescente, e tem um lugar que é importante. Mas antes, você precisa ver a cozinha.
- O que tem demais nela? - Dinah perguntou curiosa, peguei em sua mão enquanto continuamos caminhando para a casa. - Seu tio não está ai?
- A cozinha é maravilhosa, você não tem ideia. E meu tio não fica muito aqui. Ele tem alguns problemas de saúde e precisa ir no médico sempre.
- Sua mãe me contou uma coisa, eu fiquei pensando... - apertei sua mão para que ela continuasse. - Ela falou que você tinha se tornado médica por conta do que... Seu pai fazia. Mas você me disse uma vez que foi por ela ter tido câncer.
- Foi pelos dois motivos, na verdade foi por paixão pela área no geral. Mas a razão não foi minha mãe ter tido câncer, foi pelas conversas com a médica onde minha mãe cuidava da doença. - eu expliquei. - Ela era gata.
- Idiota. - Dinah bateu seu ombro no meu.
- Agora, não se apaixone. - eu falei dando um passo a frente e indicando a cozinha.
Todos os equipamentos e utensílios me deixavam até com vontade de me arriscar a fazer algo. Meu tio sempre cuidava de comprar coisas novas, a esposa dele amava cozinhar. Os balcões eram como os da TV eu tinha que admitir.
- Me sinto no cake boss. - Dinah disse e eu ri. - Queria mexer em tudo aqui.
- Nós vamos ficar pro jantar, então... - ela sorriu. - Meu tio vem pra cá hoje, e ele disse que queria te conhecer.
- Você nunca me fala da sua família. - Dinah disse se aproximando de mim.
- Não tem muito o que falar. - dei de ombros. - Meus avós faleceram, eu tenho meu tio e minha mãe. Alguns tios que eu vejo uma vez no ano no máximo. E primos que eu nem conheço. Agora é a sua vez.
- Eu tenho uma família grande... - Dinah riu sozinha [n/a:ri de nervoso]. - Acho que minha mãe é a irmã com menos filhos. Mas enfim, eu costumava ir sempre ver meus tios e meus primos. Nós mantemos um só contato agora. Quando você estiver em casa eu te mostro uma foto que tiramos da família toda, quando minha avó ainda estava viva.
- Faz tempo?
- Ela faleceu no começo do ano passado. - Dinah falou tentando esconder que aquilo ainda a incomodava.
- Sinto muito. - falei sincera e puxei seu rosto mais para perto para beijar sua bochecha. Ela ergueu um ombro e deu um sorriso fofo que me desmanchou. - Você é tão linda, meu Deus.
Dinah gargalhou quando eu a apertei num abraço. Afrouxei meus braços só pra distribuir beijos estalados por todo seu rosto. Ela riu mais e quando parei olhou em meus olhos sorrindo largamente.
- Já te falei que você é a melhor namorada do mundo?
- Eu gosto de ouvir isso. - sorri convencida e ela me abraçou colocando a cabeça em meu pescoço. - Eu te amo, Dinah.
- Diz de novo? - ela pediu completamente manhosa. Eu sorri e inclinei um pouco a cabeça para sussurrar.
- Eu te amo, Dinah Jane. - ela beijou minha clavícula e então fomos interrompidas por Angelita.
- Normani! Seu tio me avisou que vocês viriam, mas não sabia que já estavam aqui. - ela falou. Dinah me soltou e eu fui abraçar a pequena senhora com sotaque carregado. - Você está tão bonita quanto antes.
- Obrigada, Angel. - eu sorri e coloquei a mão em seu ombro direcionando-a para Dinah.
- Essa é a Angelita, e essa é a Dinah. - apresentei as duas e DJ me olhou surpresa quando os pequenos braços da latina envolveram seu pescoço com certa dificuldade.
- Vocês vão ficar para o jantar?
- Sim, na verdade, Dinah pode te ajudar a fazê-lo?
- Claro, claro. - a senhora assentiu. - Esteja aqui 6 horas, chica.
- Obrigada, Angel. - mandei um beijo para ela enquanto saia com Dinah.
- Chica?
- Ela veio de Cuba. - eu expliquei. - E chama qualquer mulher de chica. Qual é sua experiência com cavalos?
- Aqui tem cavalos? - ela parecia surpresa.

State of Grace - NorminahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora