Um dia de terror em Chicago: Parte um

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- Tem certeza?- Morgana perguntou.
- Absoluta, Era enfraqueceu com a perda do braço e com os remédios que toma, pelo que sei os remédios abaixam a imunidade dela, deixando-a mais fraca, além de fazer com que ela perca parcialmente parte da memória dela.
- Era é muito esperta, como ela pôde dar uma mancada tão grande assim?- Garry perguntou franzindo as sobrancelhas.
- Eu não sei mas essa mancada nos favoreceu, seria melhor se agíssemos logo.
- Tudo bem, vamos voltar para Chicago, e vamos matar Era, eu já me cansei daquela vadiazinha.
- Ok.
Morgana falou com Callyssa, obviamente Cally concordou, a esta altura, não concordar seria uma burrice sem tamanho.
Meio dia em ponto estávamos todos nos barcos, armados, prontos para o pior.
- Jeff?
- O que foi Kim?
- Pode falar agora?
- Sim, há algo que queira me dizer?
- Quero que me diga a situação de Chicago, a situação de Era específicamente.
- Era acordou com um demônio encarnado no corpo, por algum motivo ela quer que trabalhemos mais, e quem lançar algum olhar estranho para ela, ela parte para a agressão.
- Acho que talvez estejam se tornando mais impulsivos, ou que suas emoções sejam mais intensas.
- A quem se refere?
- A sua espécie Jeffrey.
- Nunca pertenci a essa raça miserável, só faço isso pelo Jason, sentirei uma felicidade imensa ao ver Era morrendo, quero que sinta dor.
- Todos nós queremos, é exatamente por esse motivo que vamos até aí.
- Ah, quase me esqueci! Era está evitando ficar no último andar do prédio principal, ela disse-me hoje após acordar algo sobre ter um pesadelo, ela disse que pressente que algo quer acabar com ela.
- Ela descobriu isso sozinha ou precisou de ajuda?
- É sério Kim ela tá paranóica hoje.
- Esquizofrenia...
- O que?
- Em alguns casos da doença, o maníaco fica esquizofrênico, não é?
- Sim, e acha que ela apresenta este sintoma?
- É bem provável.
- Às vezes ela fala sozinha...coisas sem sentido, mas nunca imaginei que ela fosse tão louca assim.
- Incrível, mesmo com o raciocínio de um maníaco você continua burro!
- Aí se eu fosse burro estaria morto, não é fácil ganhar a confiança e fazer o papel de "mordomo amiguinho da Era"! Se eu não fosse que nem um robô daquela vaca eu já teria sido torturado!
- Tá, entendi, foi mal Jeffrey.
- Não devia encher o saco assim, só me deixa irritado ok?! Que merda!
- Valeu por comprovar minha teoria.
- Peraí isso foi um teste Kim?
- Mais ou menos, acho que o temperamento dos maníacos está aumentando.
- Kimberly você tem que me ajudar, eu não quero virar um psicopata idiota.
- Não se preocupe, provavelmente a Era não vai passar de hoje.
- Eu vou lhe agradecer muito se puder me livrar dessa coisa demoníaca, não aguento mais aquela vozinha estridente mandando em mim o tempo inteiro!
- Calma Jeffrey!
- Ok, estou calmo, mas tenta matar a Era dessa vez, tá bom?
- Eu vou tentar.
- Ótimo, preciso desligar, se cuida e vê se mata aquela vadia.
Eu começei a rir.
- Tudo bem, tchau Jeffrey.
- Tchau Kim.
Desliguei o fone e fiquei observando as águas, pareceu rápido, em pouco tempo já havíamos avistado Chicago...a enorme e absolutamente tenebrosa Chicago, ou pelo menos o que restou dela.
- Era deve estar nos esperando, isso é completamente estúpido, Kim.- Aaron disse levantando as sobrancelhas.
- Eu não sei Aaron, mas se tiver...qual é o problema? Era está fazendo um jogo conosco, e estamos quebrando muitas regras, por enquanto ela está enfraquecendo, é uma chance que temos para acabar com Era de uma vez por todas.
- Você é tão corajosa Kim.- Ele sorriu e colocou uma mecha de cabelo minha atrás de minha orelha.- Eu não estou com medo de me machucar ou ser morto, o meu único medo é que aconteça algo com você...Kimberly.
- Não precisa, se eu morrer não será em vão.
- Você não entende, eu te amo, se você morrer, o meu mundo inteiro morre com você...nada mais fará sentido se você me deixar aqui sozinho.
- Aaron...não faz isso...eu não posso deixar que o grupo inteiro morra por causa da Era.
- E eu não posso deixar que você morra por causa dela.- Ele abaixou a cabeça, levantei o queixo dele levemente com a mão direita.
- Ei.- Eu disse e ele olhou em meus olhos, eu dei um sorrisinho.- Além do infinito, lembra?
Ele sorriu e balançou a cabeça.
- Kim...
Ele colocou as duas mãos em minha nuca e me beijou, retribuí e fiquei passando as mãos por suas costas, logo paramos.
-...Eu amo você.
- Eu também amo você Aaron.
- Desculpa interromper o casal, mas precisamos descer do barco.- Elliot disse com uma expressão maliciosa em seu rosto.
- Tudo bem.- Eu disse corando, descemos do barco e assim que já estávamos em terra liguei meu fone, coloquei as lentes que Morgana havia nos dado e coloquei o capuz para cobrir minha cabeça e meu rosto.
- Jeffrey?
- Kim, o que foi?
- Já estamos na cidade, aonde ela está?
- Eu não sei.
- Como assim?!
- Eu não sei Kimberly!
- Puta que pariu Jeffrey!
- A culpa não é minha se ela sumiu do nada.
- Certo, então a gente se vira.
Cada um entraria em pontos estratégicos da cidade, assim, se Era estivesse nos observando não teria uma idéia de que seríamos o grupo.
O silêncio me dava agonia eu caminhava lentamente, andei por um longo tempo na cidade até que encontrei a porta do mesmo teatro em que Era havia tentado me matar, tinha uma trilha de sangue que levava em direção à porta do teatro, eu peguei minha arma e caminhei silenciosamente até lá.
Entrei no teatro, estava tudo escuro, eu não podia ver um palmo a minha frente, até que o palco se iluminou, vi Lucinda amarrada em um pedaço de madeira, ela sangrava muito e assim que me viu lançou um olhar assustado.
- Kimberly!!!
- Lucinda!
Tentei correr até ela mas alguma corda puxou meu pé e me deixou pendurada de frente para o palco, de repente Era apareceu com um vestido verde, ela sorriu diabólicamente e pegou um fósforo.
- Achou mesmo que alguém entraria na minha cidade sem pagar?
- Para!!!- Gritei o mais alto que pude.
Ela ascendeu o fósforo.
- Você se enganou Kimberly.
Ela jogou o fósforo em Lucinda, ela começou a gritar e eu a vi sendo queimada, consumida pelas chamas, desejei estar no lugar dela para poupá-la desta dor...mas eu não podia fazer mais nada...só assistir...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Where stories live. Discover now