Cap 15

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(Olá meus amores, como estão? Espero que bem. Boa leitura, nos vemos nas notas finais.)

*-*

Anne

Acordo desanimada, só de imaginar que hoje será minha primeira consulta com o psicólogo, sinceramente não queria ir a lugar algum, afinal não julgo necessário um desconhecido saber de toda a minha vida, de meus segredos, de meus medos e o pior de meus desejos pelos olhos verdes... Sei que ele não poderá me julgar, mas mesmo assim o farei por consideração a minha tia.

Se dependesse apenas de mim, eu jamais me submeteria a isso. No que falar com um completo desconhecido pode acrescentar em minha vida? Exatamente, nada.

Retiro minha coragem de um lugar desconhecido, conseguindo assim me levantar, sigo até o banheiro, retiro meu pijama e entro no box, deixando a água gelada lavar minha alma, se é que isso era possível, acabo cochilando em baixo d'água, meus pensamentos vagam por um passado borrado, por um presente manchado e por um futuro incerto...

Meu corpo tem estado estranho por esses dias, tenho acordado constantemente suada e molhada, e o pior, as vezes acordo e encontro minha mão dentro de minha calcinha, estou em busca de um alívio que sei onde encontrar, ele dorme no quarto de frente para o meu, de onde ouço gemidos sôfregos que doem em minha alma.

Desde aquele dia que o expulsei de meu quarto, ele nunca mais se aproximou de mim, nunca mais me olhou nem tão pouco deve ter pensado em mim, afinal a loira de farmácia deve ser ótima de cama, e eu sou apenas eu, uma mulher suja, que não tem nada de bom para oferecer... se ao menos tivesse um corpo avantajado, ele poderia me querer novamente.

Tenho que conseguir um modo de atrai-lo novamente, preciso dele, nem que por  apenas uma noite.

Expulso esses pensamentos, e me retiro de baixo d'água, me seco e vou até meu closet onde residem roupas lindas, que são o sonho de consumo de muitas garotas, mas que para mim não fazem a menor diferença.

Opto novamente por uma calça jeans larga, blusa de meia manga, meu all star surrado e um casaco mais grosso por cima, meus cabelos estão meio molhados, mas deixo-os assim mesmo, bagunçados, não passo batom, nem uma make sequer, nunca fui fã de me enfeitar, para que fazer isso, se nenhuma maquiagem poderá mascarar minhas cicatrizes.

Termino de arrumar minha bagunça e desço para tomar café, perco o chão quando vejo Brian tomando café sozinho, tenho certeza que ele sentiu minha presença, mas continua se alimentando sem ao menos me presentear com um olhar, suspiro e vou até a mesa.

Me sirvo e mesmo assim ele não me olha, termina de comer e sai da cozinha, uma lágrima solitária desce por meu rosto, "É realmente o perdi" penso, respiro fundo e saio da cozinha após ter arrumado tudo, vou para o quarto, faço minha higiene e desço novamente.

Sento no sofá esperando o táxi chegar.

Os minutos se passam e logo ouço o barulho de uma buzina, abro a porta e entro no táxi, passando-lhe o endereço.

Minha mente vaga por um mundo desconhecido, queria voltar para casa, para a minha casa, ter minha mamãe de volta, eu era feliz... independente de tudo era, mas agora estou em uma cidade onde não tenho amigos (bom, na outra também não tinha).

O homem que amo não me quer, e a culpa é estritamente minha, soco o banco expressando todo meu ódio, Roberto olha para mim assustado, peço perdão baixinho e ele me direciona um leve sorriso.

Agora ele deve estar pensando que sou louca, o que não deixa de ser verdade, afinal quem vive sonhando acordada, com algo impossível, deve realmente ser louca.

Se Entregando Ao Pecado (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora