Cap 14

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(Olá meus amores, como estão? Espero que bem. Boa leitura, nos vemos nas notas finais.)

*-*

Saly

Me chamo Saly, tenho 35 anos, sou mãe de Brian e Angelina. Há 5 anos atrás me descubro grávida de uma menina, meu marido Alberto ficara muito feliz, afinal nosso sonho sempre foi ter um casal.

Brian sempre nos pedia uma irmãzinha, diversas vezes perguntei por que ele queria tanto uma menina, ele sempre nos respondia da mesma maneira.

“Ah mamãe, tem que ser menina, se for menino vai quebrar os meus brinquedos. As meninas são mais cuidadosas.”

Antes de Syn vir ao mundo já havia perdido meus pais, meus avós também não mais se encontravam entre nós.

Foram tempos extremamente difíceis para mim, perdi minha mãe para o câncer, mesmo após ter doado um de meus rins para ela, não conseguiram salvá-la, o câncer havia superado sua vontade de viver.

Já meu pai, o perdi para o alcoolismo pouco antes de minha mãe vir a óbito. Cheguei a tentar o suicídio, mas meu amado esposo me impediu dizendo que não aceitaria me perder para absolutamente nada nem ninguém.

Ele sempre dizia que eu lhe pertencia, que era a sua salvação, que sem mim em sua vida, ele não teria superado todas as suas provações.

“Você é a razão de minha existência Saly, te amo.”

Mas nem o seu amor pode impedir com que eu me afundasse, os meses corriam rapidamente e minha depressão só piorava, Beto estava sem rumo, não sabia mais o que fazer para me ajudar, e no dia de mais uma de minhas consultas, me descubro grávida, e esse foi o maior motivo para me incentivar a lutar, agora teria um anjinho fruto do meu amor e de Beto para poder cuidar e amar.

Os anos seguintes foram os mais felizes, Brian só nos dava alegrias, sempre obediente, doce, carinhoso e principalmente amoroso, éramos um exemplo de família feliz.

Na escola então, sempre fora o primeiro da turma, mas mesmo com seus 13 anos ainda insistia com a ideia de ter uma irmã.

Cuidava do jardim com seu pai, dizendo que quando eu lhe desse uma anjinha, ele iria plantar as mais belas tulipas para presenteá-la.

E numa manhã, quando Syn chegou do colégio, estávamos lhe esperando na sala, em minhas mãos segurava uma pequena caixinha branca, ele nos olhou de um jeito curioso, mas quando abriu a caixa e viu um par de sapatinhos vermelhos, começou a chorar.

Colocamos ele em nosso colo, e tentamos entender o por que de tantas lágrimas. Ele disse “A mamãe vai me dar a minha anjinha, vou ter uma irmã” —acariciava minha barriga enquanto nos olhava.

Naquele momento eu vi que tinha os maiores tesouros do mundo, naquela noite me ajoelhei e pedi perdão a Deus por um dia ter tentado tirar minha própria vida.

Sei que não sou merecedora de tudo que tenho, mas farei por merecer, serei uma excelente mãe e uma esposa cada vez melhor.

O tempo passou rapidamente e o dia de minha primeira ultra havia chegado, ao meu lado estavam os dois homens da minha vida segurando minha mão.

Saímos de casa as 8h em ponto, minha consulta seria as 9h, mas como estávamos muito ansiosos, não pudemos esperar. Logo estávamos em nosso carro indo em direção ao hospital central, no qual eu trabalhava como enfermeira chefe e era membro da diretoria, cargo esse que adquiri com muito suor.

Quando chegamos no hospital, tivemos que aguardar um pouco, havíamos chegado muito cedo. Beto levou Brian para tomar um suco na cantina enquanto eu aguardava na recepção.

Se Entregando Ao Pecado (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora